daughter dam zamba angel kaiser biffy shura

o sporting, altamente influenciado pela frase que lhe dirigi no último post, lá se dignou a ganhar um jogo, portanto cá vai:

daughter no docks foi bonito mas desiludiu-me um bocado. suponho que a atmosfera criada em disco seja impossível de reproduzir ao vivo. teria adorado se tivesse sido numa sala com lugares sentados. acho que é mais esse tipo de música.

img_20161011_212505

amesterdão é muito fixe. tem muito turista (a maioria dos quais não sabe andar de bicicleta e insiste em fingir ser local e… pois), mas não perde o encanto. gostei muito do museu do van gogh (maior bb <3) e do rijksmuseum, de jordaan e dos canais fofos. e de passear pelo red light district, pelo vondelpark e pelo begijnhof. também muito giro foi ver um concerto do zambujo naquela terra. a sala era muito fixe, o público pareceu-me mais português que outra coisa mas ainda assim havia muita gente estrangeira maravilhada no final, o que é sempre bonito de se ver. o concerto em si foi excelente, que eu nunca tinha visto o moço em sala. e aquela foi deus é outra coisa, mas a chamateia bate tudo e todos. sempre. também gostei de ficar num hostel que é um irish pub, e passei demasiado tempo no american book center a olhar para a sua imensa secção de música. trouxe a kim gordon. ficou muito por ver mas tenho a certeza que hei-de voltar um dia!

a angel olsen é a maior. uma voz lindíssima, canções incríveis e uma banda mega fixe. foi toda a beleza do disco vezes mil, com um sentido de humor bem apurado e muita fofura à mistura. excelente concerto. ah! e little wings a abrir foi awesome.
a sala é um centro cultural imenso que costumava ser uma fábrica, a fachada está coberta com uma lona gigante onde se lê REFUGEES WELCOME. big up, Kampnagel!

kaiser chiefs pela primeira vez em sala. ver kaiser em portugal é sempre uma festa imensa, mas será que os alemães teriam o mesmo tipo de reacção? mas o novo disco está fraquíssimo, só tem umas 3 ou 4 que se aproveitam. portanto: altas expectativas porque kaiser ao vivo nunca foi mau para mim, algum receio devido às músicas novas, muita curiosidade quanto ao público. mas depois o concerto começa e os receios e dúvidas desaparecem todos. já o disse antes, kaiser são aquela banda que ao vivo te faz sentir como se tivesses a assistir ao melhor concerto de sempre. e nenhum concerto deles está sequer no meu top10, mas na atura parece que é tudo incrível. o palco era muito pequeno, imaginem um musicbox sem arco, mas com duas varandas laterais. depois de os ver só em festivais sempre para pelo menos umas 20 mil pessoas, vê-los numa sala para mil e quinhentas foi outra coisa. já o disse:  o novo disco é fraco. mas os dois singles puxam uma reacção só comparável a ruby e i predict a riot (e para uma banda que anda desde 2008 a tentar justificar merecer mais atenção para além desses 2 primeiros discos, isso é notável): hole in my soul e parachute foram dois dos melhores momentos da noite. posso não me identificar com este novo som, mas estes 5 meninos (e o nick) são responsáveis por música que ainda me diz muito, e dou-me por contente que ainda consiga adorar vê-los ao vivo. o público portou-se muito bem, não cantam as melodias e os solos do whitey como os tugas, mas realmente eles têm um carinho especial por nós, deve ser por isso. antes do concerto, o simon dizia a umas miúdas inglesas e alemãs que tinham de os ir ver a portugal, que o público lá é que é. no final, o peanut fez uma festa ao saber que eu era portuguesa, que quer muito voltar. o ricky, quando lhe pedi um concerto destes em portugal, voltou a falar na “sala redonda” (que o simon também tinha louvado à tarde. é o coliseu, btw) e que contava poder dar-nos uma surpresa para o ano. acho pouco provável, mas era bonito.

biffy clyro. uma sala horrível, tipo pavilhão da escola com lugares sentados laterais, acústica assustadora. o que vale é que a banda é demasiado boa. e meu deus, que concerto. acho que o que admiro mais em biffy é como navegam entre a simplicidade da canção rock mais-ou-menos-pesado e a misturam com o menos óbvio, as mudanças de tempo brutais, os ritmos completamente fora, os riffs mais prog e, agora, com o disco novo, com os beats e os sons menos rock per se. há coros e refrões imensos que puxam pela garganta de toda a gente, há riffs e solos malucos, e depois há uma construção musical que me deixa feita parva a olhar para os gémeos da secção rítmica de queixo no chão e sobrancelhas torcidas. como é que??? enfim, são muito grandes. a juntar a isso, apesar do palco super simples, as luzes e os lazers criam ambientes brutais a cada canção. no final agradeci ao simon por finalmente virem a portugal a solo e o moço levantou os olhos do disco que estava a assinar com um “i knooooow finally!!! we’re really excited” nós também, migo. nós também. depois disse-me um obrigado perfeitamente pronunciado, porque pode.
até janeiro, migos!!

a shura é:
1. a mais fixe
2. a mais fofa
3. dona de um dos melhores discos do ano
4. responsável por um dos concertos mais divertidos do ano
5. the beanie queen.

 

aufwiedersehen e tal e coise

Advertisement

reeperbahn festival 16

alas, o swsx europeu. ou pelo menos é o que dizem, eu não sei, nunca fui a austin. eles dizem que são mais de 450 concertos em mais de 70 salas. depois há as conferências (mais de 230) e os eventos extra música como exposições, filmes, etc. tudo isto dura 4 dias e passa-se maioritariamente no famoso reeperbahn – o red light district aqui do sítio.

img_20160925_232725
atentem pf em como tive direito a cedilha :))

é tudo um bocado overwhelming. uma pessoa que não conhece a zona perde-se facilmente (zero indicações. carai, até o bons sons que só tem 8 palcos e acontece numa aldeia tem setinhas para os sítios!), e depois claro que a maior parte das salas enche cedo facilmente e claro que acontece tudo ao mesmo tempo. o bilhete diário só para os concertos custa 45€, o que é barato para esta gente, também porque a grande maioria das bandas, como devem imaginar, são ilustres desconhecidos.

tive acesso completo ao festival, ou seja, fui como vão as pessoas do business: fitinha ao pescoço a identificar e tal e coiso. há mil e uma sessões de “networking” e muitas conferências sobre dinheiro (os títulos são diferentes mas no fundo vai tudo dar ao mesmo, não é migz?), mas eu só usei o meu privilégio de “delegada” para duas sessões.

a primeira foi a da jessica hopper. ex-editor in chief da pitchfork review. porquê ex? porque descobriu que recebia bem menos do que os homens que trabalhavam para ela. está nisto desde os 15 anos, quando começou uma fanzine dedicada à cena punk do Minnesota, de onde é. hoje é editora da mtv news. há coisa de um ano foi convidada a falar no bigsound e por causa disso lançou umas perguntas no twitter que provocaram uma discussão assustadora, mas necessária. recomendo qualquer pessoa a ver esse keynote (aqui).

Sometime in the gulf between Beatlemania and Beibermania we’ve lost sight of the enduring capacity that young women have to anticipate, sustain, and add cultural value to the experience of music. The term ‘fangirl’ tends to be a pejorative form, it’s associated with a somehow lesser experience of music. As if teen girls in all their riotous enthusiasm are simply undermining the point. As if artists are made less important by that fangirl excitement, which is reduced and delegitimize as hysterical or silly or – worst of all – stupid. Their interest is assumed to be based on the glimmering surfaces, or their attraction to the artist, rather than what they actually get from the music, or the concerts, or the fan communities that they are part of. Their interest is seen as an adoration that spoils the credibility of the artist that they love. Yet, teen girls make the biggest market of music consumers in the world today. According to a study by the Parks Associates women are not only one half of the world’s population but they also consume more music than men. So the question then remains: why doesn’t music culture at large, from the labels, to the publications, to the tech industry, production studios, live concert venues… why aren’t these places taking fangirls seriously? Why do women in music, still in 2015 a full 63 years since Big Mama Thornton recorded ‘Hound Dog’, one of our earliest rock and roll songs, why do women feel like they don’t belong here?

deu para trocar palavras no final o que me deixou muito contente sobretudo pelo facto de ter conseguido não me engasgar. foi uma maneira fixe de começar o festival.

a segunda foi a do tony visconti. deviam saber quem é mas se não sabem basta dizer que é o tipo que produziu grande parte dos discos de bowie e de t-rex e depois trabalhou com uma data de gente tipo u2, sparks, paul mccartney, thin lizzy, kaiser chiefs (só malta fixe, portanto). foi uma bela entrevista do steve blame, e visconti falou de tudo o que se esperava, ou seja, maioritariamente sobre marc bolan e david bowie. houve muitas histórias encantadoras e engraçadas (a que envolvia o bowie, o lennon, ele e o mccartney foi a mais fixe), mas era sempre heartbreaking quando tinha de corrigir o tempo verbal a falar do bowie. “He loves musical- he – he loved musical theatre” 😦

img_20160923_144909
tony visconti + steve blame

e concertos?
no primeiro dia vi o final de alex vargas (e gostei) no docks, uma sala que tem ar de clube normal na fachada e depois é uma coisa com proporções de ginásio lá da escola. houve blossoms (muito bom) por lá também. no imperial theater – um teatro com um cenário de um interior de um castelo, com escadas e quadros nas paredes – fui surpreendida por KEOMA (melhores quando ela canta, mas sempre interessantes). até que chegou a altura de entrar no mítico molotow para ver os the hunna partirem tudo. foi do bom.

no segundo vi maioritariamente tugas no pooca bar. primeiro a surma a ser maravilhosa, depois we bless this mess a ser tão encantador como engraçado e no final first breath after coma a deitarem aquilo tudo abaixo. pelo meio dei um salto ao docks – demasiado tempo num espaço pequeno cheio de gente obrigou-me a procurar um sítio mais respirável – e deixei-me levar pela fofura do jamie lawson (wasn’t expecting that, at all :v). por gostar tanto daquela sala resolvi abrir a app do festival e consultar o programa do docks para o dia seguinte. e apareceu-me lá biffy clyro. e o meu primeiro pensamento foi “oh, um erro. devem ter vindo o ano passado ou assim, se viessem este ano eu sabia. claro que sabia”. (para contextualizar: estive semanas a estudar o cartaz do reeperbahn + adoro biffy). depois abri o link e ohmeudeus surprise set??? tinha sido anunciado naquela tarde. portanto, biffy clyro, no docks, dali a 24h. depois de os perder no alive por duas vezes. okay, #respiratecas.
dei um salto ao molotow para apanhar um pouco de yak mas a fila era enorme, o que me tirou a vontade sequer de tentar sair cedo de FBAC para apanhar spring king. e FBAC nem mereciam que eu saísse, foi concertaço. Leiria represent!!

no terceiro vi holy holy – não a banda do visconti, infelizmente, são uns australianos meio country – e poor nameless boy, duas coisas aturáveis. segui para o bunker – sim, o bunker da segunda guerra mundial que agora é loja de música e sala de concertos e mais uma data de coisas, normal – ver tiger lou. aparentemente por aqui são grande cena e “voltaram” agora e havia gente muito emosh no público, para mim foi só fixe. o que eu queria mesmo ver era jagwar ma e isso sim, foi #dartudo. mas um dar tudo muito controlado… é que logo a seguir fui para a fila para o docks, aturei o final do alemão maxim (nah) e depois esperei tipo velhinha do tony carreira – lá na frente, de mão na grade – pelos escoceses mai lindos (a seguir ao mcgregor, sim, tá bem…). como devem imaginar foi fantabulástico e agora que vos escrevo isto já estou na posse de bilhetes para os rever, primeiro aqui em novembro, depois em portugal em janeiro. são lindes. mon the biff. etc.

img_20160924_105224
biffy clyro

e pronto, foi assim o reeperbahn da tecas. acima de tudo foi muito fixe ver portugueses representados e perceber que não estamos nada abaixo das restantes ofertas. vi ingleses, holandeses, australianos, canadianos, alemães, escoceses, suecos… a tuga tem gente capaz de entrar neste circuito na boa, e nem acho que tenhamos sido representados pelo best of, se me entendem. foi óptimo presságio para o que poderá vir a acontecer no eurosonic, e até num pós-eurosonic. e btw, o reeperbahn também tem country focus 😉

do querido mês de agosto a hamburgo

Prestes a sair da tuga outra vez (desejo para 2017: conseguir passar mais de 3 meses seguidos em Portugal), optei por manter-me ocupada ao máximo para evitar grandes despedidas ou coisas dessas chatas.

Então, o agosto pós-bons sons teve 12 concertos em 9 dias seguidos, entre o belo parque das Caldas, a baía de Cascais, as Festas de Corroios e o Festival do Crato. Juro que não havia requisito de só visitar terras começadas por C, mas acabou por suceder. Desses dias posso falar-vos do quão bom foi ver tanta gente no meu parque, e sobretudo tanta gente tão maravilhada com o sítio. Espero que a feira passe a acontecer todos os anos, sempre com cartaz musical de categoria e muita gente a visitar. Foi mesmo bonita, a festa! Lá na terra houve HMB a tirar o pé do chão, The Black Mamba (com as migas!) a dar show e Ana Moura a inundar o recinto de gente. E pelo meio um concertozinho de um tal Miguel Araújo, que como devem imaginar foi das melhores e mais especiais coisas que este verão teve.

img_20160831_191639
o melhor parque da melhor terra.

Adiante, em Cascais tivemos festão do bom com os sempre enormes D’ALVA, que depois da Eira a abarrotar em Cem Soldos tiveram uma baía bem tímida ao início mas que logo se encheu e rendeu, claro está. Tem sido incrível acompanhar o percurso destes migz, superam sempre a expectativa e de que maneira. São grandes e ainda têm muito que crescer :’) Uns dias mais tarde houve reunião de migas para Diana Martinez & The Crib e Os Azeitonas, que cumprem sempre a função com grande prestígio.

Não podia ser agosto sem uma visita às Festas de Corroios, não é verdade? Desta vez a uma terça-feira e com aquele nervoso de “ai, será que isto se compõe minimamente para receber os meninos”. Claro que o que aconteceu foi o recinto muitíssimo bem preenchido e um público maravilhoso. Como é que alguma vez duvidei, Diabo na Cruz na margem sul é sempre outra coisa! Já no Alto Alentejo fui muito feliz com a Susana a oferecer presentes (tradição é para cumprir!) aos Kaiser Chiefs e a vê-los yet again. Kaiser é aquela banda que em disco pode levantar muitas questões (as novas músicas estão… hm… err… pois) mas depois ao vivo dão sempre aquela sensação de que estás a ver o melhor concerto da tua vida. Só dura uma hora e pouco, mas é mágico. E depois são uns fofos que adoram este cantinho, o que só torna tudo ainda melhor. Fiquei pelo Crato para no dia a seguir ter um pouquinho de Ujos, ver miguel jorge partir tudo, matar saudades do zamba e soltar aquela lagrimita porque romã ❤

Depois ainda houve uma visita relâmpago a Faro para ver um adorável concerto de Nuno Prata, um belo show de Cais Sodré Funk Connection, um concertaço dos enormes Salto e a categoria habitual de uns tais Diabo na Cruz. O Festival F é num sítio muito giro, mas é tudo ao mesmo tempo, e depois há gente que fica em palcos demasiado pequenininhos e tal. Diria que mais valia ter menos bandas a tocarem para mais gente, tiravam-se uns palcos e começava-se a coisa mais cedo e ó, aí sim, tínhamos festival. No dia seguinte houve regresso ao Avante, depois de um par de horas na cama e muitas num autocarro da Rede-Expressos. Mas é sempre tão bom estar no Avante, com tanta gente tão diferente e com tanta coisa para ver e fazer e tantos migos por lá! Vimos Sam Alone & The Gravediggers e Criolo (Fora Temer!) deitadinhos na relva. Los de Abajo lá no meio a #dartudo e grade para os melhores 50 minutos de música ao vivo do ano. Adorava conseguir explicar-vos o que significou vê-los finalmente ali à noite, com tanta tanta gente para os ver e tanto coro, tanta dança, tanta palma, tanta euforia canção atrás de canção. Foi tudo incrível, do início ao fim. Não deu para tirar foto nenhuma de jeito, mas o sempre fixe Marco Almeida, do musicfest.pt, capturou bem o meu modo mãe orgulhosa de suas crianças.

20160903212655-diabonacruz-0136
a senhora ao meu lado não conhecia e adorou : )

Ainda houve Ferro Gaita e Ana Moura, eu sei, mas estava noutra. Voltei a apanhar os migz a tempo da Dia de Folga e da Desfado mas já não tinha voz para nada. Valeu! Só não foi mesmo perfeito porque não ouvi uma única carvalhesa que desgosto como é possível fui ao Avante e não dancei a carvalhesa #triste #desolada

Depois de isto tudo? 7 da matina no aeroporto que há um avião para apanhar. Em Hamburgo chovia, para contrastar bem com os 40º C do dia anterior. Anyway, cá estou e estarei até inícios de Dezembro. Juro que prometo que qualquer dia conto como vai a vida por aqui.

 

 

teremos sempre Cem Soldos

Voltar ao Bons Sons foi como voltar a casa. Só que só lá tinha estado há dois anos, por quatro dias. Mas foi mesmo isso que senti quando voltei a entrar na aldeia. Lembrava-me tão bem de onde e como tudo era, da paz e respeito que por ali se sente, do calor abrasador e dos borrifadores a combatê-lo, da música em todo o lado. Apesar das mudanças dos últimos anos (Giacometti em coreto, a separação do Lopes-Graça e do Aguardela, aquela pseudo relva maravilhosa no largo, etc), o Bons Sons não perdeu a identidade e mesmo assim não deixou de inovar e crescer. É mesmo um sítio muito especial ao qual queremos sempre voltar. O ano passado sofri por não ter conseguido ir, este ano não podia mesmo faltar. E desta vez, mesmo não acampando, acabei por viver a aldeia muito mais (e melhor!).

sexta-feira, 12 de agosto

Esperava mais de Pega Monstro mas admito que aqueles talvez não fossem nem o lugar nem a hora ideal para elas. Ainda assim, muito amor para as irmãs Reis. O documentário do Auto-Rádio está à altura do discaço do Benjamim com que partilha nome. A ligação às frequências da rádio, as entrevistas e presença constante das vozes a que estamos habituados a ouvir na telefonia, interligadas com os momentos de cada um dos 33 concertos em 33 dias (!!!) e a dissecação do álbum em si está muito bem conseguida. E há SILOS! Munto orgulho em ter tido a digressão na minha terra e poder ter lá estado.

IMG_20160812_193013

Birds Are Indie com mais um concerto de rebentar a escala de fofura. Que disco bonito e que banda tão fixe. Ambiente perfeito para o pôr-do-sol no Giacometti. Claro que andámos a cantarolar a Partners In Crime o resto dos dias. Best Youth ❤ finalmente como deve ser! Adorei, porque gosto muito deles e do Highway Moon e porque ainda não os tinha conseguido ver sem ser um niquinho no sbsr há já um ano. Foi o primeiro concerto na Eira, acabou por ser um óptimo presságio para o último. Kumpania Algazarra deve ser giro se estiveres nesse mood mas eu não estava, e lá está, prefiro o Kusturica. Sensible Soccers pareceu ter sido bonito mas muito lá ao fundo e entre conversas. É que este Bons Sons teve uma bela dose de malta fixe.

sábado, 13 de agosto

Quando se enche uma pequena igreja para ouvir, cantar e aprender com as Adufeiras do Paúl, o resultado só pode ser maravilhoso. Dos melhores concertos que presenciei nesta edição e dono do melhor momento: Milho Verde (em homenagem ao “pai disto tudo”)/Armas do Meu Adufe cantado por uma igreja a abarrotar de gente e a ovação que se seguiu. De arrepiar. Deu-me a quebra do calor e do sono em Grutera, passei pelas brasas no largo ao som de Few Fingers. Lavoisier acordou-me e bem. Que belíssima surpresa, que voz, que interpretação. Quanta coisa cabe numa guitarra e numa voz daquelas: Pessoa, canção popular, Acordai e belas canções originais. Ali no coreto, com a malta sentada ao final do dia, a velhota à janela no rés-do-chão com a neta bebé ao colo, por cima dela os pés de quem se sentava ao parapeito no primeiro andar. Os alemães ao meu lado maravilhados, e a citação do Lopes-Graça: “a música popular portuguesa é bela, difícil é reconhecê-lo”. O Bons Sons é muito isto.

IMG_20160813_202443

LODO é fixe sem voz, embora ainda muito colado às óbvias influências. Foi muito giro ver a banda da terra (de quem já foi voluntário no festival e quem cresceu a viver a aldeia) a tocar para tanta gente, tho. Palmas a eles por isso, e boa sorte para a final do concurso de bandas lá no Porto. Preciso que o disco da Cristina Branco chegue rapidamente, foi a conclusão a que cheguei depois do concerto. Há muita coisa bonita ali. Da Chick foi funk, foi dance, foi hip hop e Mike El Nite. E foi bocejo e friozinho e “hmm acho que vou para o largo”. Não foi o dia de Da Chick para mim, mas ele há-de chegar, até porque tenho mad respect por ela. Ainda não tinha ouvido o Outras Histórias e agora que escrevo isto já ando viciada no disquinho. Foi o efeito que o concertaço de Deolinda teve em mim. Ainda não me tinham convencido ao ar livre e desta vez parece que compensaram por todas as outras. Amei. Que lindos sois.

domingo, 14 de agosto

O André Barros escreve e toca coisas muito fofas. A Isaura deu grande show. Daquela Tradiio Sessions no Musicbox para aqui houve uma evolução notável. Gostei imenso do EP (e da Change It e da Eight) e fiquei muito muito feliz por vê-la ali tão bem. E por ter havido Lost, coisa que nunca pensei que fosse acontecer ali. Sou #TeamIsaura e tenho grandes expectativas para o que aí vem.

IMG_20160814_201207

O disco dos Keep Razors Sharp tem rodado tanto nestes dois anos, que eu esperava grandes coisas daquele início de noite na Eira. Não desapontaram. Bandaço. Roque Enrole do bom, preciso de mais, se faz favor. White Haus foi ziro, o João Vieira é o maior, mas dá-me mais saudades de X-Wife do que outra coisa. Fandango foi show. Não sabia bem o que esperar e gostei mesmo. Mas tenho algum receio de que em disco não bata tanto como bateu ao vivo. Veremos, mas confirmou a minha crença de que se tem o Varatojo é bom.

segunda-feira, 15 de agosto

Quantas referências já fiz aqui a feromona e Chibazqui? Pois. Diego Armés na igreja foi deveras bonito. E sim, houve feromona <3. De Flak só comecei mesmo a gostar quando entrou Rádio Macau na cena. Solos de guitarra e saltos do amplificador em pleno altar? O Bons Sons é muito isto, também. Finalmente Golden Slumbers, ali no coreto, a mostrarem que são mais do que vozes fofinhas e guitarraa acústicas. Belíssimo concerto que fez esquecer o calor horrível, avé! Sopa de Pedra, no Lopes-Graça, à hora de jantar. Tudo caladinho a escutar e a deliciar-se com as vozes, as harmonias, as melodias e caraças, que coisa bonita é esta que está a acontecer aqui. Que maravilha.

IMG_20160815_204516

Deu para dançar em Les Crazy Coconuts, que me pareceram funcionar muito melhor ao vivo do que em disco. Jantei nas mesas do largo, rodeada de cem soldenses, a ouvir um belo concerto de Jorge Palma. Só hits e tudo a soar mesmo ali no ponto. Até tive pena de não estar lá mais no meio, mas era precisar recarregar baterias que estava quase na hora de D’ALVA. Que festão. Que evolução incrível, de quem eu espero sempre muito e mesmo assim me consegue surpreender sempre. Estes migz vão longe, já fizeram e continuam a fazer história, nem que seja pela lufada de ar fresco que trouxeram à cena tuga. E nem falo (só) da música, mas de uma atitude, de uma liberdade e abertura de espírito que não te deixa indiferente. Esta malta dá-te a inspiração e motivação para acreditares que é possível. Seja o que for, venhas de onde vieres, é possível, és capaz. Damn, olha eles ali! Eu valorizo isso pra caramba, mesmo. Nutro muito muito carinho e admiração por D’ALVA, mêmo a sério ❤ Mereceis tudo isto e muito mais. TochaPestana foi festança da boa e Dj Rubi idem, se bem me lembro. Final perfeito para o melhor festival.

Já tenho saudades, falta muito para voltar a Cem Soldos? Só espero que não. É que durante o ano infelizmente sinto muita falta deste amor, deste interesse e deste apoio e projecção da música portuguesa, em quase todos os seus tamanhos e feitios. Enquanto tudo o resto continua a escassear, nós, que ouvimos atentamente a música deste país, teremos sempre Cem Soldos. Dizia o Varatojo que a música portuguesa se sente em casa nesta aldeia e eu concordo e acrescento: eu também.

Bem-haja a quem faz tudo isto possível. E até para o ano, espero eu!

 

pós-mêda

Voltei para a sétima edição porque o cartaz estava demasiado bom e no ano passado tinha lá conhecido um cão muita fixe.
E pessoas também, vá.

IMG_20160731_005215.jpg

No primeiro dia ouvi pela primeira vez os Flying Cages e gostei. Achei o moço demasiado colado ao Alex Turner mas as músicas não eram más, e mais do que isso, não eram tão coladas a outra coisa qualquer. Foi fixe, mas eu queria mesmo era ver Oioai. Já tinha aqui falado sobre isso, passei 90% do meu verão de 2007 a ouvir o primeiro disco de Oioai. Vi-os duas vezes, uma delas num mini festival numa aldeia perto de Alcobaça. Tinha 13 anos. Não preciso de dizer o quão incrível foi voltar a ouvir aquelas músicas ao vivo. Mas o concerto foi mesmo muito bom, as coisas novas prometem e nota-se que havia ali muitas ganas de voltar a tocar, não é regresso nostálgico é regresso para voltar a partir tudo. Ou pelo menos foi o que me pareceu. Ainda deu para voltar a ouvir a “Deves Estar a Chegar”, tudo óptimo. Depois houve PAUS e eu ainda não tinha visto PAUS com o novo disco e pareceu-me faltar qualquer coisa, não sei se foi pelo som se pelo set em si mas aquela força de um gig de PAUS pareceu estar uns furinhos abaixo. Mas só mesmo uns furinhos, porque foi um excelente concerto ainda assim, eu é que ainda tinha a noite no Musicbox do ano passado na cabeça.

Dia seguinte, já com possibilidade de passar no parque à tarde. Há montes de criançada no parque infantil a fazer escalada e slide e tiro com arco, e depois há a juventude sentada e deitada na relva a ouvir o S. Pedro (ok eu só tinha ouvido a “CBDV” e fiquei irritada comigo mesma por ainda não ter ouvido o disco todo porque adorei tudo ali) e os Birds Are Indie (outros que nunca tinha visto ao vivo mas que já andava a seguir há uns tempos e que maravilha que fofura de concerto). À noite houve Granada, que foi a única banda do festival de que não gostei – tudo demasiado tudo ao mesmo tempo tudo com muita pressa, não há necessidade – e Lemon Lovers! Estava mesmo curiosa para os ouvir porque sei que eles têm andado quase mais lá por fora do que por cá, o que é curioso. Gostei, talvez tenha sido o contraste com as outras bandas da noite, mas só os achei mais desligados do que o resto da malta, de resto, musicalmente, agradou. Sobre Salto sou suspeita porque gosto muito deles e gosto muito do disco, só tive pena que o público não conhecesse/estivesse muito interessado. Eu sei que o facto de não tocarem nada do primeiro disco não ajuda (o tipo ao meu lado passou o tempo todo a pedir a “Deixar Cair”) mas este está tão bom que merecia mais atenção.

No último dia cheguei ao parque já no final do Luís Severo, não me queixo porque já o vi e seguramente voltarei a vê-lo uma data de vezes por Lisboa. Mas Duquesa surpreendeu. O EP rodou bastante por aqui mas ainda não tinha visto ao vivo e, mesmo sem banda, deu show. Her Name Was Fire, já lá em baixo, à noite, aqueceram bem o recinto – belo duo sim senhora. Bed Legs foram uma óptima surpresa, principalmente pela voz do moço e pela postura, dado o pouco e desinteressado público. Mas Orelha Negra, amigos. Que lavagem de alma de concerto. Esperava muito e superaram tudo. Incrível. Final perfeito.

2016-07-31 03.15.20 1.jpg
Orelha Negra

É impossível apontar problemas a um festival totalmente gratuito, tão longe de tudo, que põe a cidade e a região no mapa, junta a malta da terra para ajudar no que é preciso, e faz estes milagres. Sim, porque quando andam pela Mêda a ideia dos nomes que por aqui já passaram no festival soa a história de ficção científica. Se para mim, numa cidade do Litoral e a uma hora de Lisboa já me soa impensável ter nomes destes na minha terra, imagino o que não será para as pessoas desta zona. E depois vejo o tipo ao meu lado em PAUS, vestido a rigor, que entre músicas berrava o nome de cada um deles, incrédulo a agarrar a baqueta do Hélio no final do concerto, com o pai a vir perguntar se ele conseguiu logo a seguir. Ou a miúda em Orelha Negra que no início do concerto apontava para o STK do nada e só dizia “ele está ali! ali! o Sam The Kid está ali!!”. A importância destes pequenos milagres não pode ser ignorada, isto é mais do que um evento cultural para a juventude no interior, como um presidente da câmara poderá dizer, isto é uma pequena prova de que estes milagres acontecem quando há pessoas que trabalham para que eles aconteçam e, mais importante ainda, acreditam que podem acontecer. O slogan do maior festival de verão do país este ano dizia que o sonho é real, pois então eu concordo, mas acho que ele está aqui, a 384km do passeio marítimo de algés. É que não dá para saírem da Santa Cruz a acreditar em impossíveis.

Salvé, Mêda +!

 

pré-mêda

Não sei se há quem aqui venha regularmente à procura de coisas novas mas se sim peço perdão pela falta de novidades. Entre a blitz e o estágio em espanha perdi tempo e vontade. Depois parecia que já tinha ficado demasiado tempo calada para voltar do nada. Anyway, vamos ignorar isso por um bocadinho e tentar voltar às publicações desinteressantes que tão bem caracterizam este cantinho.

Saio hoje para a Mêda, onde vou ver Paus, Oioai, S. Pedro, Birds Are Indie, Salto, Luís Severo, Duquesa e Orelha Negra. E mais umas coisas que ainda não conheço. Fica a promessa que depois venho aqui contar.

Mas já agora.
Sobre Oioai.
Estava aqui a fazer a mala e lembrei-me que ainda havia de ter algures estes papelinhos. Há 9 anos religiosamente guardados entre o bilhete do SBSR para o dia de Mastodon e Metallica e o dos Police no Jamor. Acho que a tecas de 13 anos ia gostar de onde está agora, mesmo que um bocado envergonhada por ainda tentar escrever coisas para um blogue. Mais logo descobrimos se a de 23 ainda sabe as letras todas do primeiro disco dos Oioai.

Processed with VSCO with c1 preset

queimo as mãos pelo futuro

Em Maio de 2013 fui ao então TMN Ao Vivo ver o Samuel Úria apresentar o “Grande Medo do Pequeno Mundo”. Vinha há um mês a desenrolar um novelo de músicos portugueses depois da tardia descoberta do primeiro disco a solo do Miguel Araújo. Nessa noite ou no dia seguinte, o Nuno Markl, que esteve presente nesse mesmo concerto, pôs qualquer coisa no facebook em que comparava o estado actual (de 2013, mind you) da música portuguesa com o boom do rock português. Dizia que nos anos 80 era demasiado novo para viver tudo aquilo, e que invejava quem agora tinha 20 anos e podia viver este novo “boom” bem de perto.

Acontece que tinha 19 anos e fiquei a matutar naquilo. Eu quando lia sobre o boom do rock português também ficava a sonhar com os concertos no Rock Rendez Vous e no quão incrível deve ter sido ver todas aquelas bandas, ir para o Frágil depois e dar de caras com o António Variações e tal (vá, a última parte já é culpa dos Filhos do Rock). Mas a questão é: eu tenho isso. Pronto, não tenho um RRV, mas tenho o Musicbox, o Sabotage, o Bons Sons e a D’Bandada. E sim, não tenho as multinacionais e uma indústria discográfica a lançar uma máquina de negócio que havia de chegar a níveis absurdos dali a uns anos, mas tenho a FlorCaveira e a Amor Fúria, a Pataca, a Cafetra, a Lovers & Lollypops. Entendem o que quero dizer? Tenho 22 anos e tenho a sorte de acompanhar de perto o melhor momento da música em Portugal. Não só a portuguesa, mas especialmente a portuguesa.

Porquê especialmente, perguntam vocês. Dizem que não é suposto acharmos que a música merece destaque só por ser portuguesa. Concordo. Mas não é só por ser portuguesa. É por ser portuguesa e ser boa. Fomos formatados durante muito tempo para acharmos que o que vem lá de fora é mil vezes melhor do que seja o que for que fazemos cá dentro. Então quando as coisas aparecem e são muito boas, o normal é ir logo comparar com qualquer coisa estrangeira e chegar à conclusão de que o camone é melhor. E no caso que me preocupa – o dos media – é especialmente difícil: porque o lá de fora tem mais promoção, passa na rádio, vai aos grandes festivais, tem x revistas estrangeiras a falar muito bem deles, logo, é sempre preferido. O tuga não tem nada disso. O tuga novinho e a aparecer não tem mesmo nada disso. Tem uns quantos blogs, um ou outro site de música, umas páginas de fb, e pouco mais. É difícil passar do passa palavra do grupinho que vai acompanhando os acontecimentos de perto.

Eu até podia vir aqui explicar-vos o que crescer a achar que só as coisas lá de fora é que são bem feitas fez à forma como me via a mim mesma e ao meu potencial como portuguesa. Ou como descobrir que há gente brilhante a fazer música incrível que vem do mesmo sítio que eu mudou drasticamente tudo isso. Mas isso não interessa porque, pelos vistos, o impacto que a música pode ter na mentalidade da juventude de um país é insignificante. O que importa é continuar a dar atenção ao que a industria impõe e ignorar qualquer manifestação alternativa, não é? Pois.

Podem rir-se desta minha irritação mas eu acredito mesmo que isto tudo merece atenção. E não digo que isso sejam menções pequenas uma vez de 2 em 2 anos. Digo acompanhamento, interesse, discussão. Acredito mesmo que é possível fazer a diferença e melhorar a situação. Não podemos estar dependentes de duas rádios (salvé Antena 3 e Vodafone FM, o que seria de nós sem vocês), tem de haver algo mais marcante que uns quantos sites e blogs (todo o respeito para os muitos que têm vindo a aparecer e a fazer mais e melhor do que muita imprensa “a sério”). É preciso qualquer coisa que tenha impacto, que não se afogue no oceano do online. Quiçá uma revista de música, conhecem alguma?

Isto é uma amostra de músicas/discos que já saíram este ano ou que estão quase aí. E sim, estamos em Março.

PAUS (disco “Mitra”, 12 de Fevereiro)

Salto (disco “Passeio das Virtudes”, 30 de Janeiro)

Linda Martini (disco “Sirumba”, 2 de Abril)

Jibóia (disco “Masala”, 8 de Fevereiro)

Minta & The Brook Trout (disco “Slow”, 26 de Fevereiro)

Golden Slumbers (disco “The New Messiah”, 15 de Fevereiro)

Sequin (EP “Eden”, 15 de Fevereiro)

Paraguaii (disco a 25 de Março)

Lotus Fever (disco em breve)

Filipe Sambado (disco “Vida Salgada”, 25 de Março)

C de Croché (disco “Thug Life”, 25 de Janeiro)

Peixe:avião (disco “Peso Morto”, 19 de Fevereiro)

Cais Sodré Funk Connection (disco “Soul, Sweat & Cut the Crap”, 26 de Fevereiro)

Marta Ren & The Groovelvets (disco “Stop Look Listen), 19 de Fevereiro)

Retimbrar (disco “Voa Pé”, 1 de Abril)

Deolinda (disco “Outras Histórias”, 19 Fevereiro)

Tiago Guillul (disco “Bairro Janeiro”, em breve)

Sensible Soccers (disco “Villa Soledad”, 1 de Março)

Isaura – novo single em Abril

Samuel Úria – novo disco (?) “quase a não tardar”

Sallim (disco “Isula”, 19 de Março)

Brass Wires Orchestra (disco “Icarus”, em breve)

Capitão Fausto (disco “Capitão Fausto têm os Dias Contados”, em breve)

Old Jerusalem (disco “A rose is a rose is a rose”, 11 de Março)

Filho da Mãe (disco “Mergulho”, 7 de Março)

 

Youthless (disco “This Glorious No Age”, 7 de Março)

Surma

Há uns tempos saiu uma bela compilação da Azul de Tróia, cujo título – que vem de uma canção d’Os (grandes) Capitães da Areia – e texto de apresentação resumem bem o que tenho tentado dizer.

Tenhamos a audácia de reconhecer que vivemos num país encantador. Portugal está a aprender e depende de quem cá está. Não podemos desistir de ser, por tudo aquilo a que a vida nos obriga. Valorizemo-nos. Há muito caminho a percorrer e percorrê-lo-emos a passo firme e lento, enquanto hasteamos a nossa cultura, procurando mais e participando activamente na educação musical e literária daqueles que nos rodeiam. A memória não pode mais ser curta e o que se faz por cá tem de ser firmado na terra. Não há vergonha em sonhar. Não tememos o ridículo nem a ambição. Existimos com brio, honestidade e distinção, entre o perigo da vertigem e os passos firmes da virtude. Essa mesma grande virtude que está no saber pular a cerca. Procuremos contornar os pesadelos, a fim de tocar no horizonte lá no fundo porque, se são muitos os dilemas sobre os quais nos deparamos, também há rios lindos para atravessar.

 

É bem possível que me tenham escapado coisas, principalmente de universos mais longínquos para mim (oi, hip hop), mas acho que percebem o que quero dizer. A música portuguesa merece mais vindo de nós, e já está na hora de deixarmos a condescendência de lado. Eu, como podem ver, ponho as mãos no fogo.

continuo sem saber que título dar a isto (novembro + dezembro)

05 de novembro de 2015
They’re Heading West, Frankie Chavez, 31º Aniversário Blitz, Musicbox, Lisboa

Só vi um pouquinho de They’re Heading West mas estavam magníficos, como sempre. Nunca tinha visto Frankie Chavez e gostei muito! Belo show de blues rock. Não deu para ficar para Mazgani porque #MetroLx, sabem como é.

11 de novembro de 2015
Ana Bacalhau, Ana Deus, Ana Moura, Batida, Bob da Rage Sense, Couple Coffee, D’Alva, Dino D’ Santiago, Eneida Marta, Francisco Fanhais, Freddy Locks, Gospel Collective, Joana Alegre, Karyna Gomes, Luís Varatojo, Luisa Sobral, Luiz Caracol, Márcia, Milton Gulli, NBC, Octapush c/ Cátia Sá, Samuel Úria, Sara Tavares, Selma Uamusse, Sergio Godinho, Sir Scratch, Terrakota, Tiago Gomes, Vicente Palma, Tó Trips, Rita Red Shoes, Concerto Liberdade Já, Jardim Amnistia Internacional, Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset
Samuel Úria + Ana Bacalhau, Márcia e Luisa Sobral

No final fiz as contas e foram quase 5 horas em pé. Nem me apercebi, não fosse o frio e tinha estado tudo bem. Todos os que subiram ao palco fizeram a festa. Leram-se poemas, dançou-se e gritou-se pela liberdade. Munto lindo. Mas ainda há muita luta a fazer, os 15+2 estão em julgamento e não se prevê solução fácil, por favor assinem a petição! (quem quiser ir sabendo novidades sobre o caso clique aqui)

17 de novembro de 2015
Duquesa, Golden Slumbers, Thunder & Co., Da Chick, Isaura, Portugal Festival Awards, S. Jorge, Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset

Foi só uma música de cada um por isso não conta muito para grande coisa, mas ainda assim: o Duquesa é um fixe, gostei muito de ouvir as Golden Slumbers ao vivo pela primeira vez (espero que não demorem a lançar coisas novas, gostei muito do EP), Thunder & Co fizeram grande festarola como seria de esperar, a Da Chick é maluca e provou que mereceu o prémio, a Isaura esteve maravilhosa as always.
A foto é com os verdadeiros vencedores da noite.

30 de novembro de 2015
Miguel Araújo, Arena Lounge, Casino Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset

Odeio concertos no Casino. Mas pelo AJ vale a pena.
Nada de novo, a banda é top, o artista idem, aquela Dancing Queen na E Tu Gostavas de Mim dá cabo da tecas, every damn time.

05 de dezembro de 2015
Chibazqui, You Can’t Win, Charlie Brown, Musicbox, Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset

Chibazqui tocaram todos os seus grandes êxitos incluindo aquela nova que já é nova desde o concerto de lançamento do disco e outra que é mesmo nova. Adorei tudo porque adoro o disco, fácil.
Charlie Brown estiveram tão bem. Primeiro concerto assim a sério a sério que vejo deles e gostei tanto. Ainda por cima houve Sad Song ❤ (e a nova música estava muito fixe, venha daí o novo disco!)

10 de dezembro de 2015
Miguel Araújo, Teatro-Cine Torres Vedras

AJ em versão quarteto só não é melhor que com a banda toda porque eu sou uma fraquinha por sopros. Levei a mãe e a mãe gostou, o que é tarefa difícil posso garantir.

15 de dezembro de 2015
Capicua , Concerto de Água e Sal, São Luiz, Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset

Não é bem um concerto, é a Capi a dizer poemas e pedaços de poemas bonitos sobre coisas bonitas com o Geraldes a tocar coisas bonitas e o JAS a fazer ilustrações bonitas.

17 de dezembro de 2015
Samuel Úria, Manuel Fúria, Os Lacraus, Chibazqui, Filipe Sambado, C de Croché, Ganso, Os Velhos, Luis Severo, Consoada Flor Caveira e Amor Fúria, Sabotage, Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset
Chibazqui

Melhor consoada de sempre.
O Sambado é o maior, o Cão da Morte idem, o Úria tocou a Ninivita portanto está tudo bem, a nova do Fúria promete, Ganso, C de Croché e Os Velhos ficaram uns furos abaixo do quão bom foi tudo o resto. Amo Chibazqui. Os Lacraus deram o melhor concerto de 2015 e só estiveram em palco durante 5 minutos. Acabámos a cantar a Alegria dos Heróis do Mar.
Melhor consoada de sempre.

31 de dezembro de 2015
Os Azeitonas, Arena Lounge, Casino Lisboa

Processed with VSCO with c1 preset

Supostamente já foi em 2016 mas wtv.
Odeio concertos no Casino, não sei se já disse? Concerto muito bom dentro das condições possíveis (aquele sítio para som é top #sqn, e se o público ali nunca é nada de jeito desta vez foi especialmente mau), com Salão América, Zão e Cantigas de Amor. Entrada no ano novo em família, como tem de ser.

continuo sem saber que título dar a isto (outubro)

06 e 07 de outubro de 2015
They’re Heading West + Frankie Chavez + 3/6 You Can’t Win, Charlie Brown + Peixe + Samuel Úria, Casa Independente, Lisboa

Gosto muito de They’re Heading West e o lançamento do disco era coisa imperdível, ainda por cima com tanto convidado de prestígio. E foi tudo tão bonito na primeira noite que não resisti em repetir a dose. Ora, a Well, sempre. A Barbarella a duas vozes, a Buzz pelo Afonso Cabral, o Peixe na Future Me (!!), o Frankie Chavez sendo awesome como sempre, a Large Amounts com toda a gente. Foi tudo muito muito bom, quando é o próximo?

08 de outubro de 2015
Savages, Lux-Frágil, Lisboa

Depois do bocadinho que consegui ver no super bock, finalmente um concerto só delas e no sítio certo. Que noite! Concerto super intenso, Jehnny Beth é uma frontwoman do caraças e as novas músicas estão incríveis. Assim vale a pena esperar pelo novo disco. E aquela Fuckers!

10 de outubro de 2015
Benjamim, Embaixada, Trampolim Gerador, Lisboa

Benjamim no Trampolim. Vi-o este verão ainda sem disco na rua, e entretanto o Auto Rádio tornou-se num dos meus favoritos deste ano. Fácil. Ao vivo só gostei ainda mais das canções, que com banda soam ainda melhor. Tudo certo.

15 de outubro de 2015
Torpe, Chibazqui, Samuel Úria & As Velhas Glórias, Noite do Crime Eléctrico, Sabotage, Lisboa

Torpe e “isto é aquela música d’Os Filhos do Rock!!!” e depois lembro-me que nunca acabei de ver isso, que xunga. Chibazqui magníficos como sempre, gostei das coisas novas, e das que já existiam. Vão ouvir o disco, vale a pena.
Samuel Úria & As Velhas Glórias implacáveis outra vez, podiam fazer isto todas as semanas, não me importava. Agora choro porque parece que para a próxima há Lacraus e eu não vou poder ir.

17 de outubro de 2015
Os Azeitonas, Grande Prova Mediterrânica de Vinhos e Azeites do Alentejo, CCB, Lisboa

Os azeites eram todos bons. Concerto a cumprir, mas com algumas surpresas agradáveis: Canção Caubói, Zão e Cantigas de Amor. Assim vale ainda mais a pena.

23 de outubro de 2015
António Zambujo, Diabo na Cruz, Adoramos a Nossa Gastronomia com Coca-Cola, Sala Tejo, MEO Arena, Lisboa

Não sou grande fã do Rua da Emenda e ainda não tinha visto o Zambujo neste registo. Achei estranho não haver Zorro nem Lambreta mas houve Guia por isso está tudo bem.
Diabo foi surpreendente porque aquele sítio era estranho mas deixou de o ser quando o concerto começou. E depois o alinhamento foi diferente e houve Fronteira e Bomba Canção e Corridinho… Vale mesmo sempre a pena. Sempre.

24 de outubro de 2015
Inga Copeland, PAUS, Jameson Urban Routes, Musicbox, Lisboa

Inga Copeland foi estranho. PAUS foi maravilhoso. Muito mais intenso que no SdC, talvez por ser num Musicbox cheio. As novas soaram muito bem, venha daí esse Mitra!

30 de outubro de 2015
David Fonseca, CCB, Lisboa

Merece. Merece os CCBs todos esgotados e as ovações todas. Que disco é este e que concerto foi! Futuro Eu é muito mais do que “David Fonseca em Português”, são poucos os que conseguiriam reinventar-se assim. Momentos altos: Deixa Ser e É-me Igual com a Márcia, o início com Futuro Eu e Chama-me Que Eu Vou, Hoje Eu Não Sou, Funeral e Deixa a Tua Voz Depois do Tom. E todas as outras que já conhecíamos.

continuo sem saber que título dar a isto (setembro)

04 de setembro de 2015
HMB, Brigada Victor Jara, Marta Ren, Janita Salomé, Fausto, Mimicat, Capicua, Expensive Soul, Festa do Avante!, Seixal

Ahh a bela da Festa do Avante!
HMB mais uma vez a oferecer uma festa incrível, não há como não adorar. Brigada Victor Jara mais animados do que no SdC e que bonito foi? As pessoas começaram a dançar à nossa volta e muita gente ia cantarolando, mesmo fofo. Nunca tinha visto Marta Ren e que grande show de soul e funk, amigos, gostei muito. Saímos a meio para ir ouvir Janita Salomé cantar poemas bonitos. De Fausto vimos pouco e cedo fugimos para Mimicat. Mais um grande show de soul, há um ano vi-a numa Fnac meio vazia e agora vi-a com a tenda do 1º de Maio cheia de gente muito impressionada, u go gurl!
Capicua é rainha absoluta deste universo e do outro. Concerto brutal com espaço para a palavra, para a batida, para as ilustrações ao vivo (!!) e para muito #barulho. Depois disto, chegar ao concerto de Expensive Soul e ouvir um deles pedir às meninas do público para abanarem o rabo… bem… é melhor ir para casa.

05 de setembro de 2015
Linda Martini, Dead Combo, Xutos & Pontapés, Festa do Avante!, Seixal

Linda Martini mereciam mais público e não sei se a coisa não teria sido mais bonita se tivesse acontecido no outro palco. Ainda assim, lindos e maravilhosos como sempre. De Dead Combo ouvimos um bocado do final porque a tenda estava a abarrotar, foi a banda-sonora do jantar à beira lago. Xutos foi Xutos. Da última vez que os vi desiludiram-me para caramba porque por cada oldie tocavam umas 4 ou 5 do novo de seguida, e nem estou a exagerar. Aqui redimiram-se, apesar das pausas e da pouca criatividade (têm muito melhor do que aquelas 6 ou 7 com que têm de insistir sempre…).

10 de setembro de 2015
D’Alva, Uzina Varanda Fest, Vogue’s Fashion Night Out, Lisboa

Migz, que cena mais estranha. Eles na varanda e nós, gente que só se atreveu a ir à baixa na pior noite para se ir à baixa para vermos D’Alva (também queria ter visto Sequin mas o horário não foi meu amigo), é que nos sentíamos na montra. Ora então, Príncipe Real, nós num passeio do outro lado da rua a olhar para cima enquanto o povo da fashion passava de um lado para o outro à nossa frente. Sofri, mas o que vale é que gosto muito dos D’Alva e apesar do sofrimento, gostei de os ver, como sempre.

11 de setembro de 2015
Bruno Pernadas, Teatro D. Maria II

Mais um concerto numa varanda, só porque sim. Desta vez o grande Pernadas e a sua mui digna entourage. Adoro o disco e ainda não tinha conseguido vê-lo ao vivo e valeu super a pena. Juro que nunca pensei que soasse tão bem ao vivo, foi mesmo muito muito bom. Quem não conhece por favor clique aqui.

12 de setembro de 2015
Tó Trips, They’re Heading West, Éme, The Black Mamba, Miguel Araújo, NOS em D’bandada, Porto

Café Ceuta durante Tó Trips.
Café Ceuta durante Tó Trips.

Café Ceuta a abarrotar para ver e ouvir Tó Trips, que desta vez trouxe percussão e ainda bem, torna a cena ao vivo ainda mais fixe. Lá tocaram também os They’re Heading West de quem também gosto sempre muito. É um bocado curioso que num dia em que há 78 concertos não se consiga ver mais do que 5, mas os sítios são sempre assim pequenos (o Café Ceuta até é espaçoso) e acontece tudo ao mesmo tempo. No meio de tanta coisa uma pessoa precisa de se alimentar. Devido a essa inconveniente necessidade básica, perdemos boa parte do concerto do Éme. Aliás, só apanhámos as duas últimas. Fiquei mesmo com pena. Depois de na Fatacil ter sabido a pouco, nos Aliados The Black Mamba mostraram-me finalmente o que valem ao ar livre e longe de casa. Grande concerto! Seguiu-se um moço que estava mais do que em casa e que, mesmo assim, conseguiu superar todas as expectativas. Não sei quem gosta mais um do outro, se o Miguel Araújo do Porto, se o Porto do Miguel Araújo. Impressionante.

17 de setembro de 2015
Diabo na Cruz, Moita

Não houve Braga e eu não ia poder ir ao NOVA Música. Felizmente consegui dar um saltinho à Moita para matar saudades (obrigada, Susana!!). Juntou-se mais um grupinho de amigos do diabo e fez-se a festa. Foi bem bonito, como é sempre.

25 de setembro de 2015
Diabo na Cruz, Feira da Luz, Lisboa

Valeu por aquela versão um bocado coise da Azurvinha, juro que pensava que nunca ia conseguir ouvir a minha favorita do disco ao vivo. Ainda houve Regresso da Lebre e Amélia (que fica ainda mais fofa ao vivo), para completar o leque de canções que a tecas nunca tinha ouvido. E depois houve mais uma data de coisas bonitas que já não apareciam há algum tempo, incluindo Armário da Glória, só mesmo para fechar em grande :)) E para poderem dizer que tocaram o disco todo, pois.

26 de setembro de 2015
Diana Martinez & The Crib, Estádio do Dragão, Porto

Quando ouvi o Unchained Mellody em a capella gostei muito da voz dela, depois ouvi o single e não gostei da música. Tendo isto em conta, o showcase surpreendeu porque não desgostei de nada. Também não adorei nada, mas não é o meu tipo de coisa. A voz dela ao vivo é mesmo fixe.

26 de setembro de 2015
Rita Redshoes, Diabo na Cruz, Noites Ritual, Porto

Foi tudo muito intenso no Porto. O nevoeiro, os concertos, o temperamento dos seguranças…
Nunca tinha visto a Rita Redshoes ao vivo e gostei muito. Talvez não seja a cena mais fixe para ver em pé e ao frio, mas adorei a voz dela. A banda que tocou a seguir também foi fixe. Estava muita gente que gosta muito deles. Eu não sei bem o que aconteceu mas vi o concerto rodeada de pessoal fixe vindo dos mais variados recantos do país. O concerto foi muito bom, o público do Porto é mesmo o melhor público. Onde mais é que o povo usa a Canta, Amigo, Canta para pedir mais um encore? Épico. Depois Fronteira e Bomba Canção para acabar com o verão da melhor maneira possível. Foi dos melhores, com os melhores, na melhor cidade. Não tenho palavras para agradecer. E, sim, já tenho saudades.

27 de setembro de 2015
Tatanka, Estádio do Dragão, Porto

Então houve Red Dress e Canção de Mim Mesmo e as novas do moço a solo e em tuga estão muito muito fixes. Assim vale a pena ter de ir ao Dragão. Depois fomos ver um Museu cheio de estátuas feias e com pessoas a fingir que são estátuas (má onda, a sério) e video mappings manhosos e tal. Valeu pelo Mourinho.