não sei que título dar a isto (maio, junho)

5 maio, eurovillage, terreiro do paço
moullinex

está bem que não era moullinex, era o lisbon open house, e os convidados eram variados e parecia tudo muito bem mas estarem intercalados entre o set habitual do hypersex tornou a experiência muito estranha. acabámos por abalar até sintra para apanhar ainda um bocadinho do regresso dos groove 4tet, no clube da praia.

6 maio, eurovillage, terreiro do paço
paião, mais doce

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tudo bem com o tributo ao paião mas ao mesmo tempo parece que falta qualquer coisa? o jorge benvinda salva aquilo, tho. as mais doce? lindas, maravilhosas. o look, as coreografias e a banda maravilha lá atrás. e eu que nem tinha noção que conhecia tanta canção das doce. bem que podiam continuar com o projecto.

7 maio, eurovillage, terreiro do paço
banda do mar

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nunca pensei que alguma vez iria berrar e saltar a ana júlia num terreiro do paço cheio de povo. que bela prenda do querido marcelo. banda do mar é amor e mais amor e tudo o que posso dizer é que foi uma noite muito, muito bonita.

11 maio, eurovillage, terreiro do paço
orelha negra, capicua

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com orelha negra já não há como não correr bem. com capicua idem, mas se ela traz a guerrilha cor-de-rosa a arrasar com tudo e todos, ui, tenham cuidado. já anseio por coisas novas, se bem que a quem escreveu a alfazema nunca poderei exigir mais nada.

12 maio, coliseu
niall horan

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sim, é o moço dos one direction. acontece que tem um disco bem decente e que deu um belo de um concerto. gostei especialmente de quando pediu à mocidade toda que deixasse o telemóvel no bolso só por um momentinho que fosse. ficou-lhe bem.
-> Este pop idol cresceu. E bem – Niall Horan no Coliseu <-

30 maio, ea live, coliseu
allen halloween, luís severo, you can’t win, charlie brown, samuel úria, linda martini, mão morta, the legendary tigerman

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melhor noite. a fofura que é o severo ao piano, a maravilha que são sempre os charlie brown, o melhor gingar de anca do país aka samuel úria, a brutalidade dos mão morta e o rock and roll afiado do tigerman. tendo em conta o cardápio e a companhia, até que fizemos um mini bons sons ali no coliseu, há lá melhor.
-> A casta da música portuguesa provou merecer um Coliseu só para si – EA Live no Coliseu <-

7, 8 e 9 junho, parque da cidade
nos primavera sound

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primeira visita ao parque da cidade e fiquei logo apaixonada. sei que cheguei tarde ao comboio do primavera (lel desculpem se sou pobre) e sei que ele tem tido a tendencia de ficar menos agradável de ano para ano, mas gostei muito. vá, da chuva não gostei assim tanto. quem ganhou foi o nick cave, claro. mas ver a lorde ao vivo para mim foi qualquer coisa de muito especial, outros mui aguardados highlights foram umo, ibeyi, public service broadcasting (!!), grizzly bear, kelela, tyler, the creator, war on drugs e mogwai. revelações bonita também as houve, em superorganism, yellow days e idles. e uma palavrinha para os shows bonitos de luís severo e moullinex, que a merecem.
-> A espera valeu a pena – aí está mais um NOS Primavera Sound <-
-> Neste parque há espaço para tudo – o (soalheiro!) segundo dia de NOS Primavera Sound <-
-> Não há chuva que lave as lágrimas que Nick Cave provoca – o derradeiro dia de NOS Primavera Sound <-

21 junho, coliseu
lcd soundsystem

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ou
o dia em que o james murphy me deu um abraço. quase três horas de concerto, a setlist perfeita, um calor imenso no coliseu que virou pista de dança e a melhor companhia. se nunca esperei poder ver lcd ao vivo então nunca sequer imaginei que pudesse vir a ser assim tão especial. ainda há noites assim.
-> O sonho americano acabou – felizmente, os LCD Soundsystem ainda não <-

não sei que título dar a isto (março, abril)

2 mar, coliseu
red bull music culture clash

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eventful. fui por claque à capicua e à sua guerrilha cor-de-rosa mas sou das que acha que a crew do richie deu mais festa. no fim ganharam os paus e pedras, que deram as melhores dicas à crew falhada do rui pregal da cunha, que no fundo era o mais importante da noite.

3 mar, musicbox
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tantos feels. a minha banda favorita do verão de 2007 voltou aos discos. eu já tinha falado deles por aqui, quando regressaram aos concertos, no mêda+ de 2016, mas desta vez foi ainda mais especial! musicbox cheio, malta a cantar as novas e muitos sorrisos no palco. fui em serviço e o report está aqui.

14 mar, coliseu
as canções de leonard cohenIMG_20180314_235745.jpg

mais uma voltinha, que isto de ver o sami a dançar a lover lover lover não é oportunidade que se deixe passar. estou a brincar, também vale a pena a avalanche do mazgani, a partizan da márcia, a chelsea hotel do david fonseca, enfim, vocês percebem. foi projecto bem feito e, volto a dizê-lo, a banda de apoio steals the show.

16 mar, zdb
tipo

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storytime! o meu telemóvel caiu retrete abaixo (podem rir) por isso andei com um de improviso que ligava a lanterna sempre que eu abria a camera mas só me apercebi disso a meio deste concerto… a raquel ao ver a minha figura decidiu tirar esta fotografia com o seu telemóvel funcional e enviar-ma. por isso aqui está. obrigada, raquel.

o moço dos charlie brown lançou um disco a solo bem giro e foi apresentã-lo à zdb rodeado de família e amigos. valeu a pena pelas canções e pela banda que o acompanha (surpresa, surpresa: são os charlie brown!).

22 mar, altice arena
bob dylan

a minha mãe passou o pré-natal a chatear-me para lhe dizer o que queria receber. eu dizia sempre um bilhete para o dylan. ela recusou sempre. na véspera do concerto, quando soube que ia, liguei-lhe e ficou assim meio indignada. como quem diz, então mas eu passo a juventude a venerar o rapaz e agora vai a minha filha ver o concerto? ya mãe, mas deixa, este dylan já não é o teu dylan. não deixa de dar um concertaço e de ter canções maravilhosas, tho. tendo em conta que houve to make you feel my love e don’t think twice it’s alright, nunca me irei queixar. fui a fingir que sou pro, por isso a tentativa de o ser está aqui.

29 mar, campo pequeno
benjamin clementine

vi o primeiro concerto dele na tuga, em 2015, no sbsr. entretanto já cá veio tocar uma dúzia de vezes, e eu só o revi agora. mas fez-me bem a pausa, porque toda a teatralidade aumentada deste menino está maravilhosa, e o amor que o público de cá lhe tem transborda tanto que é impossível ficar indiferente. noite das bonitas, report habitual aqui.

4, 5,6 abr
MIL

mais um ano, mais umas voltinhas no cais do sodré a pensar e ouvir nova música. a conversa sobre jornalismo foi inútil, porque foi centrada na ideia de que os millenials não gostam de ler e coitadinhos dos jornaleiros que já não servem para descobrir música e estão a navegar na maionese. pena basicamente só se ter falado sobre coisas impressas porque o exemplo da antena 3 estava bem representado no painel e não teve muito espaço para opinar. a conversa sobre salas de concertos já foi muito mais interessante e levantou questões bem relevantes. de resto, dos concertos, alek rein maravilha, júlio resende idem, moullinex festança da boa, best youth muito fofos e boogarins excelentes. é o que me lembro.

10, 11 abr, tivoli
desconcerto

fui com zero expectativas, saí de cada uma das noites com dores na cara de tanto rir. especialmente da primeira, que na segunda o factor surpresa de alguns dos momentos já não teve aquele impacto, mas gostei muito do conceito. a melhor parte é ver-se a luísa sobral e o miguel araújo a desenrascar letras em real time, ou juntos ou “um contra o outro”, tendo a mesma informação que nós, e ver como a interpretam de formas diferentes. foi show.

12 abr, tivoli
joão só + joana almeirante, miguel araújo, benjamim, rui veloso, lucia moniz, andré sardet, nuno rafael

outro show. só a lista de convidados já fazia esperar festão, e está bem que foi longo e está bem que não sou a maior fã do baladeirismo lamechas do moço maaaas, gostei do concerto. especialmente do momento mendes e joão só, claro.

13 abr, capitólio
paus

o som do capitólio é uma maravilha, mesmo com a sala meio cheia. os paus são um tesourinho e este madeira é um disco que merece todo o amor. naquela noite houve muito, do palco para o público e vice versa, e foi tudo muito bonito. a apreciação menos sentimental está aqui.

22 abr, capitólio
miguel araújo

visão fest ou o que é. foi bom, porque foi miguel jorge voz e guitarra e porque teve ventura e lurdes e sangemil e romaria e josé. foi também da maneira que soube que a dona laura do dia de folga é a mesma dona laura do crónicas e fiquei de coração cheio.

23 abr, campo pequeno
arcade fire2018-04-24 01.00.09 1.jpg

nunca os tinha visto. adorei. preciso de dizer mais? tomem lá o texto seriozinho, então: está aqui.

25 abr, tivoli
via, quatro e meia + joão só + antónio zambujo

a banda mais lamechas de portugal inteiro foi tocar ao tivoli e eu continuo a achar piada à música mas a achar as letras muito fraquinhas (hint têm uma canção que se chama ‘minha mãe está sempre certa’ e outra que é ‘meu amigo que saudades de te ver’ dá para entender). mas contudo no entanto porém: fiquei com a pontos nos is em loop na minha cabeça até hoje.

não sei que título dar a isto (fevereiro)

2 fev, altice arena
richie campbell

chamada de última hora para ir ver o migo que não paga finos ao pa. som da treta como de costume mas um belo de um show de um tipo que foi ganhando o meu respeito e honestamente agora até estou para ver o que vai fazer a seguir. o texto está aqui.

9 fev, olga cadaval
samuel úria + tiago bettencourt, camané

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quase morri mas a teresi salvou-me com uma boleia maravilha. sami vale sempre a pena, com camané então nem se pergunta. uma adeus que me vou embora para terminar em beleza. teve império, teve espalha brasas, teve concerto bonito, pois está claro. e sim, há texto, está aqui.

14 fev, musicbox
luís severo + cristina branco, vaiapraia, júlia reis

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que noite bonita. as canções despidas, os convidados maravilha, o povo a cantar tudo. assim vale a pena ir a concertos de dia dos namorados. também há texto, aqui.

15 fev, lux
linda martini

a 14 de fevereiro de 2014, 7 dias depois de ter voltado de 6 meses em itália sem um único concerto, fui ao lux ver os linda martini, pela primeira vez. foi um bom throwback. na altura o disco era o turbo lento, desta vez foi o homónimo, que, convenhamos, está uns bons furinhos acima. noite suadinha, se bem que eu só vi o tecto porque enfim, lux. o texto da praxe está aqui.

16 fev, teatro trindade
sopa de pedra

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super última da hora mas lá fui ouvir as vozes mais bonitas. não me canso nem nunca cansarei destas revisitações ao cancioneiro. se não conhecem, tirem uns minutos do vosso dia, juro que ele vai melhorar logo. e o raio o teatro da trindade que é tão bonito e eu que lá ponho tão pouco os pés.

22 fev, lux
sean riley, the legendary tigerman

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consegui não ver só o teto, o que é notável. as canções novas do sean riley sem slowriders prometem disco dos muito bonitos. as canções novas do homem tigre já sabíamos que são incríveis e só têm a ganhar com o palco. podia ter sido mais uma noite suadinha mas achei o público muito meloso, ou então estava só rodeada de homens de meia idade com os copos. e há texto, pois claro, está aqui.

28 fev, b.leza
tatanka

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b.leza com cadeira e mesinha numa noite em que o tejo quase entrava pela janela, foi fofo. o tatanka a solo tem aquele vozeirão do costume e aquelas guitar skills marotas mas também umas histórias bem engraçadas.

 

de resto, vale a pena vir aqui dizer que o três cartazes está incrível mas o black panther senhores!!!! e finalmente tratei do livro da kim gordon e gostei mas não adorei, há ali um distanciamento meio estranho e depois tudo aquilo com o thurston ainda muito a quente. still, é uma referência e achei algo assustador os relatos da infância com o irmão e a sua relação com a sua feminidade ou lá como lhe queiram chamar, porque identifiquei-me muito muitas vezes.

ah, e parabéns à isaura e à cláudia pascoal! mais uma vez o festival da canção trouxe-nos umas quantas belas canções e foi bonito ver tantas delas chegar à final. para mim as melhores foram a anda estragar-me os planos, a sem título e a zero a zero, mas gostei muito d’o jardim e especialmente da sua história :’) fiz para o shifter uma listinha das sete que mais me marcaram, que está aqui.

não sei que título dar a isto (janeiro)

it’s baaaaaack!

18 jan, musicbox
filipe sambado & os acompanhantes de luxo (+ luís severo + calcutá)

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nunca tinha ido a uma festa de despedida de um disco. adoro o vida salgada, o sambado e seu batom, glitter e colar de pérolas e começar o ano a berrar refrães no musicbox. tudo certo, portanto. vou fingir que sou uma pessoa paciente e dizer que aguardo calmamente o próximo disco.

21 jan, monforte da beira
piquenique mpagdp

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então trabalhei na véspera até às 2h cheguei a casa às 3h e só dormi às 4h30 para me atrasar e pagar um uber para às 8h15 conseguir estar dentro de um comboio em direcção a castelo branco para depois lá apanhar um transfer até monforte da beira. isto tudo por um piquenique, sim. o que é que eu levei para o piquenique? dois pães com marmelada, duas bolachas, uma clementina e uma garrafa de água. também levei uma camisola de lã a achar que ia estar um frio danado. resultado? dei por mim a morrer de calor e de fome, ao mesmo tempo. a fome tratou-se bem (havia queijo e pão à venda e o fino era 0,60€ – nem precisava de mais nada), o calor nem por isso. pelo meio ouvimos adufes, cordofones, gaitas, bombos (muitos bombos), a celina da piedade, o pedro mestre, o éme… pelo meio cantámos todos tanta coisa e ouvimos tanta coisa que não conhecíamos e olhem, nem sei… fui sem saber ao que ia a voltei a pensar que fazia isto todos os domingos, fácil. isto foi a celebração dos 7 anos d’a música portuguesa a gostar dela própria, btw. o bolo estava bom, mas eu gostei foi de conhecer o burro da aldeia.
um obrigada à filipa e à ju por terem embarcado na mini loucura comigo.

24 jan, casa independente
they’re heading west + rita redshoes

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não me deixem voltar a esquecer do quanto gosto da voz da rita, por favor. não me deixem voltar a passar tantos meses sem ir ver thw à casa independente, por favor. não houve large amounts (presumo que para me obrigar a voltar asap), mas houve i can’t handle the summer, não me queixo ❤
(em fevereiro o convidado é o luís martins, dos deolinda – façam favor, são fins de tarde tão bonitos)

26 jan, tivoli
ana bacalhau (& os pataniscas)

o disquinho está giro, tem duas maravilhas (a da minta e a da márcia), umas quantas boas para bater o pé (a do nuno prata, aquela do moço dos diabo na cruz, a do sami, a da capi, a do miguel jorge e a que é total e completamente da própria da bacalhau), mas no concerto quem ganhou foi o luís peixoto e a versões bonitas da estrela da tarde e da de volta para o meu aconchego. escrevi mais bem melhor sobre o certame para outrém, se quiserem muito está aqui.

entretanto fui ver a actores ao são luiz e saí muito embasbacada a dizer que tenho de ir ao teatro mais vezes, que é o que acontece sempre que vou ao teatro. e o call me by your name? nem quero ver mais nomeado nenhum, mais bonito que aquilo é impossível. later!

¯\_(ツ)_/¯

aquele post de regresso que lamenta imenso o tempo de inactividade e etc etc vamos saltar essa parte. o que aconteceu entretanto? vamos lá ver:

• o livro do johnny marr está belíssimo e se gostam de smiths invistam nele e caguem nesse biopic do morrissey.

• o novo disco do miguel araújo só não é um disco perfeito porque eu não consigo aturar uma das canções. para compensar, uma delas, a sangemil, é a mais bela canção alguma vez feita sobre canções.

• os cassete pirata são muito bons e têm um ep maravilha

• por que é que o mundo ainda não se rendeu aos pés de
a) cave story
b) alek rein
c) sunflowers
d) surma

• num dia em abril subimos ao salão da voz do operário, enchemos as bancadas e a plateia e vimos, ouvimos e cantámos zeca. uma maioria de malta jovem, no público e no palco, versões surpreendentes e um fachada sublime. das noites especiais.

• os salto são lindos e não entendo porque tocam tão pouco em lisboa

• cinco bacanos de leeds a papar queimas e eu a ir atrás. dois concertos bem fixes, uma pandeireta, uma noite ao relento na bonita coimbra, uma tarde de amigos na invicta. no meio do papa, do salvador e do benfica, eu fiquei bem com os migz kaiser.

• e o disco do éme? ah pois. não ouçam, não.

• e quando o manel cruz começou a capitão romance? melhor parte do gig do úria. é uma coisa chata de se dizer, porque o raio do tondelense foi magnífico, mas esta miúda nunca tinha ouvido ornatos ao vivo, terão de me desculpar. e não via sami há muito tempo, finalmente as novas, com a rainha que é a manuela azevedo, e a império que dá sempre sempre cabo de mim. noite bonitinha no tivoli.

• o reeperbahn no cais do sodré! conferências à tarde, cerveja cara, bué gigs à noite todos ao mesmo tempo e em salas pequenas, é tal e qual. mas sim, a alegria que foi o tio b, ouvir malhas do 1986 no b.leza, charlie brown lindinhos, duquesa na rua porque já não cabia ninguém no lounge, as pazes com os capitão fausto, as sdds de linda martini. as conversas da tarde dão pano para mangas mas isso fica para outro dia.

• turbo baile no santo antónio. tochapesta nas sardinhas achadas na noite mais bonita de lisboa, no titanic dias depois. sempre incríveis.

• num dia (complicado, por sinal) vi a capicua que como sempre faz aquela homenagem ao sérgio godinho, no outro o próprio senhor veio tocar ao arraial do bairro, e foi tão, tão bom.

• três dias de alive em modo jornaleira. foi fixe, munto cansativo, mas fixe. o melhor foi claro berrar foo fighters no meio de milhares de almas e não a sós no quarto das caldas, como quando era piquena. xx foi o amor, quando for grande quero ser como a alison mosshart, fingi ser mancunian na not nineteen forever, dos pequenos, o ryan adams é o maior, cage the elephant djimais, glass animals incríbeis, savages lindas maravilhosas, warpaint também mas não tanto, fleet foxes assombrosos, avalanches muito party fiesta da boa, mas spoon? ganhou. (e sim muitos tugas a dar tudo tipo ycwcb, golden slumbers, cave story, pista, benjamim, duquesa, discotexas e que mais)

• perdi a minha avó. passei noites deitada no terraço de ferreira do alentejo a ouvir a inside out dos spoon em loop. não sei lidar mas hei-de aprender. hoje sonhei que voltava a ferreira e ela lá estava. ainda não está tudo bem mas vai ter de ficar.

• se acham que música tradicional portuguesa não é a vossa cena vão ver omiri e calem-se

• no edpcoolcoiso, o jake bugg tocou a simple as this e continua o rebelde-tímido com o melhor sotaque. o palma só precisa de um piano para fazer magia.

• na mêda a hospitalidade continua extremamente bondosa, o ambiente das tardes no parque uma beleza e o cartaz das noites apetitoso. pena o público ter-se perdido algures pelo meio. primeiro dia de leiria (nwfd, fbac) e sensible soccers rendeu bué, a surma é de outro nível, keep razors sharp ganham sempre, we bless this mess a trazer o folk punk à tuga e a tocar against me! – tudo certo, best youth magníficos como sempre.

e cá estamos, na contagem decrescente por cem soldos, a tentar voltar àquela promessa do vir deixar aqui coisas mais vezes. veremos.

aquela rubrica, pois

adufe em lisboa, fnac chiado

i’m a sucker for adufes. só apanhei o final do showcase mas achei muito bonito, as canções e isto de haver grupos de adufes em lisboa.

capitão capitão + chibazqui, sabotage

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passo mais tempo no sabotage à espera de concertos do que a ver concertos, mas presumo que a culpa seja minha, quem é que chega meia hora depois da hora marcada? é óbvio que ainda vai estar vazio. enfim, o meu amor por chibazqui tudo supera. tinha muitas saudades. capitão capitão teria sido muito bom, se eu gostasse da voz e das letras do moço.

tochapestana, musicbox

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os tochapestana forneceram o final perfeito no bons sons do ano passado e desde esse momento que ocupam o lugar especial no meu pequenino coração. este novo disco está incrível e o concerto foi uma festa imensa.

baby amor
nada temas
teremos sempre Atenas ❤

festival da canção, coliseu de lisboa

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e de repente dei por mim na festa de anos da RTP. só fui pela Lena d’Água tbh. foi bonito, ganhou o Salvador e os Sutas foram lindos e os They’re Heading West com o António e o Benjamim idem e a Deolinda foi bué diva e ainda tenho pesadelos com a canção dos Viva La Diva. no final ainda deu para tirar uma selfie com a Leninha! épico.

 

birds are indie, the decadente

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a banda mais fofa do país. um belo concerto em modo redux, mesmo com os problemas de voz. e tocaram Smiths, porque podem. são maravilhosos :’)

ditch days + maze, musicbox

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finalmente ditch days, migos!! much excite! gostei muito do disco e adorei o concerto, só foi pena não estar lá muita gente. maze estava a ser muito fixe, mas tive de abandonar. fica o agradecimento ao talkfest por mais uma vez fazer desconto de dia dos namorados (lóle) e permitir que os pobres acedam a qualquer coisinha.

miguel araújo, benedita

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tudo pode acontecer na benedita, até um concerto de miguel jorge. quase nos perdemos no caminho e chegámos tarde porque ainda nos faltava jantar. mas as duas últimas da via estavam giras. miguelito em trio pela primeira vez, canções e cenário novo… tudo lindinho. venha de lá esse giesta!

duquesa, musicbox

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depois de adorar o ep, venho declarar amor pelo lp. norte litoral está tão bom que me fez ir sozinha ao cais para o ouvir ao vivo. belíssimo concerto e ainda mais belo cover da lust for life no final.

frankie chavez & selma uamusse + beautify junkyards + nice weather for ducks, musicbox

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pela erica buettner, uma noite especial. o poder do frankie e a voz da selma, o elevar de espírito dos beautify junkyards e a festança feliz dos nice weather for ducks.  se quiserem saber com podem ajudar, cliquem aqui.

eddie izzard, tivoli

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ok ok eu sei que não é música mas!!! ainda nem acredito bem que isto aconteceu. o eddie izzard veio mesmo fazer um espectáculo em portugal, esgotou mesmo, mesmo com maioria tuga, e ele falou mesmo com a malta no final, e foi mesmo um amor. há muitos anos que me apaixonei pelos quiz shows parvos da tv inglesa, e foi assim que fui apresentada a muitos comediantes geniais. nunca cá põem os pés, mas claro que este senhor tinha de fazer uma digressão por 39 países e espectáculos em 4 línguas diferentes. é só o tipo que fez 27 maratonas em 27 dias e angariou milhões para o sport relief no processo. fácil, né?
we can always do more than what we think we can do ❤️

 

aquela rubrica que enfim, coitada, não tem nome

se no último post era o desemprego que dava comigo em maluca agora, adivinhem, é o trabalho que dá comigo em maluca. enfim, peço desculpa pelo atraso, já nem sei o que dizer sobre muita coisa, mas fica o registo e prometo que março virá mais bem tratado.

souq + her name was fire, sabotage

estava há que tempos para ver souq, migos. é bandaço e dá um show tão pesado quanto dançável, ou, como disse a catarina no final “têm um som pesadinho, mas redondinho”. fico à espera de uma nova visita à capital, para um concerto maiorzinho! já her name was fire estavam muito mais à vontade do que no mêda, e estava a ser bem bonito, até termos de ir embora.

fogo fogo, casa independente

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aquela tarde quentinha ali no intendente.
melhor programa para um domingo à tarde: migas, cachupa, finos e funaná.
e mais não digo, têm mesmo de ir experimentar.

galgo + catapulta + above the tree, céu de vidro

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quando nunca acontece nada na terrinha mas quando acontece é tudo ao mesmo tempo: filipe sambado e galgo na mesma noite?! a carteira não deixou ir aos dois por isso optei pelos galgo que ainda não tinha tido o prazer de ver ao vivo. foi muito fixe! depois houve uma homenagem ao buckethead e mais qualquer coisa que não recordo porque viémos para a porta conversar. desculpem, nunca estou nas caldas muito tempo, há que pôr a conversa em dia. mas já disse que os cave story são os maiores por fazerem acontecer cenas lá? e já disse que foi surreal estar o sambado a ver galgo… no céu de vidro? é que em lisboa isto é normal mas ali ganha toda uma dimensão. venham mais destes.

they’re heading west + nick nicotine, casa independente

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as saudades que eu já tinha destes meninos. as do nick a solo, as do nick com eles, as deles, sempre. que final de tarde tão bonito :’)

margarida falcão + catarina falcão, teatro do bairro

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golden slumbers sem ser golden slumbers. gostei muito das duas manas falcão, mas acho que o projecto da catarina me prendeu mais, tá poderoso e agora fiquei aqui a ansiosa para ouvir mais. não se faz. anyway, a SPA agora faz concertos? tá bem então.

os quatro e meia, olga cadaval

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fossem todas as tunas dar coisas tão bonitas quanto esta aqui. foram ao porto e esgotaram duas vezes a sala 2 da cdm, foram a coimbra e esgotaram mais umas vezes o teatro, e agora vêm a sintra e esgotaram o pequeno auditório portanto oupa para o principal. são relativamente novos nestas andanças mas têm um à vontade e um sentido de humor surpreendentes. há originais incríveis (oi, baile de são simão), versões notáveis (mulher d’armas, comé) e momentos em que achamos que viemos ver um espéctaculo de stand up. por mim, podem voltar quando quiserem.

matei a rubrica e fiquei sem título para isto outra vez

guess what: continuo sem saber que título dar a isto.
outro dia a sair do concerto de deolinda no coliseu o diogo perguntou-me o que tinha achado do concerto de capicua no ccb. achei estranho, já se passou algum tempo. depois lembrei-me que dantes escrevia aqui sobre tudo o que ia ver. e logo a seguir apercebi-me de que essa rubrica maravilha já não aparecia por aqui há mais de um ano. vamos lá tentar fazer um revival, que o desemprego está a dar comigo em maluca.

capicua no ccb

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“um dia ainda vou dividir o palco com uma banda”, dizia ela n’a última, nem imaginando que o primeiro palco ia ser logo o do ccb. e a reacção do público nesse momento? :’)) o formato banda funcionou lindamente, fluidez total a dar espaço para tudo respirar. sala cheia, mãos no ar, cabelos despenteados… do bonito mesmo. e depois é o que já se sabe, aquelas palavras e aquela atitude são fonte de inspiração e motivação todos os dias. a minha religião é a auto-superação 💪

tudo isto nem 24h depois de ter aterrado. melhor primeiro concerto de regresso à tuga! : )

gomas alucinogénicas, os polegar, ciclo preparatório no musicbox

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já aqui falei do meu amor à azul tróia. e aos ciclo preparatório. pronto, então, que mais dizer? a voz da moça de gomas alucinogénicas lembra a voz da xana de rádio macau. os polegar são os golpes do ribatejo. o ciclo preparatório regressou triunfante com canções novas, e ainda nos deixaram berrar os hits. ahh, noites no musicbox a cantar pela lamarosa e pela lena d’água, há melhor?

joana barra vaz no lumiar (não sei amigos eu saí em telheiras mas o bilhete dizia lumiar não sou de lisboa deixem-me era aquela coisa do gerador)

era para ter ficado para o jp simões(bloom?) mas não deu. no problem, mergulho em loba a voz e guitarra bastou para deixar o coração bem quentinho. casa é canção ❤️️

deolinda na paiva couceiro

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fui matar saudades do bons sons e acabei com ainda mais saudades do bons sons. ora bolas. o outras histórias foi dos meus discos favoritos do ano que passou, e voltar a ouvir aquelas canções ao vivo foi tão tão bom. especial menção à nunca é tarde por ir buscar coisas aos confins do sei lá o quê e deixar-me sempre em modo buzz lightyear. só a deolinda, mesmo.

cave story no céu de vidro

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finalmente cave story! e logo na minha terra! que, por sinal, coincide com a terra deles! ora que bem. das melhores bandas deste pedaço de terra à beira mar etc e tal você sabem o resto, outro disquinho imprescindível de 2016. o público aqui é pouco e calmo, mas duvido que alguém consiga ficar indiferente ao riff da body of work. creio ser fisiologicamente impossível. agora quero um com público digno, que o primeiro é para os pardais, né verdade? já agora, estes meninos agora organizam concertos bem fixes aqui na terra. nem sempre consigo cá estar (omd 800 gondomar vieram à minha terra e eu não estava #chorando), mas é tão importante fazer acontecer por aqui!

por aleppo no parque mayer

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estava no scroll de instagram habitual até que parei no vídeo do benjamim. nome atrás de nome, fave atrás de fave. ia ter de ser. lá fomos a lisboa gastar dinheiro que não tínhamos, mas não só era por uma muito importante e urgente causa, como todo o cardápio era irresistível. e foi tão bonito? sou capaz de ter chorado um bocadinho. a nova canção do benjamim, a império com o aj e o gospel collective, a smilling faces só a voz(es) e guitarra, a primavera com a imagine, a ana moura com o tó trips… eu sei lá. parecia que cada actuação superava a que vinha antes. e depois o final com os discursos e a we are the ones com todos? todo um mondego. bem haja a quem pôs isto de pé e, acima de tudo, aos médicos sem fronteiras, que tanto fazem. somos todos muito pequeninos.

miguel jorge no terreiro do paço

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só terreiro cheio a cantar sem pedir, era a recantiga era a romaria, ora se o povo de lisboa se faz ouvir o melhor é deixar, que isso é coisa rara. acabou com a cowboys from hell e passou pelo dylan do nobel o nobel do dylan, esse, aquele, pois. já não sei que vos dizer sobre este jovem, é caso sério e vêm aí mais provas disso, quanto apostam? venha de lá esse disquinho novo.

os azeitonas na avenida dos aliados

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antes da contagem decrescente ouviu-se nos aliados o relato do golo do éder, seguido daquela música que passava muito durante o euro (“we’re in this O ÉDEEEER, nanana this tog-ÉDEEEER!!” – essa). foi mais exciting do que entrar em 2017. o último concerto dos az com o aj teve de tudo. aquele sentimentalismozinho, aquela festa característica, e aquele comic relief a transformar qualquer saudade antecipada em gargalhada. nem planeado corria melhor. o fim é um princípio qualquer, já diziam os outros, e nós cá estaremos para os azeitonas três ponto zero, como estivemos sempre: ano novo ou são joão a gente vai na digressão. salvé, ázê!

you can’t win, charlie brown no ccb

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andava a guardar os cêntimos todos, tinha seis eurinhos de lado, a pensar que passava no ccb no dia e aproveitava os 50% de desconto para a galeria em pé. só queria ver o concerto, mas aqueles preços não estavam amigos da minha situação. antena 3 to the rescue! a melhor rádio tem passatempos fixes e eu lá tive a sorte de poder ir ver e ouvir o marrow à plateia. gosto muito dos charlies e adorei o disco, junte-se a isso aquele coro maravilha e umas cordas bonitas e ó, tá feito o concertaço. muito, muito amor pela sad song.

the black mamba no coliseu do porto

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na altura matutei muito sobre este acontecimento. a minha ligação a black mamba faz-se mais por amigos de amigos (ou faves de migas) do que outra coisa. não é banda que ouça normalmente, mas acabo por vê-los umas quantas vezes. e a verdade é que dão sempre bom show. não estou a ver uma banda em portugal que faça aquilo que eles façam com aquela qualidade, e posso não morrer de amores por muitas das canções mas depois há ali umas que batem forte (tipo red dress e ride the sun, tipo o riffalhão da under my skin e tipo a belezura da nova still i am alive – se se chamar assim). durante o concerto, enquanto sentia o entusiasmo por tabela – a teresi viu as suas crianças esgotarem um coliseu e eu estava encarregue de fornecer lenços, status reports no estado da make up e lembretes ocasionais para a realização da actividade geralmente conhecida como “respirar” -, pensava muito no quão marcante aquilo estava a ser, ainda que para mim, emocionalmente, não tivesse grande peso. temos de ter a capacidade de reconhecer o trabalho e dar o devido valor a quem faz bem, mesmo que não amemos o seu trabalho por aí além. ou até mesmo que não gostemos simplesmente, como me ensinou o menino richie campbell nessa noite. é que, sabem, o migo fez dueto na red dress e eu achei logo que ele ia estragar tudo. mas não, foi um momento mesmo bonito, e mesmo quando depois tocou a música dele e fez de mim a única pessoa a desconhecer a letra no coliseu inteiro, surpreendeu-me pela positiva. é assim, it is what it iiiiiiis.

ah, e já agora, ouvi o rui veloso cantar a porto sentido num coliseu do porto cheio. arrepiei mil. fui ao plano b mas não me lembro muito bem do plano b (tem uma estátua?).

frank carter & the rattlesnakes, biffy clyro no coliseu

imaginem 10 mil alemães. 10 mil alemães num pavilhão esgotadíssimo, todos para ver biffy clyro. num país com mercado musical que existe, onde biffy foram #1, onde fazem promo em rádios e tvs, onde há cartazes gigantes da digster com as fronhas deles a anunciar simplesmente uma playlist (às vezes tenho sdds de hamburgo), onde são cabeças de cartaz nos grandes festivais e onde tocam, só nesta tour, por 13 vezes, sempre em salas onde cabem 10 mil ou mais almas. imaginem essas 10 mil vozes a cantar a many of horror. estão a imaginar? ok, fixe, agora multipliquem isso por dez, e obtêm uma aproximação fiel ao que foi ouvir a many of horror por nem quatro mil tugas. não somos os melhores do mundo, mas caramba, temos qualquer coisa. sei lá, eu no sporthalle tive gente a olhar para mim de lado por cantar o riff da bubbles ou a melodia da stingin’ belle. qual quê, em lisboa acho que só olhariam de lado para mim se *não* cantasse cada nota. que concerto, amigos, que banda, que público, que sorte, isto tudo. no final o tuga virou sul-americano e eu por momentos senti-me uma costa riquenha no meio do flight 666 só que em vez de maiden era biffy e pode ter sido um bocado chato para nós e para eles, mas deu para dar aquela palavrinha, tirar aquela selfie e apreciar as variadas caretas que nos fizeram da carrinha. sois big in portugal, amigos, agora por favor não se esqueçam disso e voltem rapidinho, sim? brigadas.

nota para frank carter e os seus rattlesnakes que deram um belo de um show também! mais bandas de abertura deste calibre se faz favor.

deolinda no coliseu

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tiremos todos um momento solene para agradecer ao filho gil esta magnífica oportunidade. não sei se mais alguém sem ser press ou crew do coliseu fez a dobradinha biffy clyro/deolinda, mas é assim, adoro as duas bandas, que querem. 10 aninhos de fon fon fon, a não sei falar de amor logo para começar (tipo declaração de intenções para a tecas: prepara, que isto vai ser #emosh), e muitas coisas de fazer sorrir de orelha a orelha, tipo a pois foi ou aquela canção sobre eu e o meu gato (também conhecida como manta para dois). uma bela festa de anos, indeed!

docks, escandinávia, ursos e casa.

gostei mais de blossoms no reeperbahn, talvez por terem tido mais tempo, mas aqui estavam em modo banda de abertura e a coisa não foi tão interessante. ainda assim, têm um belo disquinho e aquela música com o título francês que eu canto sempre como chardonay mas que não é chardonay é muito gira. depois a atitude é muito stockport, como não amar. adorei o primeiro do jake bugg, o segundo já não ouvi tanto e este último nem conhecia. mas não é que o puto cresceu muita bem? nota-se bem as mudanças de disco para disco e o concerto em si, com banda e tudo, está muito muito bom. a broken é muito lindinha, mas fiquei com pena de não ter ouvido a simple as this.

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o comboio para copenhaga, quando chega ao báltico, entra num ferry. estaciona ao lado dos carros e camiões, e quando chega à outra ponta, já na dinamarca, volta a sair como se nada fosse. nós só temos de subir para o centro comercial duty free andante que é o ferry durante os 45 minutos que dura a passagem. foi interessante, no mínimo. na terra do lars comecei por ver as hinds a serem lindas e maravilhosas. não dá para ignorar o facto de elas terem passado praticamente o ano todo na estrada porque a evolução do concerto é notável. de fevereiro, no musicbox, a novembro, no lille vega, continua a energia e aquela descontracção característica, mas a entrega musical em si está tão melhor. viva hinds! naquela terra é tudo caríssimo, mas foi fixe passear pelo centro, ir dar o props à sereia, comer um belo hambúrguer na paper island (ao lado do tipo dos bastille, y not), aprender na christiania, ver as luzinhas e animações de natal no tivoli gardens e apanhar muito, muito frio. ah, e a bateria do lars no hard rock, claro, a atracção mais importante do país inteiro :v

berlim não é nada parecida com copenhaga mas também lá estava muito, muito frio. e muito nevoeiro também. só conseguimos ver a tv tower inteira no último dia, quando o céu ficou limpinho. mas tinha de ser, não é? se eu disse que berlim sempre foi fria e cinzenta na minha cabeça claro que ela teve de me receber dessa forma. tickei as boxes todas: alexander platz e potsdamer platz, east side gallery e checkpoint charlie, reichstag e memorial do holocausto, a igreja toda destruída e o trabi da zoo tv no hrc, e, claro, hansa studios. da feira do mauer park trouxe o heroes, achei apropriado. é que, no ddr museum, que é todo interactivo (e muito fixe, já agora), havia um apartamento tipo, e na divisão que fazia de quarto das crianças estava um rádio e uns headphones. o que é que tocava? heroes, claro.

estes três meses foram giros, deu para passear e ir a uns concertos, experimentar um sítio onde os transportes são exemplares e tal. mas estou muito melhor com o meu gato ao colo e o solinho lá fora. portugal dá sempre 10 a 0 a tudo o resto, desculpem.

 

to go away and dream it all up again

 

este post tem várias partes e eu juro que tentei que ele fizesse sentido.

um.
este ano começou comigo no sítio onde achava que sempre iria querer estar, há oito anos que a ideia que se formava na minha cabeça sobre o meu futuro acabava ali. e quando lá cheguei percebi quase imediatamente: não quero ter nada a ver com isto. o que acontece quando chegas a onde sempre quiseste chegar e de repente, nada daquilo era o que achavas que ia ser? não sei, eu fugi para o sul de espanha. três meses de sol, tapas e san miguel. a pensar que quando voltasse arranjaria um plano qualquer, quando voltasse a coisa havia de se resolver. e quando voltei o que me recebeu foi um murro no estômago. sou muito caseirinha, por muito que adore viajar, não o adoro mais do que voltar a casa, do que estar em casa. e quando acabas de voltar, dizerem-te que vais ter de sair outra vez é tão frustrante. o verão foi de manutenção, e no fundo foi a melhor resposta às dúvidas e confusões todas: é o estar neste país a ir aqui e ali atrás desta e daquela banda, com os amigos, os almoços de família, a bifana, a super bock, é isto que eu quero que seja a minha vida. pelo menos por enquanto. só que… isso não é um emprego, tecas, sai lá do filme. e então cheguei a hamburgo, e desde então que tenho tentado arranjar soluções. só que falho sempre, porque estou longe, porque estou sozinha, porque não tento criar o suficiente, porque nunca acredito o suficiente.

é irritante. dantes a meta era super simples, não era sonho – não tenho disso -, era só o sítio onde queria chegar. cheguei, e desde que lá cheguei que só quero fugir a sete pés. não é medo, é quase nojo. eu não quero contribuir para a mediocridade, se for para escrever sobre música que seja de forma decente e justa. teria de fazer algo melhor do que já existe, mas nem sei como, e não acredito que seja capaz. talvez seja conformismo, talvez seja realismo. não sei. se calhar o melhor era fazer outra coisa qualquer. mas o quê? não sei.

dois.
este ano – este mês – faz 25 anos que saiu o achtung baby.

600

antes das aulas de história o que eu conhecia de berlim conhecia por causa do achtung baby: hansa studios, o muro, a potsdamer platz, os trabis, a zoo(logischer garten) station. as fotografias e os vídeos do anton corbijn ou aquela estátua no vídeo da stay (esse do wim wenders), já na era zooropa. a cidade sempre foi cinzenta, fria e meio destruída na minha cabeça, porque foi assim que me tinha sido mostrada desde muito cedo.

berlim era hansa studios, hansa studios era one, one era achtung baby. hansa studios porque o herói bowie e o herói iggy tinham andado por lá. one porque no pós-rattle and hum as dúvidas eram muitas e a direcção a seguir difícil de encontrar, porque no meio de tanta confusão interna veio uma sequência de acordes do meio do nada e do meio do nada – ou, melhor, do meio daquele salão – nasceu a canção que salvou tudo. achtung baby porque foi aí que a maior banda do mundo se tornou na melhor, porque ninguém se reinventa assim.

berlim era o sítio onde a banda da minha vida se salvou, onde o bowie fez a canção que já nos salvou a todos one way or another. berlim era onde os heróis se iam reinventar.
nas aulas de história, berlim era o horror do nazismo (ou alt-right, como se diz hoje em dia?), a destruição da guerra, a separação do muro. berlim era os memoriais pelas vítimas do passado, a união e a liberdade, o discurso do jfk, a esperança na europa unida.

três.
se estou quase a voltar para casa e continuo sem saber para onde me virar, se o mundo parece empenhado em voltar a ser aquele sítio negro e frio e assustador, talvez berlim seja um sítio bom para ir passar uns dias. eu sei que não vou encontrar a resposta para ao meu existencialismo escondida num recanto do salão do hansa studios, mas parece-me apropriado todo este simbolismo para acabar com esta montanha russa de ano.

quatro.
no último concerto da era joshua tree/rattle and hum, perante tanta conversa sobre o futuro da banda, o bono disse que não era o fim dos U2: “we just need to go away and dream it all up again“.