reeperbahn festival 16

alas, o swsx europeu. ou pelo menos é o que dizem, eu não sei, nunca fui a austin. eles dizem que são mais de 450 concertos em mais de 70 salas. depois há as conferências (mais de 230) e os eventos extra música como exposições, filmes, etc. tudo isto dura 4 dias e passa-se maioritariamente no famoso reeperbahn – o red light district aqui do sítio.

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atentem pf em como tive direito a cedilha :))

é tudo um bocado overwhelming. uma pessoa que não conhece a zona perde-se facilmente (zero indicações. carai, até o bons sons que só tem 8 palcos e acontece numa aldeia tem setinhas para os sítios!), e depois claro que a maior parte das salas enche cedo facilmente e claro que acontece tudo ao mesmo tempo. o bilhete diário só para os concertos custa 45€, o que é barato para esta gente, também porque a grande maioria das bandas, como devem imaginar, são ilustres desconhecidos.

tive acesso completo ao festival, ou seja, fui como vão as pessoas do business: fitinha ao pescoço a identificar e tal e coiso. há mil e uma sessões de “networking” e muitas conferências sobre dinheiro (os títulos são diferentes mas no fundo vai tudo dar ao mesmo, não é migz?), mas eu só usei o meu privilégio de “delegada” para duas sessões.

a primeira foi a da jessica hopper. ex-editor in chief da pitchfork review. porquê ex? porque descobriu que recebia bem menos do que os homens que trabalhavam para ela. está nisto desde os 15 anos, quando começou uma fanzine dedicada à cena punk do Minnesota, de onde é. hoje é editora da mtv news. há coisa de um ano foi convidada a falar no bigsound e por causa disso lançou umas perguntas no twitter que provocaram uma discussão assustadora, mas necessária. recomendo qualquer pessoa a ver esse keynote (aqui).

Sometime in the gulf between Beatlemania and Beibermania we’ve lost sight of the enduring capacity that young women have to anticipate, sustain, and add cultural value to the experience of music. The term ‘fangirl’ tends to be a pejorative form, it’s associated with a somehow lesser experience of music. As if teen girls in all their riotous enthusiasm are simply undermining the point. As if artists are made less important by that fangirl excitement, which is reduced and delegitimize as hysterical or silly or – worst of all – stupid. Their interest is assumed to be based on the glimmering surfaces, or their attraction to the artist, rather than what they actually get from the music, or the concerts, or the fan communities that they are part of. Their interest is seen as an adoration that spoils the credibility of the artist that they love. Yet, teen girls make the biggest market of music consumers in the world today. According to a study by the Parks Associates women are not only one half of the world’s population but they also consume more music than men. So the question then remains: why doesn’t music culture at large, from the labels, to the publications, to the tech industry, production studios, live concert venues… why aren’t these places taking fangirls seriously? Why do women in music, still in 2015 a full 63 years since Big Mama Thornton recorded ‘Hound Dog’, one of our earliest rock and roll songs, why do women feel like they don’t belong here?

deu para trocar palavras no final o que me deixou muito contente sobretudo pelo facto de ter conseguido não me engasgar. foi uma maneira fixe de começar o festival.

a segunda foi a do tony visconti. deviam saber quem é mas se não sabem basta dizer que é o tipo que produziu grande parte dos discos de bowie e de t-rex e depois trabalhou com uma data de gente tipo u2, sparks, paul mccartney, thin lizzy, kaiser chiefs (só malta fixe, portanto). foi uma bela entrevista do steve blame, e visconti falou de tudo o que se esperava, ou seja, maioritariamente sobre marc bolan e david bowie. houve muitas histórias encantadoras e engraçadas (a que envolvia o bowie, o lennon, ele e o mccartney foi a mais fixe), mas era sempre heartbreaking quando tinha de corrigir o tempo verbal a falar do bowie. “He loves musical- he – he loved musical theatre” 😦

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tony visconti + steve blame

e concertos?
no primeiro dia vi o final de alex vargas (e gostei) no docks, uma sala que tem ar de clube normal na fachada e depois é uma coisa com proporções de ginásio lá da escola. houve blossoms (muito bom) por lá também. no imperial theater – um teatro com um cenário de um interior de um castelo, com escadas e quadros nas paredes – fui surpreendida por KEOMA (melhores quando ela canta, mas sempre interessantes). até que chegou a altura de entrar no mítico molotow para ver os the hunna partirem tudo. foi do bom.

no segundo vi maioritariamente tugas no pooca bar. primeiro a surma a ser maravilhosa, depois we bless this mess a ser tão encantador como engraçado e no final first breath after coma a deitarem aquilo tudo abaixo. pelo meio dei um salto ao docks – demasiado tempo num espaço pequeno cheio de gente obrigou-me a procurar um sítio mais respirável – e deixei-me levar pela fofura do jamie lawson (wasn’t expecting that, at all :v). por gostar tanto daquela sala resolvi abrir a app do festival e consultar o programa do docks para o dia seguinte. e apareceu-me lá biffy clyro. e o meu primeiro pensamento foi “oh, um erro. devem ter vindo o ano passado ou assim, se viessem este ano eu sabia. claro que sabia”. (para contextualizar: estive semanas a estudar o cartaz do reeperbahn + adoro biffy). depois abri o link e ohmeudeus surprise set??? tinha sido anunciado naquela tarde. portanto, biffy clyro, no docks, dali a 24h. depois de os perder no alive por duas vezes. okay, #respiratecas.
dei um salto ao molotow para apanhar um pouco de yak mas a fila era enorme, o que me tirou a vontade sequer de tentar sair cedo de FBAC para apanhar spring king. e FBAC nem mereciam que eu saísse, foi concertaço. Leiria represent!!

no terceiro vi holy holy – não a banda do visconti, infelizmente, são uns australianos meio country – e poor nameless boy, duas coisas aturáveis. segui para o bunker – sim, o bunker da segunda guerra mundial que agora é loja de música e sala de concertos e mais uma data de coisas, normal – ver tiger lou. aparentemente por aqui são grande cena e “voltaram” agora e havia gente muito emosh no público, para mim foi só fixe. o que eu queria mesmo ver era jagwar ma e isso sim, foi #dartudo. mas um dar tudo muito controlado… é que logo a seguir fui para a fila para o docks, aturei o final do alemão maxim (nah) e depois esperei tipo velhinha do tony carreira – lá na frente, de mão na grade – pelos escoceses mai lindos (a seguir ao mcgregor, sim, tá bem…). como devem imaginar foi fantabulástico e agora que vos escrevo isto já estou na posse de bilhetes para os rever, primeiro aqui em novembro, depois em portugal em janeiro. são lindes. mon the biff. etc.

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biffy clyro

e pronto, foi assim o reeperbahn da tecas. acima de tudo foi muito fixe ver portugueses representados e perceber que não estamos nada abaixo das restantes ofertas. vi ingleses, holandeses, australianos, canadianos, alemães, escoceses, suecos… a tuga tem gente capaz de entrar neste circuito na boa, e nem acho que tenhamos sido representados pelo best of, se me entendem. foi óptimo presságio para o que poderá vir a acontecer no eurosonic, e até num pós-eurosonic. e btw, o reeperbahn também tem country focus 😉

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do querido mês de agosto a hamburgo

Prestes a sair da tuga outra vez (desejo para 2017: conseguir passar mais de 3 meses seguidos em Portugal), optei por manter-me ocupada ao máximo para evitar grandes despedidas ou coisas dessas chatas.

Então, o agosto pós-bons sons teve 12 concertos em 9 dias seguidos, entre o belo parque das Caldas, a baía de Cascais, as Festas de Corroios e o Festival do Crato. Juro que não havia requisito de só visitar terras começadas por C, mas acabou por suceder. Desses dias posso falar-vos do quão bom foi ver tanta gente no meu parque, e sobretudo tanta gente tão maravilhada com o sítio. Espero que a feira passe a acontecer todos os anos, sempre com cartaz musical de categoria e muita gente a visitar. Foi mesmo bonita, a festa! Lá na terra houve HMB a tirar o pé do chão, The Black Mamba (com as migas!) a dar show e Ana Moura a inundar o recinto de gente. E pelo meio um concertozinho de um tal Miguel Araújo, que como devem imaginar foi das melhores e mais especiais coisas que este verão teve.

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o melhor parque da melhor terra.

Adiante, em Cascais tivemos festão do bom com os sempre enormes D’ALVA, que depois da Eira a abarrotar em Cem Soldos tiveram uma baía bem tímida ao início mas que logo se encheu e rendeu, claro está. Tem sido incrível acompanhar o percurso destes migz, superam sempre a expectativa e de que maneira. São grandes e ainda têm muito que crescer :’) Uns dias mais tarde houve reunião de migas para Diana Martinez & The Crib e Os Azeitonas, que cumprem sempre a função com grande prestígio.

Não podia ser agosto sem uma visita às Festas de Corroios, não é verdade? Desta vez a uma terça-feira e com aquele nervoso de “ai, será que isto se compõe minimamente para receber os meninos”. Claro que o que aconteceu foi o recinto muitíssimo bem preenchido e um público maravilhoso. Como é que alguma vez duvidei, Diabo na Cruz na margem sul é sempre outra coisa! Já no Alto Alentejo fui muito feliz com a Susana a oferecer presentes (tradição é para cumprir!) aos Kaiser Chiefs e a vê-los yet again. Kaiser é aquela banda que em disco pode levantar muitas questões (as novas músicas estão… hm… err… pois) mas depois ao vivo dão sempre aquela sensação de que estás a ver o melhor concerto da tua vida. Só dura uma hora e pouco, mas é mágico. E depois são uns fofos que adoram este cantinho, o que só torna tudo ainda melhor. Fiquei pelo Crato para no dia a seguir ter um pouquinho de Ujos, ver miguel jorge partir tudo, matar saudades do zamba e soltar aquela lagrimita porque romã ❤

Depois ainda houve uma visita relâmpago a Faro para ver um adorável concerto de Nuno Prata, um belo show de Cais Sodré Funk Connection, um concertaço dos enormes Salto e a categoria habitual de uns tais Diabo na Cruz. O Festival F é num sítio muito giro, mas é tudo ao mesmo tempo, e depois há gente que fica em palcos demasiado pequenininhos e tal. Diria que mais valia ter menos bandas a tocarem para mais gente, tiravam-se uns palcos e começava-se a coisa mais cedo e ó, aí sim, tínhamos festival. No dia seguinte houve regresso ao Avante, depois de um par de horas na cama e muitas num autocarro da Rede-Expressos. Mas é sempre tão bom estar no Avante, com tanta gente tão diferente e com tanta coisa para ver e fazer e tantos migos por lá! Vimos Sam Alone & The Gravediggers e Criolo (Fora Temer!) deitadinhos na relva. Los de Abajo lá no meio a #dartudo e grade para os melhores 50 minutos de música ao vivo do ano. Adorava conseguir explicar-vos o que significou vê-los finalmente ali à noite, com tanta tanta gente para os ver e tanto coro, tanta dança, tanta palma, tanta euforia canção atrás de canção. Foi tudo incrível, do início ao fim. Não deu para tirar foto nenhuma de jeito, mas o sempre fixe Marco Almeida, do musicfest.pt, capturou bem o meu modo mãe orgulhosa de suas crianças.

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a senhora ao meu lado não conhecia e adorou : )

Ainda houve Ferro Gaita e Ana Moura, eu sei, mas estava noutra. Voltei a apanhar os migz a tempo da Dia de Folga e da Desfado mas já não tinha voz para nada. Valeu! Só não foi mesmo perfeito porque não ouvi uma única carvalhesa que desgosto como é possível fui ao Avante e não dancei a carvalhesa #triste #desolada

Depois de isto tudo? 7 da matina no aeroporto que há um avião para apanhar. Em Hamburgo chovia, para contrastar bem com os 40º C do dia anterior. Anyway, cá estou e estarei até inícios de Dezembro. Juro que prometo que qualquer dia conto como vai a vida por aqui.

 

 

teremos sempre Cem Soldos

Voltar ao Bons Sons foi como voltar a casa. Só que só lá tinha estado há dois anos, por quatro dias. Mas foi mesmo isso que senti quando voltei a entrar na aldeia. Lembrava-me tão bem de onde e como tudo era, da paz e respeito que por ali se sente, do calor abrasador e dos borrifadores a combatê-lo, da música em todo o lado. Apesar das mudanças dos últimos anos (Giacometti em coreto, a separação do Lopes-Graça e do Aguardela, aquela pseudo relva maravilhosa no largo, etc), o Bons Sons não perdeu a identidade e mesmo assim não deixou de inovar e crescer. É mesmo um sítio muito especial ao qual queremos sempre voltar. O ano passado sofri por não ter conseguido ir, este ano não podia mesmo faltar. E desta vez, mesmo não acampando, acabei por viver a aldeia muito mais (e melhor!).

sexta-feira, 12 de agosto

Esperava mais de Pega Monstro mas admito que aqueles talvez não fossem nem o lugar nem a hora ideal para elas. Ainda assim, muito amor para as irmãs Reis. O documentário do Auto-Rádio está à altura do discaço do Benjamim com que partilha nome. A ligação às frequências da rádio, as entrevistas e presença constante das vozes a que estamos habituados a ouvir na telefonia, interligadas com os momentos de cada um dos 33 concertos em 33 dias (!!!) e a dissecação do álbum em si está muito bem conseguida. E há SILOS! Munto orgulho em ter tido a digressão na minha terra e poder ter lá estado.

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Birds Are Indie com mais um concerto de rebentar a escala de fofura. Que disco bonito e que banda tão fixe. Ambiente perfeito para o pôr-do-sol no Giacometti. Claro que andámos a cantarolar a Partners In Crime o resto dos dias. Best Youth ❤ finalmente como deve ser! Adorei, porque gosto muito deles e do Highway Moon e porque ainda não os tinha conseguido ver sem ser um niquinho no sbsr há já um ano. Foi o primeiro concerto na Eira, acabou por ser um óptimo presságio para o último. Kumpania Algazarra deve ser giro se estiveres nesse mood mas eu não estava, e lá está, prefiro o Kusturica. Sensible Soccers pareceu ter sido bonito mas muito lá ao fundo e entre conversas. É que este Bons Sons teve uma bela dose de malta fixe.

sábado, 13 de agosto

Quando se enche uma pequena igreja para ouvir, cantar e aprender com as Adufeiras do Paúl, o resultado só pode ser maravilhoso. Dos melhores concertos que presenciei nesta edição e dono do melhor momento: Milho Verde (em homenagem ao “pai disto tudo”)/Armas do Meu Adufe cantado por uma igreja a abarrotar de gente e a ovação que se seguiu. De arrepiar. Deu-me a quebra do calor e do sono em Grutera, passei pelas brasas no largo ao som de Few Fingers. Lavoisier acordou-me e bem. Que belíssima surpresa, que voz, que interpretação. Quanta coisa cabe numa guitarra e numa voz daquelas: Pessoa, canção popular, Acordai e belas canções originais. Ali no coreto, com a malta sentada ao final do dia, a velhota à janela no rés-do-chão com a neta bebé ao colo, por cima dela os pés de quem se sentava ao parapeito no primeiro andar. Os alemães ao meu lado maravilhados, e a citação do Lopes-Graça: “a música popular portuguesa é bela, difícil é reconhecê-lo”. O Bons Sons é muito isto.

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LODO é fixe sem voz, embora ainda muito colado às óbvias influências. Foi muito giro ver a banda da terra (de quem já foi voluntário no festival e quem cresceu a viver a aldeia) a tocar para tanta gente, tho. Palmas a eles por isso, e boa sorte para a final do concurso de bandas lá no Porto. Preciso que o disco da Cristina Branco chegue rapidamente, foi a conclusão a que cheguei depois do concerto. Há muita coisa bonita ali. Da Chick foi funk, foi dance, foi hip hop e Mike El Nite. E foi bocejo e friozinho e “hmm acho que vou para o largo”. Não foi o dia de Da Chick para mim, mas ele há-de chegar, até porque tenho mad respect por ela. Ainda não tinha ouvido o Outras Histórias e agora que escrevo isto já ando viciada no disquinho. Foi o efeito que o concertaço de Deolinda teve em mim. Ainda não me tinham convencido ao ar livre e desta vez parece que compensaram por todas as outras. Amei. Que lindos sois.

domingo, 14 de agosto

O André Barros escreve e toca coisas muito fofas. A Isaura deu grande show. Daquela Tradiio Sessions no Musicbox para aqui houve uma evolução notável. Gostei imenso do EP (e da Change It e da Eight) e fiquei muito muito feliz por vê-la ali tão bem. E por ter havido Lost, coisa que nunca pensei que fosse acontecer ali. Sou #TeamIsaura e tenho grandes expectativas para o que aí vem.

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O disco dos Keep Razors Sharp tem rodado tanto nestes dois anos, que eu esperava grandes coisas daquele início de noite na Eira. Não desapontaram. Bandaço. Roque Enrole do bom, preciso de mais, se faz favor. White Haus foi ziro, o João Vieira é o maior, mas dá-me mais saudades de X-Wife do que outra coisa. Fandango foi show. Não sabia bem o que esperar e gostei mesmo. Mas tenho algum receio de que em disco não bata tanto como bateu ao vivo. Veremos, mas confirmou a minha crença de que se tem o Varatojo é bom.

segunda-feira, 15 de agosto

Quantas referências já fiz aqui a feromona e Chibazqui? Pois. Diego Armés na igreja foi deveras bonito. E sim, houve feromona <3. De Flak só comecei mesmo a gostar quando entrou Rádio Macau na cena. Solos de guitarra e saltos do amplificador em pleno altar? O Bons Sons é muito isto, também. Finalmente Golden Slumbers, ali no coreto, a mostrarem que são mais do que vozes fofinhas e guitarraa acústicas. Belíssimo concerto que fez esquecer o calor horrível, avé! Sopa de Pedra, no Lopes-Graça, à hora de jantar. Tudo caladinho a escutar e a deliciar-se com as vozes, as harmonias, as melodias e caraças, que coisa bonita é esta que está a acontecer aqui. Que maravilha.

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Deu para dançar em Les Crazy Coconuts, que me pareceram funcionar muito melhor ao vivo do que em disco. Jantei nas mesas do largo, rodeada de cem soldenses, a ouvir um belo concerto de Jorge Palma. Só hits e tudo a soar mesmo ali no ponto. Até tive pena de não estar lá mais no meio, mas era precisar recarregar baterias que estava quase na hora de D’ALVA. Que festão. Que evolução incrível, de quem eu espero sempre muito e mesmo assim me consegue surpreender sempre. Estes migz vão longe, já fizeram e continuam a fazer história, nem que seja pela lufada de ar fresco que trouxeram à cena tuga. E nem falo (só) da música, mas de uma atitude, de uma liberdade e abertura de espírito que não te deixa indiferente. Esta malta dá-te a inspiração e motivação para acreditares que é possível. Seja o que for, venhas de onde vieres, é possível, és capaz. Damn, olha eles ali! Eu valorizo isso pra caramba, mesmo. Nutro muito muito carinho e admiração por D’ALVA, mêmo a sério ❤ Mereceis tudo isto e muito mais. TochaPestana foi festança da boa e Dj Rubi idem, se bem me lembro. Final perfeito para o melhor festival.

Já tenho saudades, falta muito para voltar a Cem Soldos? Só espero que não. É que durante o ano infelizmente sinto muita falta deste amor, deste interesse e deste apoio e projecção da música portuguesa, em quase todos os seus tamanhos e feitios. Enquanto tudo o resto continua a escassear, nós, que ouvimos atentamente a música deste país, teremos sempre Cem Soldos. Dizia o Varatojo que a música portuguesa se sente em casa nesta aldeia e eu concordo e acrescento: eu também.

Bem-haja a quem faz tudo isto possível. E até para o ano, espero eu!

 

pós-mêda

Voltei para a sétima edição porque o cartaz estava demasiado bom e no ano passado tinha lá conhecido um cão muita fixe.
E pessoas também, vá.

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No primeiro dia ouvi pela primeira vez os Flying Cages e gostei. Achei o moço demasiado colado ao Alex Turner mas as músicas não eram más, e mais do que isso, não eram tão coladas a outra coisa qualquer. Foi fixe, mas eu queria mesmo era ver Oioai. Já tinha aqui falado sobre isso, passei 90% do meu verão de 2007 a ouvir o primeiro disco de Oioai. Vi-os duas vezes, uma delas num mini festival numa aldeia perto de Alcobaça. Tinha 13 anos. Não preciso de dizer o quão incrível foi voltar a ouvir aquelas músicas ao vivo. Mas o concerto foi mesmo muito bom, as coisas novas prometem e nota-se que havia ali muitas ganas de voltar a tocar, não é regresso nostálgico é regresso para voltar a partir tudo. Ou pelo menos foi o que me pareceu. Ainda deu para voltar a ouvir a “Deves Estar a Chegar”, tudo óptimo. Depois houve PAUS e eu ainda não tinha visto PAUS com o novo disco e pareceu-me faltar qualquer coisa, não sei se foi pelo som se pelo set em si mas aquela força de um gig de PAUS pareceu estar uns furinhos abaixo. Mas só mesmo uns furinhos, porque foi um excelente concerto ainda assim, eu é que ainda tinha a noite no Musicbox do ano passado na cabeça.

Dia seguinte, já com possibilidade de passar no parque à tarde. Há montes de criançada no parque infantil a fazer escalada e slide e tiro com arco, e depois há a juventude sentada e deitada na relva a ouvir o S. Pedro (ok eu só tinha ouvido a “CBDV” e fiquei irritada comigo mesma por ainda não ter ouvido o disco todo porque adorei tudo ali) e os Birds Are Indie (outros que nunca tinha visto ao vivo mas que já andava a seguir há uns tempos e que maravilha que fofura de concerto). À noite houve Granada, que foi a única banda do festival de que não gostei – tudo demasiado tudo ao mesmo tempo tudo com muita pressa, não há necessidade – e Lemon Lovers! Estava mesmo curiosa para os ouvir porque sei que eles têm andado quase mais lá por fora do que por cá, o que é curioso. Gostei, talvez tenha sido o contraste com as outras bandas da noite, mas só os achei mais desligados do que o resto da malta, de resto, musicalmente, agradou. Sobre Salto sou suspeita porque gosto muito deles e gosto muito do disco, só tive pena que o público não conhecesse/estivesse muito interessado. Eu sei que o facto de não tocarem nada do primeiro disco não ajuda (o tipo ao meu lado passou o tempo todo a pedir a “Deixar Cair”) mas este está tão bom que merecia mais atenção.

No último dia cheguei ao parque já no final do Luís Severo, não me queixo porque já o vi e seguramente voltarei a vê-lo uma data de vezes por Lisboa. Mas Duquesa surpreendeu. O EP rodou bastante por aqui mas ainda não tinha visto ao vivo e, mesmo sem banda, deu show. Her Name Was Fire, já lá em baixo, à noite, aqueceram bem o recinto – belo duo sim senhora. Bed Legs foram uma óptima surpresa, principalmente pela voz do moço e pela postura, dado o pouco e desinteressado público. Mas Orelha Negra, amigos. Que lavagem de alma de concerto. Esperava muito e superaram tudo. Incrível. Final perfeito.

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Orelha Negra

É impossível apontar problemas a um festival totalmente gratuito, tão longe de tudo, que põe a cidade e a região no mapa, junta a malta da terra para ajudar no que é preciso, e faz estes milagres. Sim, porque quando andam pela Mêda a ideia dos nomes que por aqui já passaram no festival soa a história de ficção científica. Se para mim, numa cidade do Litoral e a uma hora de Lisboa já me soa impensável ter nomes destes na minha terra, imagino o que não será para as pessoas desta zona. E depois vejo o tipo ao meu lado em PAUS, vestido a rigor, que entre músicas berrava o nome de cada um deles, incrédulo a agarrar a baqueta do Hélio no final do concerto, com o pai a vir perguntar se ele conseguiu logo a seguir. Ou a miúda em Orelha Negra que no início do concerto apontava para o STK do nada e só dizia “ele está ali! ali! o Sam The Kid está ali!!”. A importância destes pequenos milagres não pode ser ignorada, isto é mais do que um evento cultural para a juventude no interior, como um presidente da câmara poderá dizer, isto é uma pequena prova de que estes milagres acontecem quando há pessoas que trabalham para que eles aconteçam e, mais importante ainda, acreditam que podem acontecer. O slogan do maior festival de verão do país este ano dizia que o sonho é real, pois então eu concordo, mas acho que ele está aqui, a 384km do passeio marítimo de algés. É que não dá para saírem da Santa Cruz a acreditar em impossíveis.

Salvé, Mêda +!

 

continuo sem saber que título dar a isto (novembro + dezembro)

05 de novembro de 2015
They’re Heading West, Frankie Chavez, 31º Aniversário Blitz, Musicbox, Lisboa

Só vi um pouquinho de They’re Heading West mas estavam magníficos, como sempre. Nunca tinha visto Frankie Chavez e gostei muito! Belo show de blues rock. Não deu para ficar para Mazgani porque #MetroLx, sabem como é.

11 de novembro de 2015
Ana Bacalhau, Ana Deus, Ana Moura, Batida, Bob da Rage Sense, Couple Coffee, D’Alva, Dino D’ Santiago, Eneida Marta, Francisco Fanhais, Freddy Locks, Gospel Collective, Joana Alegre, Karyna Gomes, Luís Varatojo, Luisa Sobral, Luiz Caracol, Márcia, Milton Gulli, NBC, Octapush c/ Cátia Sá, Samuel Úria, Sara Tavares, Selma Uamusse, Sergio Godinho, Sir Scratch, Terrakota, Tiago Gomes, Vicente Palma, Tó Trips, Rita Red Shoes, Concerto Liberdade Já, Jardim Amnistia Internacional, Lisboa

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Samuel Úria + Ana Bacalhau, Márcia e Luisa Sobral

No final fiz as contas e foram quase 5 horas em pé. Nem me apercebi, não fosse o frio e tinha estado tudo bem. Todos os que subiram ao palco fizeram a festa. Leram-se poemas, dançou-se e gritou-se pela liberdade. Munto lindo. Mas ainda há muita luta a fazer, os 15+2 estão em julgamento e não se prevê solução fácil, por favor assinem a petição! (quem quiser ir sabendo novidades sobre o caso clique aqui)

17 de novembro de 2015
Duquesa, Golden Slumbers, Thunder & Co., Da Chick, Isaura, Portugal Festival Awards, S. Jorge, Lisboa

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Foi só uma música de cada um por isso não conta muito para grande coisa, mas ainda assim: o Duquesa é um fixe, gostei muito de ouvir as Golden Slumbers ao vivo pela primeira vez (espero que não demorem a lançar coisas novas, gostei muito do EP), Thunder & Co fizeram grande festarola como seria de esperar, a Da Chick é maluca e provou que mereceu o prémio, a Isaura esteve maravilhosa as always.
A foto é com os verdadeiros vencedores da noite.

30 de novembro de 2015
Miguel Araújo, Arena Lounge, Casino Lisboa

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Odeio concertos no Casino. Mas pelo AJ vale a pena.
Nada de novo, a banda é top, o artista idem, aquela Dancing Queen na E Tu Gostavas de Mim dá cabo da tecas, every damn time.

05 de dezembro de 2015
Chibazqui, You Can’t Win, Charlie Brown, Musicbox, Lisboa

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Chibazqui tocaram todos os seus grandes êxitos incluindo aquela nova que já é nova desde o concerto de lançamento do disco e outra que é mesmo nova. Adorei tudo porque adoro o disco, fácil.
Charlie Brown estiveram tão bem. Primeiro concerto assim a sério a sério que vejo deles e gostei tanto. Ainda por cima houve Sad Song ❤ (e a nova música estava muito fixe, venha daí o novo disco!)

10 de dezembro de 2015
Miguel Araújo, Teatro-Cine Torres Vedras

AJ em versão quarteto só não é melhor que com a banda toda porque eu sou uma fraquinha por sopros. Levei a mãe e a mãe gostou, o que é tarefa difícil posso garantir.

15 de dezembro de 2015
Capicua , Concerto de Água e Sal, São Luiz, Lisboa

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Não é bem um concerto, é a Capi a dizer poemas e pedaços de poemas bonitos sobre coisas bonitas com o Geraldes a tocar coisas bonitas e o JAS a fazer ilustrações bonitas.

17 de dezembro de 2015
Samuel Úria, Manuel Fúria, Os Lacraus, Chibazqui, Filipe Sambado, C de Croché, Ganso, Os Velhos, Luis Severo, Consoada Flor Caveira e Amor Fúria, Sabotage, Lisboa

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Chibazqui

Melhor consoada de sempre.
O Sambado é o maior, o Cão da Morte idem, o Úria tocou a Ninivita portanto está tudo bem, a nova do Fúria promete, Ganso, C de Croché e Os Velhos ficaram uns furos abaixo do quão bom foi tudo o resto. Amo Chibazqui. Os Lacraus deram o melhor concerto de 2015 e só estiveram em palco durante 5 minutos. Acabámos a cantar a Alegria dos Heróis do Mar.
Melhor consoada de sempre.

31 de dezembro de 2015
Os Azeitonas, Arena Lounge, Casino Lisboa

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Supostamente já foi em 2016 mas wtv.
Odeio concertos no Casino, não sei se já disse? Concerto muito bom dentro das condições possíveis (aquele sítio para som é top #sqn, e se o público ali nunca é nada de jeito desta vez foi especialmente mau), com Salão América, Zão e Cantigas de Amor. Entrada no ano novo em família, como tem de ser.

continuo sem saber que título dar a isto (outubro)

06 e 07 de outubro de 2015
They’re Heading West + Frankie Chavez + 3/6 You Can’t Win, Charlie Brown + Peixe + Samuel Úria, Casa Independente, Lisboa

Gosto muito de They’re Heading West e o lançamento do disco era coisa imperdível, ainda por cima com tanto convidado de prestígio. E foi tudo tão bonito na primeira noite que não resisti em repetir a dose. Ora, a Well, sempre. A Barbarella a duas vozes, a Buzz pelo Afonso Cabral, o Peixe na Future Me (!!), o Frankie Chavez sendo awesome como sempre, a Large Amounts com toda a gente. Foi tudo muito muito bom, quando é o próximo?

08 de outubro de 2015
Savages, Lux-Frágil, Lisboa

Depois do bocadinho que consegui ver no super bock, finalmente um concerto só delas e no sítio certo. Que noite! Concerto super intenso, Jehnny Beth é uma frontwoman do caraças e as novas músicas estão incríveis. Assim vale a pena esperar pelo novo disco. E aquela Fuckers!

10 de outubro de 2015
Benjamim, Embaixada, Trampolim Gerador, Lisboa

Benjamim no Trampolim. Vi-o este verão ainda sem disco na rua, e entretanto o Auto Rádio tornou-se num dos meus favoritos deste ano. Fácil. Ao vivo só gostei ainda mais das canções, que com banda soam ainda melhor. Tudo certo.

15 de outubro de 2015
Torpe, Chibazqui, Samuel Úria & As Velhas Glórias, Noite do Crime Eléctrico, Sabotage, Lisboa

Torpe e “isto é aquela música d’Os Filhos do Rock!!!” e depois lembro-me que nunca acabei de ver isso, que xunga. Chibazqui magníficos como sempre, gostei das coisas novas, e das que já existiam. Vão ouvir o disco, vale a pena.
Samuel Úria & As Velhas Glórias implacáveis outra vez, podiam fazer isto todas as semanas, não me importava. Agora choro porque parece que para a próxima há Lacraus e eu não vou poder ir.

17 de outubro de 2015
Os Azeitonas, Grande Prova Mediterrânica de Vinhos e Azeites do Alentejo, CCB, Lisboa

Os azeites eram todos bons. Concerto a cumprir, mas com algumas surpresas agradáveis: Canção Caubói, Zão e Cantigas de Amor. Assim vale ainda mais a pena.

23 de outubro de 2015
António Zambujo, Diabo na Cruz, Adoramos a Nossa Gastronomia com Coca-Cola, Sala Tejo, MEO Arena, Lisboa

Não sou grande fã do Rua da Emenda e ainda não tinha visto o Zambujo neste registo. Achei estranho não haver Zorro nem Lambreta mas houve Guia por isso está tudo bem.
Diabo foi surpreendente porque aquele sítio era estranho mas deixou de o ser quando o concerto começou. E depois o alinhamento foi diferente e houve Fronteira e Bomba Canção e Corridinho… Vale mesmo sempre a pena. Sempre.

24 de outubro de 2015
Inga Copeland, PAUS, Jameson Urban Routes, Musicbox, Lisboa

Inga Copeland foi estranho. PAUS foi maravilhoso. Muito mais intenso que no SdC, talvez por ser num Musicbox cheio. As novas soaram muito bem, venha daí esse Mitra!

30 de outubro de 2015
David Fonseca, CCB, Lisboa

Merece. Merece os CCBs todos esgotados e as ovações todas. Que disco é este e que concerto foi! Futuro Eu é muito mais do que “David Fonseca em Português”, são poucos os que conseguiriam reinventar-se assim. Momentos altos: Deixa Ser e É-me Igual com a Márcia, o início com Futuro Eu e Chama-me Que Eu Vou, Hoje Eu Não Sou, Funeral e Deixa a Tua Voz Depois do Tom. E todas as outras que já conhecíamos.

continuo sem saber que título dar a isto (setembro)

04 de setembro de 2015
HMB, Brigada Victor Jara, Marta Ren, Janita Salomé, Fausto, Mimicat, Capicua, Expensive Soul, Festa do Avante!, Seixal

Ahh a bela da Festa do Avante!
HMB mais uma vez a oferecer uma festa incrível, não há como não adorar. Brigada Victor Jara mais animados do que no SdC e que bonito foi? As pessoas começaram a dançar à nossa volta e muita gente ia cantarolando, mesmo fofo. Nunca tinha visto Marta Ren e que grande show de soul e funk, amigos, gostei muito. Saímos a meio para ir ouvir Janita Salomé cantar poemas bonitos. De Fausto vimos pouco e cedo fugimos para Mimicat. Mais um grande show de soul, há um ano vi-a numa Fnac meio vazia e agora vi-a com a tenda do 1º de Maio cheia de gente muito impressionada, u go gurl!
Capicua é rainha absoluta deste universo e do outro. Concerto brutal com espaço para a palavra, para a batida, para as ilustrações ao vivo (!!) e para muito #barulho. Depois disto, chegar ao concerto de Expensive Soul e ouvir um deles pedir às meninas do público para abanarem o rabo… bem… é melhor ir para casa.

05 de setembro de 2015
Linda Martini, Dead Combo, Xutos & Pontapés, Festa do Avante!, Seixal

Linda Martini mereciam mais público e não sei se a coisa não teria sido mais bonita se tivesse acontecido no outro palco. Ainda assim, lindos e maravilhosos como sempre. De Dead Combo ouvimos um bocado do final porque a tenda estava a abarrotar, foi a banda-sonora do jantar à beira lago. Xutos foi Xutos. Da última vez que os vi desiludiram-me para caramba porque por cada oldie tocavam umas 4 ou 5 do novo de seguida, e nem estou a exagerar. Aqui redimiram-se, apesar das pausas e da pouca criatividade (têm muito melhor do que aquelas 6 ou 7 com que têm de insistir sempre…).

10 de setembro de 2015
D’Alva, Uzina Varanda Fest, Vogue’s Fashion Night Out, Lisboa

Migz, que cena mais estranha. Eles na varanda e nós, gente que só se atreveu a ir à baixa na pior noite para se ir à baixa para vermos D’Alva (também queria ter visto Sequin mas o horário não foi meu amigo), é que nos sentíamos na montra. Ora então, Príncipe Real, nós num passeio do outro lado da rua a olhar para cima enquanto o povo da fashion passava de um lado para o outro à nossa frente. Sofri, mas o que vale é que gosto muito dos D’Alva e apesar do sofrimento, gostei de os ver, como sempre.

11 de setembro de 2015
Bruno Pernadas, Teatro D. Maria II

Mais um concerto numa varanda, só porque sim. Desta vez o grande Pernadas e a sua mui digna entourage. Adoro o disco e ainda não tinha conseguido vê-lo ao vivo e valeu super a pena. Juro que nunca pensei que soasse tão bem ao vivo, foi mesmo muito muito bom. Quem não conhece por favor clique aqui.

12 de setembro de 2015
Tó Trips, They’re Heading West, Éme, The Black Mamba, Miguel Araújo, NOS em D’bandada, Porto

Café Ceuta durante Tó Trips.
Café Ceuta durante Tó Trips.

Café Ceuta a abarrotar para ver e ouvir Tó Trips, que desta vez trouxe percussão e ainda bem, torna a cena ao vivo ainda mais fixe. Lá tocaram também os They’re Heading West de quem também gosto sempre muito. É um bocado curioso que num dia em que há 78 concertos não se consiga ver mais do que 5, mas os sítios são sempre assim pequenos (o Café Ceuta até é espaçoso) e acontece tudo ao mesmo tempo. No meio de tanta coisa uma pessoa precisa de se alimentar. Devido a essa inconveniente necessidade básica, perdemos boa parte do concerto do Éme. Aliás, só apanhámos as duas últimas. Fiquei mesmo com pena. Depois de na Fatacil ter sabido a pouco, nos Aliados The Black Mamba mostraram-me finalmente o que valem ao ar livre e longe de casa. Grande concerto! Seguiu-se um moço que estava mais do que em casa e que, mesmo assim, conseguiu superar todas as expectativas. Não sei quem gosta mais um do outro, se o Miguel Araújo do Porto, se o Porto do Miguel Araújo. Impressionante.

17 de setembro de 2015
Diabo na Cruz, Moita

Não houve Braga e eu não ia poder ir ao NOVA Música. Felizmente consegui dar um saltinho à Moita para matar saudades (obrigada, Susana!!). Juntou-se mais um grupinho de amigos do diabo e fez-se a festa. Foi bem bonito, como é sempre.

25 de setembro de 2015
Diabo na Cruz, Feira da Luz, Lisboa

Valeu por aquela versão um bocado coise da Azurvinha, juro que pensava que nunca ia conseguir ouvir a minha favorita do disco ao vivo. Ainda houve Regresso da Lebre e Amélia (que fica ainda mais fofa ao vivo), para completar o leque de canções que a tecas nunca tinha ouvido. E depois houve mais uma data de coisas bonitas que já não apareciam há algum tempo, incluindo Armário da Glória, só mesmo para fechar em grande :)) E para poderem dizer que tocaram o disco todo, pois.

26 de setembro de 2015
Diana Martinez & The Crib, Estádio do Dragão, Porto

Quando ouvi o Unchained Mellody em a capella gostei muito da voz dela, depois ouvi o single e não gostei da música. Tendo isto em conta, o showcase surpreendeu porque não desgostei de nada. Também não adorei nada, mas não é o meu tipo de coisa. A voz dela ao vivo é mesmo fixe.

26 de setembro de 2015
Rita Redshoes, Diabo na Cruz, Noites Ritual, Porto

Foi tudo muito intenso no Porto. O nevoeiro, os concertos, o temperamento dos seguranças…
Nunca tinha visto a Rita Redshoes ao vivo e gostei muito. Talvez não seja a cena mais fixe para ver em pé e ao frio, mas adorei a voz dela. A banda que tocou a seguir também foi fixe. Estava muita gente que gosta muito deles. Eu não sei bem o que aconteceu mas vi o concerto rodeada de pessoal fixe vindo dos mais variados recantos do país. O concerto foi muito bom, o público do Porto é mesmo o melhor público. Onde mais é que o povo usa a Canta, Amigo, Canta para pedir mais um encore? Épico. Depois Fronteira e Bomba Canção para acabar com o verão da melhor maneira possível. Foi dos melhores, com os melhores, na melhor cidade. Não tenho palavras para agradecer. E, sim, já tenho saudades.

27 de setembro de 2015
Tatanka, Estádio do Dragão, Porto

Então houve Red Dress e Canção de Mim Mesmo e as novas do moço a solo e em tuga estão muito muito fixes. Assim vale a pena ter de ir ao Dragão. Depois fomos ver um Museu cheio de estátuas feias e com pessoas a fingir que são estátuas (má onda, a sério) e video mappings manhosos e tal. Valeu pelo Mourinho.

sobre o dois de outubro de dois mil e dez

Uma fila grande, gente encasacada. Um sistema de controlo de entradas algo estranho. Uma senhora vê o seu bilhete dar luz verde na máquina, sinal de que tinha sido uma das sortudas, com bilhete para plateia em pé, que ia ver o concerto na “elipse”. Vemos a senhora a entrar na plateia de uma arena enorme, que creio que normalmente é palco de jogos da NBA. Está tudo muito escuro e vazio, à direita há um palco, colunas e que mais. Voltamos a vê-la já dentro do espaço entre um corredor que vem do palco e o próprio palco. O corredor (não sei qual é o termo técnico da coisa, aqui vai ser corredor, deal with it) é baixo e faz uma forma de elipse, voltando ao palco. Não sei se me estou a explicar bem, mas a senhora está nesse espaço entre palco e extensão de palco. Ou seja, rodeada de palco. E a senhora está ao telefone e diz, muito feliz: “We’re in! We’re in the elipse!!”.

Durante muitos anos (mais ou menos um terço da minha vida) foi assim que imaginei que seria comigo. A cena é real (ou pelo menos é assim que me lembro dela) e aparece nos extras de uma gravação ao vivo de um concerto dos U2, em 2005. Ou terá sido em 2004? Não sei. O DVD saiu pela altura do Natal de 2005, que foi quando o recebi, prenda do meu irmão. Tinha 12 anos.

Estava na biblioteca do liceu, em mais uma hora de almoço passada nos computadores. Devia estar a chover, se não estávamos lá fora. A Bárbara, no PC atrás de mim, disse: “a Teresa vai gostar disto”. Fui lá perguntar o que era. Homepage do site da Blitz, fotografia grande da banda da minha vida, e um título de notícia que confirmava a sua vinda a este país à beira mar plantado. Li e reli cada palavra até acreditar, fui para a aula de Alemão com sérios problemas de controlo. 2 de Outubro de 2010, ia acontecer. Os dias seguintes foram de dramas e burocracias de quantos bilhetes, onde e como. A solução, num qualquer dia de Outubro de 2009, foi jantar nos Armazéns do Chiado e… ficar por lá. Lembro-me de que segui directa das Caldas para Lisboa, e que a última aula do dia foi de História. Estava super preocupada, perguntava ao professor Rui: “ora, 8 a cada um, aquela Fnac tem 300 bilhetes, 8 a cada um… Se todos comprarem 8, são uns 40, não é? Será que às 21h de hoje já lá estão 40 pessoas? Não, pois não? NÃO, POIS NÃO??”. O professor riu-se, e eu também, agora que me lembro disto. Estavam duas pessoas, ao início da noite, já com uma lista e sistema montado. De duas em duas horas havia chamada, e às 10h do dia seguinte já a fila chegava à Praça do Município (ou, vá, ao final da rua). Fui a 30ª pessoa a entrar. Depois esperei um ano e sonhei ainda mais com aquela cena dos extras do DVD de Chicago.

Era uma aula de Psicologia e eu a escrever a setlist provável do dia seguinte no meu caderno. “Vou ouvir esta, e esta, e esta!!! Eles estão a tocar esta!! Dizem que os efeitos nesta são brutais!! E o ecrã desce nesta!! E as luzes!! São capazes de fazer snippet daquela!!”. Lembro-me do “bom fim-de-semana!” gozão da Rita. Pus a MLK em loop e tentei adormecer. Sleep tonight and may your dreams be realized. Sei que aquele sleep é eterno, o sonho um bocado mais digno, e que eu nada sou ao lado de Luther King, mas naquela noite não poderia haver outra canção. Cheguei ao estádio por volta das 11h do dia seguinte, e esperei. Para quem já tinha esperado meia-dúzia de anos, umas horas não iam custar nada, né? #sqn, são as que custam mais.

Lembro-me do casal à minha frente ter comprado o Expresso e ter decidido partilhar as revistas e suplementos comigo, sem eu ter dito nada. Lembro-me do grupo de Braga que se juntou atrás de mim que me ofereceu desde comida a boleia para casa. De detectores de metais e de outra fila e outra revista intensiva, das entradas serem por vagas e de uma ter acabado mesmo antes de mim. De ter ficado de olhos postos no segurança à espera de um sinal, enquanto ao meu lado um português falava a um inglês sobre o José Mourinho e o FC Porto. Não me lembro do sinal do segurança mas lembro-me de subir as escadas de acesso à bancada a correr, de chegar à bancada, a do fundo oposta ao palco, e pensar “que raio estou a fazer aqui em cima??”, de ver as pessoas a descerem a bancada em direcção ao relvado. “Ah, subir para descer, boa!”, nunca fui fã de exercício, muito menos se envolver escadas. Lá desci aqueles degraus pequenos e baixinhos com uma vozinha na minha cabeça a gritar “vais cair, vais-te partir toda e não vais ver concerto nenhum”. Calei-a com o meu pé direito a bater na rampa de metal que ligava a bancada ao relvado. O pé esquerdo já pisou relva. Olhei em frente e ali estava, a nave espacial ridiculamente gigante. “Sempre em frente”, pensei. Corri e corri e corri e dei com pessoas em frente àquele corredor circular paralelo ao palco (também ele circular, pois, esqueci-me de dizer que a tour se chamava 360º?). Saltei desenfreadamente a tentar perceber se havia espaço do outro lado, dentro do agora chamado “inner circle“. Havia muito espaço. Corri para o lado direito, onde três cancelas tentavam abrandar a correria (e enganar, assim aquilo dava um ar de interdito, felizmente i knew better). Lá passei e virei à esquerda meio a correr meio a tremer. De repente, o Estádio de Coimbra virou a arena de Chicago, o sol das cinco da tarde no frio e escuro que vi na minha tv mil e uma vezes, mas as mãos na cabeça eram minhas e o telefone que tocava também. A minha mãe perguntava-me se já tinha entrado. “Sim, estou cá dentro. Mesmo dentro. Dentro do palco”. O destino às vezes arma-se em engraçado, hein?

O que aconteceu a seguir foi um tentar acalmar-me e fazer uma escolha racional de onde ver o concerto, optar por ficar mais longe do palco mas perto do corredor, de modo a conseguir ver o ecrã e tudo o mais.  Aperceber-me de que estava praticamente sem água e com pouca comida, do quão estranho é estar no meio de um relvado de um estádio de futebol, do quão pequeninas parecem as pessoas sentadas nas bancadas. Depois vieram mais e mais pessoas e tornou-se difícil respirar, depois tive fome e sede e pensei que se calhar o melhor era evitar cair para o lado e sair dali de modo a poder ver tudo sem problemas. Depois lembrei-me que a teresa de 12 anos ia roubar o time-turner à Hermione e matar-me de uma forma muito violenta se eu fizesse isso. Depois tocou a “Dog Days Are Over”. Lembram-se de dizer que esta música é-me especialmente especial? Pois que é. Porque antes dos U2 entrarem em palco tocava a “Space Oddity”, já em modo de introdução. Oficialmente, começava aí o concerto. Mas antes do ground control to major tom tocava aquela. Os mais nerds sabem a playlist toda provavelmente, eu sabia só que a Florence ia ser a minha senha. E foi a minha e a de muita gente.

Eles aparecem no ecrã a irem para o palco e eu não os vejo em lado nenhum e concluo, do alto dos meus 17 anos, que não existem. Pois claro, só na minha cabeça. Até que o Larry se senta na bateria e coloca os in-ears muito calmamente. E o Adam tira o baixo do suporte e pega nele. Como assim? Como assim sois tão banais? Como assim não passais de meros mortais? Andei eu tantos anos a venerar simples seres humanos? Depois lá vi o Edge e concluí que não, não são simples seres humanos. Como sempre, lembro-me mais do antes do que da coisa propriamente dita. Vejamos. O concerto começou com um instrumental novo porque eles podem. “Beautiful Day”, aquela música que estava naquele disco que a mãe tinha lá em casa e que punha a tocar no sótão enquanto eu pegava naquele rádio de brincar que tinha um mini microfone que eu fingia encaixar no gancho daquele coiso para abrir janelas do sótão e fazia a minha melhor pose de roquestar e gritava qualquer coisa tipo “biuréful dei!”. Essa canção, foi nessa que o moço cantou pela Briosa no final. E mesmo quem não simpatiza particularmente com a Académica de Coimbra sentiu um apertozito no coração. Que veio depois? Não sei, juro que não me lembro de muito. Coisas random: as pontes a passarem de um lado para o outro (o corredor era paralelo ao palco ou seja havia mini pontes a ligar o palco ao corredor que iam mudando de sítio), a certa altura tive o Bono e o Edge por cima de mim (a preposição aqui é muito importante). Por falar em Bono e Edge numa ponte: o solo da “Until The End Of The World”!!!!?? Toda a canção, no fundo.  O ecrã que subia e descia e quando desceu na “City Of Blinding Lights” e !!!!!!! não deu para aguentar. A “WALK ON”!!!!??? e o tributo à Aung San Suu Kyi (que foi libertada no mês seguinte), e o snippet da “You’ll Never Walk Alone”?! A “MLK” e a tecas a chorar dois Mississippis e meio. Da fofura da “North Star” e da “In a Little While”?? (tudo o que for do ATYCLB dá cabo de mim, fácil). E a “Miss Sarajevo”???? Nem vamos falar da “One” não é, não vale a pena. E a ligação à Estação Espacial Internacional com aquele astronauta a citar Bowie??? É preciso mais alguma coisa???? Depois houve o sentir aquele estádio inteiro a saltar na “Where The Streets Have No Name” e na “Elavation”, ou a cantar os coros na “With Or Without You” e na “Moment Of Surrender”. E o Bono na “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me” pendurado no microfone caído dos céus (nem vou tentar explicar) e eu a pensar: “48 anos e há uns meses estava quase paralisado da cintura para baixo, okay” (Engraçado que este ano seria tipo “53 e há uns meses ia ficando sem braço”, lóle). Todas as canções e todos os milésimos de segundo foram inacreditáveis naquela noite. Aliás, ainda hoje são.

Palavras para a importância daquela banda ainda não tenho, talvez um dia as arranje. Sei que falo aqui de muita banda e de muitos concertos mas serve este testemunho demasiado longo e pouco informativo para deixar bem claro que banda só há uma e concerto também. Espero que não faltem 5 anos para o próximo.

as únicas fotos que consegui tirar, sem zooms nem filtros.
as únicas fotos que consegui tirar, sem zooms nem filtros.

continuo sem saber que título dar a isto (agosto)

01 de agosto de 2015
Diabo na Cruz, Vieirinhos

Chegar a Vieirinhos e ver duas ou três pessoas na rua. O palco é estranho, no mínimo. Diz que há porco no espeto mas não o encontramos, há uma roulotte de farturas mas ainda está fechada, e nós cheios de fome. À noite aquele cantinho entre a quermesse e a igreja encheu e o diabo voltou a fazer das suas. A Susana fazia anos e festejou-se à grande, como tinha de ser!

13 de agosto de 2015
Mimicat, HMB, Marcelo D2, Richie Campbell & The 911 Band, Sol da Caparica

Ganhei bilhete, why not?
O festival em si é uma bagunça, desde a logística à organização de artistas por palcos. Pelo palco Blitz (sim, a Blitz “tem” um palco onde toca gente que nunca foi falada na revista…), a Mimicat deu o seu show de soul habitual, pena o pouco público não ter alinhado muito. Depois teve de se fugir do Dengaz (a lógica da programação deste festival, alguém me explica?) e só voltar para a enorme festa que é HMB. Adorei o concerto, perfeito para um final de tarde animado entre amigos. Ouvi UHF/Resistência e Tigerman/Carlão à distância (teria ido a Tigerman, mas o voto de grupo ditou que não). O “hipi hópi” do Marcelo D2 cumpriu, mas mais uma vez vi um público muito pouco interessado. Richie dá bom espectáculo, tem uma grande banda, mas é sempre tudo igual, dentro da mediocridade.

14 de agosto de 2015
Brigada Victor Jara, Oquestrada, PAUS, Linda Martini, Sol da Caparica

Esperava um concerto mais animado da Brigada, ainda assim gostei muito. Oquestrada surpreenderam imenso e atraíram muita gente, foi bonito. PAUS são maravilhosos, Linda Martini magníficos. Nada que não soubéssemos já.

15 de agosto de 2015
Diabo na Cruz, Amora

O dia em que sofri com os transportes da Lisbon South Bay. Comboio e autocarro e se não fosse a Susana não tinha como voltar para casa. Migz, foi mais fácil ir à Mêda! Mais uma noite muito feliz, como são todas as que têm concertos destes moços. Pouca gente mas muito boa gente.

24 de agosto de 2015
The Black Mamba, Fatacil, Lagoa

Kel veneno perigoso. Cada vez gosto mais destes senhores, pena que a minha primeira experiência com eles ao ar livre tenha tido um público tão fraquinho. Ainda assim, grande noite! E aquela nova música que fechou o alinhamento está qualquer coisa.

30 de agosto de 2015
Os Azeitonas, Corroios

Voltar sempre onde já fomos muito felizes para sermos ainda mais felizes. O ano passado em Corroios houve festa da boa com Os Azeitonas. Este ano a festa atingiu níveis épicos. Aj na guitarra, Salsa no acordeão, Marlon e Nena nas vozes/danças/sons estranhos. Um sax barítono para ajudar e está a noite feita. Houve Dylan e Beatles e tudo. Ah, espera, o concerto em si? Mais uma função de grande prestígio, mais uma Angelus cantada a plenos pulmões. Falta muito para o próximo?

Em Setembro já houve Avante, e ainda vai haver D’Bandada, Noite Branca em Braga, FDUL Experience, NOVA Música, Feira da Luz, Noites Ritual… Meh, nada de especial, portanto :b

continuo sem saber que título dar a isto (julho)

01 de julho de 2015
TV Rural, Clube Ferroviário, Lisboa

Nunca tinha ido ao Clube Ferroviário e gostei muito, especialmente do terraço. Ainda só tinha visto TV Rural em modo acústico na FNAC, e ligado à corrente foi ainda melhor. Já disse que o último disco está brutal? Já? Digo outra vez: o Sujo está brutal e vocês deviam ir ouvi-lo. Já.

02 de julho de 2015
Eat Bear, Antony Left, Les Crazy Coconuts, You Can’t Win, Charlie Brown, CNB Antena 3, CCB, Lisboa

Eat Bear foi okay, Antony Left foi interessante, Les Crazy Coconuts foram lindos e maravilhosos. You Can’t Win, Charlie Brown sublimes como sempre. Quem ganhou o CNB foram os Antony Left mas para mim foram os cocos loucos, of course.

03 de julho de 2015
Tim, Luísa Sobral, Olavo Bilac, Mafalda Veiga, Moz Carrapa, Dead Combo, Márcia, Gisela João, Norberto Lobo, Vitorino, David Fonseca, Jorge Palma, Voz & Guitarra – Encerramento Festas de Lisboa’15, Terreiro do Paço, Lisboa

Ou era isto ou Manel Cruz e eu ainda não sei se fiz a escolha acertada. Anyhow, a noite no Terreiro do Paço foi muito bonita. Tirando o Olavo Bilac e a Mafalda Veiga, que enfim, uma pessoa teve de aturar, o resto foi top. Especialmente a Gisela a cantar “Os Vampiros”, o Vitorino a atirar-se ao “Alentejo, Alentejo” sozinho e sem aviso, o David Fonseca a ameaçar o meu coraçãozito com a “Eu Não Sei Dizer”…

03 de julho de 2014
Ermo, Festival Silêncio, Musicbox, Lisboa

Fomos a correr do Terreiro a pensar que íamos chegar atrasados. #sqn, estava atrasado e vazio. Não consegui ficar até ao fim, mas valeu a pena. Deu para ouvir a “Porquê?“, que é talvez a minha favorita. Tenho de ir ouvir mais coisas deles, foi muito bom.

04 de julho de 2015
Tim, Sara Tavares, Carlão, Rita Redshoes, Ana Bacalhau, Ana Deus, Luís Varatojo, Mário Delgado, Samuel Úria, Luís Represas, João Pedro Pais, Miguel Araújo, António Zambujo, Sérgio Godinho, Voz & Guitarra – Encerramento Festas de Lisboa’15, Terreiro do Paço, Lisboa

Mais uma noite muito bonita, não fosse o Luís Represas e o João Pedro Pais e tinha sido perfeita. Destaque para a Ana Deus e o Luís Varatojo, o Sami a “Chamar a Música”, os Ujos a serem os Ujos sempre magníficos e Sérgio Godinho no final a tocar a “Acesso Bloqueado” enquanto António Jorge Gonçalves desenhava uma (quase) bandeira da Grécia. Era a véspera do #OXI.

05 de julho de 2015
Éme, Festival Silêncio, ETIC, Lisboa

Despedi-me da escolinha com um concerto do grande Éme. Foi fofo. Continuo a gostar mais dele sem banda, o que se calhar não é uma coisa bonita de se dizer idk? Also, houve música nova. Yay!

05 de julho de 2015
Gisela João, Festival Silêncio, Largo de S. Paulo, Lisboa

Gostei mais de a ver aqui do que nas Caldas. Talvez porque aqui houve rancho, ou porque as pessoas estavam mais interessadas, não sei. A verdade é que para quem cresceu a ver o fado e quem o canta sempre muito sério, sempre muito triste, sempre muito parado, sempre muito a mesma coisa, ver a Gisela descalça a saber equilibrar a dança com o sentimento e sempre com aquela voz incrível, fez-me ver o fado de maneira diferente. Ela, o Zambas e a Ana Moura têm essa culpa. Grata.

07 de julho de 2015
TV Rural, Copenhaga, Lisboa

«Ahh, então é isto o Copenhaga.»
Mini-doc muito fixe e concerto acústico também super bacano.

10 de julho de 2015
Deixem o Pimba em Paz, Teatro São Luiz, Lisboa

Bruno Nogueira + Manuela Azevedo + Orquestra Metropolitana de Lisboa = uma data de noites esgotadas no São Luiz. Fiquei ali assim na dúvida, a pensar se aquilo roçava o elitismo patético ou se era, de facto, a ‘celebração da nossa música popular’ (ou qualquer coisa assim), como dizia o Filipe Melo no folheto entregue à entrada. Ainda hoje não tenho a certeza. O público bem vestido e perfumado que enchia o São Luiz sabia todas as canções e cantava alegremente, mas não o imaginava numa festa de aldeia a ter a mesma reacção à coisa propriamente dita. Tornar o pimba algo aceitável porque estamos a gozar com ele? Não sei, são pensamentos para o ar que me foram atormentando durante o espectáculo. Uma coisa é certa: os músicos em palco são de categoria máxima, o cameo do Camané é fabuloso e os arranjos estão magníficos. No fundo, é um grande espectáculo.

11 de julho de 2015
B Fachada, Gaiteiros de Lisboa, Largo do Intendente, Lisboa

CJrIanSWgAADraf

Dia difícil, tecas em mau estado. Mas tinha ficado em Lisboa para poder ir a isto, e era Gaiteiros e há quanto tempo queria eu ver Gaiteiros? Fiz um esforço. Cheguei atrasada ao tio B, a custo, mas ele logo fez a coisa valer a pena. Gaiteiros foram enormes. Eu a pensar que ia estar toda a gente ali só para o fachada e às tantas está o largo todo aos saltos menos eu. Dia difícil mas noite feliz. Às vezes vale a pena sair de casa, por muito que custe. Deixo isto aqui escrito porque tenho tendência a esquecer-me.

22 de julho de 2015
Alek Rein, They’re Heading West, Casa Independente, Lisboa

Quando fazes 22 anos no dia 22 e They’re Heading West têm concerto nessa noite.
Dia bonito entre famelga e amigos e gelados à pala no Santini, e pude acabá-lo a cantar a “Buzz”, e a “Large Amounts” e a “Well” ❤
(na verdade acabei-o em casa a ver diabo no 5 para a meia noite, mas este final é mais fofo)

27 de julho de 2015
Benjamim, SILOS, Caldas da Rainha

Quando vi o anúncio da digressão fiquei cheia de inveja. Lembrei-me de uma aula em que discutimos se os músicos em Portugal fazem digressões ou não. Foi pena o atraso, o Benjamim ia ajudar ao meu argumento. Anyway, fiquei surpreendida por Caldas estar na lista. Haja ESAD e seus derivados para mexer com isto. Nunca tinha ido a um concerto nos SILOS, nem conhecia toda a nova oferta que por lá há. Fomos 10 a ver o concerto, do qual gostei muito, como tenho gostado de ouvir o disco (e ler o diário, btw).

30 de julho de 2015
Miguel Araújo, Maior Concerto Mais Pequeno do Mundo, Time Out Mercado da Ribeira, Lisboa

Ganhar bilhetes à última da hora e ir a correr para Lisboa. Como se nunca tivesse visto um concerto de Miguel AJ ou assim. Já vi muitos, mas nunca em versão quarteto, verdade seja dita. Foi muito bonito, o Dioguinho estava on fire, pena montes de gente ter estado a conversar em vez de aproveitar o show. Also, havia bar aberto de Super Bock. Por mim faziam mais destes.

30 de julho de 2015
Os Azeitonas, Casino Estoril

Vi mais máquinas do que palco. Fui acompanhando o concerto pelo ecrã entre conversas. É que o povo encheu aquilo tudo e estava impossível. No final fizemos a dança da Mama Cass no hall de entrada e ficou tudo muito confuso à nossa volta. Como tinham ficado com o punho erguido no by the power of grey skull, e com as manifestações de apoio no duelo Salsa-AJ. Na verdade, nunca tinha visto um concerto de AZ sem ser lá à frente, por isso foi engraçado (mas lá à frente é mais giro). No final houve pander com e sem bander e visita guiada àquele que é, sem dúvida, o tourbus mais épico deste país.

31 de julho de 2015
Pista, The Act-Ups, Agir, Oeste Fest, Foz do Arelho

PISTA
PISTA

Não percebo o Oeste Fest. Pôr PISTA e The Act Ups no mesmo dia que Carolina Deslandes e Agir? No dia a seguir pôr Born a Lion e Fast Eddie Nelson a abrir para Diogo Piçarra e HMB. Hã? Tudo isto com bilhetes caríssimos. Não se entende. De qualquer forma, nós ganhámos passes vip (ikr, i’m so fancy). PISTA foi muito bom, The Act-Ups foi super awesome! Depois fomos fazer tempo à Foz porque a Filipa queria ver o Agir e depois vimos o Agir e honestly só não foi uma total perda de tempo porque havia momentos hilariantes de tão maus. Got it?