Imaginem que vão ali fazer 700km em 3 dias para verem 3 concertos de uma das bandas que mais adoram. Fixe, né?
20 de agosto de 2015
Os Azeitonas, Feira de São Mateus, Viseu
Em Viseu aprendi que não me posso voltar a queixar da quantidade de rotundas que há na minha terra, que a Feira de São Mateus existe há uma catrefada de anos e que há concertos que demoram a aquecer mas no final valem sempre a pena. Especialmente se houver um porquinho de plástico em palco. Que mais de bijeu… Ah, que há músicas fixes do Sting a solo (eu já me tinha queixado), e que nem o Leonard Cohen escapa ao teste das letras traduzidas (não tentem com a “I’m Your Man”, a sério, não tentem).
21 de agosto de 2015
Os Azeitonas, Casino da Figueira, Figueira da Foz
Hmm, estava vento. Quitar autocarros com autocolantes pode ser uma tarefa estranhamente divertida. Já vi mil soundchecks e têm sempre tanto de aborrecido como de fascinante. Eu sei que sou um bocado facilmente impressionada com estas coisas mas estar ali no palco a ver como as coisas acontecem é mesmo… fixe? Provavelmente digo isto porque estou só a assistir, bem sei.
Diz que há momentos em que convém ter por perto alguma canção. A minha, em muitos momentos, e em particular num natal passado sozinha a muitos kms de casa, foi a ”Cantiga de Embalar Jovens Adultos”. Ouvi-a pela primeira vez ao vivo no Casino da Figueira, e só por isso esse concerto foi o melhor dos três. É estranho ficar tão feliz por ouvir uma canção tão triste. Fiz as pazes com a “Rubi” e lembrei-me daquela vez em que fui ao Scala de Milão a uma terça-feira :v (eu sou um bocado – demasiado – nerd nestas coisas, desculpem). Acho incrível como muita desta gente passa o dia entre cargas e descargas, montagens e desmontagens. Daquela hora e pouco que tanta alegria me dá a maioria do que acontece em palco é obra de muitas horas deles. É de louvar.
22 de agosto de 2015
Os Azeitonas, Fatacil, Lagoa
Podia dizer que custou a lá chegar mas nem por isso. O meio de transporte é demasiado fixe, as pessoas que nele habitam também não lhe ficam nada atrás. A Fatacil é enorme. Tinha saudades da Mary e da Susana. E foi tão fixe ver o concerto com elas e com a Teresinha. Acima de tudo estou grata pela música, logo logo a seguir estou grata pelas pessoas. Foi muito isto que AZ me tem dado: gente boa. Amigos para a vida e momentos ridículos tipo berrar a “Angelus” do início ao fim. Mas às vezes é preciso. Estafada e sem dormir há demasiadas horas, só ali é que me apercebi de tudo o que tinha acabado de acontecer. Não fiquei em casa, nunca soube dizer que não…
Numa Fatacil já vazia e prestes a fechar portas veio-me uma frase à cabeça. Vem numa canção que, por acaso, tanto aparece no “Almost Famous” como no “Pander”. E isto de ligar o filme do Crowe aos AZ para mim ultimamente tem feito demasiado sentido (desde esta coisinha aqui). Não sou de agradecer a entidades divinas, mas neste caso é mesmo como diz o xôr Elton:
I thank the lord there’s people out there like you.
Fica muito por contar mas desta vez fui mais em modo atrelado do que de pseudo-jornaleira. Talvez um dia consiga escrever como deve ser sobre estas pessoas que tanto de bom fazem e tanto mais mereciam. Por agora agradeço “só”, pela simpatia, disponibilidade, confiança e, acima de tudo, paciência para aturar esta piquena que pouco fala. Mas tenta, juro que ela até tenta.