Depois de 5h num comboio, chegámos a Florença pelas 12h15 e rapidamente nos apercebemos de que não estávamos na estação central. Pouco tempo depois apanhámos um novo comboio, mas desta vez a viagem demorou 5min. Da estação ao hostel foram 10min a pé pelo centro histórico de Florença. E ali estava eu, na Toscânia, na Itália que aparece nos filmes.

“Então e qual foi a primeira coisa que fizeste em Florença?”
“Andei de carrossel, pois está claro.”
A primeira paragem obrigatória foi a Galleria dell’Academia. 5,50€ para cidadãos da UE entre 18-25 anos (e grátis para menores de 18, aqui em todos os museus públicos de Itália). Bellissimo! E aqui começou a saga de encontrar quadros, esculturas e monumentos que reconheço dos livros de história. E logo com o David, que é enorme, já agora. Vimos a galeria em passo algo apressado, uma vez que ainda tínhamos outra galeria de visita obrigatória na lista. Atravessámos o centro histórico e vimos a Basilica di S. Lorenzo e a Piazza Duomo, onde está a Cattedrale di S. Maria del Fiore e a sua cupula – símbolo de Florença. Na Piazza della Signoria está o Palazzo Vecchio e a sua Galleria degli Ufifizi.

Piazza della Signoria e uma imitação do David.
Na Galleria degli Uffizi começámos por encontrar o D. Sebastião, mas durante quase duas horas vimos Leonardo, Michelangelo, Botticeli, Caravaggio e muito mais. Estafadas e cheias de fome, passeámos pelas ruas do centro histórico, que agora estavam ainda mais fofinhas devido às luzes de Natal, à procura de um restaurante barato. É normal beber chocolate quente depois de jantar, certo? Certo.

Estava muito, muito frio.
Mas ainda consegui convencê-las a dar um saltinho ao Hard Rock Café e ver a mota do Quadrophenia (The Who) uma guitarra do James Hetfield (Metallica) e outra do Mark Morton (Lamb of God). Na manhã seguinte ainda deu para ver a fachada da Basilica di S. Maria Novella antes de nos perdemos pelas estações de comboio de Florença… O que vale é que a trenitalia foi amiga e o nosso comboio para Roma estava 20min atrasado. Chegámos a Roma por volta das 11h e uma hora depois já estávamos instaladas no hotel. Realizar o plano foi o mais complicado, mas eventualmente lá decidimos. A ideia era Sábado fazermos a zona menos central e mais perto do hotel (Santa Maria Maggiore, Fontana di Trevi, Piazza di Spagna), Domingo faríamos Vaticano de manhã e Colosseo e Foro Romano pela tarde e Segunda-Feira teríamos o dia para passear pelo centro (Pantheon, Piazza Navona, Campo de Fiori). E assim foi.

Santa Maria Maggiore
Depois de S. Maria Maggiore seguimos em direcção à Fontana di Trevi e fomos tropeçando em coisas. Primeiro, a Piazza della Repubblica e Santa Maria degli Angeli, depois Fontana del Tritone e finalmente Trevi cheia de gente. Quando chegámos à Piazza di Spagna já era noite.

Seguiu-se a primeira aventura no metro de Roma: só conseguimos entrar no 3º comboio que passou… Abastecemos no supermercado e fomos descansar para o hotel, no Domingo teríamos de estar pelas 8h30 no Vaticano. E não é que conseguimos? Chegámos e a Piazza di S. Pietro estava praticamente vazia. Nada de filas. Perfecto.

Foi a maior desilusão da viagem, o Vaticano. A Basilica di S. Pietro em especial. Impossível ignorar os chapéus de chuva no ar dos guias e os seus grupos em excursão super barulhentos, de gorro e chapéu e óculos escuros, a segurança parva em todo lado e as tentativas de tornar tudo isto aceitável e sério – áreas só para penitência/só para rezar com seguranças à porta a controlar. Hããã?! Enfim. Ok. É muito bonita mas a Pietà merecia estar num lugar mais, errr, sério…? Isso.

Basílica, Pietà, Túmulo João Paulo II
Enquanto a Ana cumpria penitência eu, a Madalena e a Flori decidimos ir visitar a cúpula. Foi giro, mas acho que só para mim. Sobem-se muitas escadas pequenas e apertadas e lá de cima a vista é linda. O problema é que a Madalena tem medo de alturas e a Flori é claustrofóbica. Ah, lindo!

São formigas? Não, não, é mesmo a fila dos dorminhocos muahaha! Atentem:

Uma vez que o museu estava fechado, ficámos a comer (aka aliviar o peso do saco da comida) na praça num local minimamente coberto e abrigado. Isto porque estava muito, muito frio e vento. E pouco depois começou a chover e o nosso spot foi invadido. Finalmente, às 12h em ponto, lá falou o Papa. No dia mundial da SIDA, o Sr. Francisco falou em quem sofre e em quem cura mas, curiosamente, não dedicou uma palavrinha à prevenção.

Fugimos da confusão em direcção ao Colosseo. Esse sim, não desiludiu (aliás, surpreendeu). O Arco di Costantino, o Foro Romano, o Palatino… mamma mia.

Saímos para a Piazza di Venezia e o monumental Monumento a Vittorio Emanuel, dos quais não tenho fotos porque a bateria da máquina acabou. Depois de um belo ravioli, estava na hora de voltar ao metro em direcção ao hotel e recarregar baterias para um passeio nocturno. Desta vez a Fontana di Trevi estava vazia. E o Hard Rock Café de Roma é tão, mas tão brutal. Portanto: guitarra do Angus Young (AC/DC), do Eddie Vedder (Pearl Jam), do Noel Gallagher (Oasis) e dos Metallica; mais um fato do Edge da Popmart e os óculos do Bono da ZooTV e a minha favorita: a fender telecaster do Bruce Springsteen assinada pelo próprio. Ahhh. Última dia em Roma. Felizmente, o nosso hotel guarda-nos a bagagem até qualquer hora sem termos de pagar. Mas desta vez havia fila no Vaticano e eu cometi o erro de ler o pequenino texto de boas-vindas escrito no mapa do museu. «You are entering into one of the most important sites for the history of human civilization» ri-me. Gostei da Galleria delle Carte Geografiche, dos Stanze di Raffaello e da Collezione di Arte Contemporanea. Esta última deixou-me algo triste porque toda a gente passa por lá faz lá fila para ir para a Capela Sistina e ignora completamente a colecção. A Capela Sistina? Já tive mais espaço para me mexer entre seres humanos em primeiras filas de concertos e enerva-me ter um segurança a gritar “NO PICTURES!!” a cada cinco minutos. Ainda vimos a Pinoteca antes de voltarmos para o metro.

De volta a Roma, apanhámos o autocarro para o centro e fomos à procura da Piazza Navona. Lá a encontrámos com o seu mercado de natal onde só se vendem doces e peluches. Até ao Pantheon foi um saltinho. E foi no Pantheon que discutimos a história de Itália (perdoem-me, nunca tinha ouvido falar em nenhum rei de Itália).

Já só faltava o Campo de Fiori que, por já ser noite, não tinha flores em lado nenhum. Mais um passeio e estava na hora e voltar a apanhar o autocarro e ir buscar as malas. Em Roma Termini fizemos todo um banquete de McDonald’s. Seguiu-se uma viagem de 11h de comboio e não, acordar com um homem italiano a dizer “Buon giorno!” a cada 2h não é assim tão agradável como parece. Chegámos a Trieste às 9h30 da manhã.