An ongoing OST, Part VI

O que ouço sem querer. As músicas das festas, as que se cantam cá em casa, etc.

A Ana estava sempre a cantar isto. Also, é daquelas que passa em qualquer festa.

A Flori dança salsa e houve uma altura em que estava sempre a ouvir esta música.

ROMA! Mapa na mão, “girls, to the left here” e pronto, alguém começava a cantar isto.

Aparentemente este é o grande hit do momento em itália. Não é mau e quando toca provoca momentos bastante engraçados no supermercado…

Advertisement

Firenze + Roma

Depois de 5h num comboio, chegámos a Florença pelas 12h15 e rapidamente nos apercebemos de que não estávamos na estação central. Pouco tempo depois apanhámos um novo comboio, mas desta vez a viagem demorou 5min. Da estação ao hostel foram 10min a pé pelo centro histórico de Florença. E ali estava eu, na Toscânia, na Itália que aparece nos filmes.

031_
“Então e qual foi a primeira coisa que fizeste em Florença?”
“Andei de carrossel, pois está claro.”

A primeira paragem obrigatória foi a Galleria dell’Academia. 5,50€ para cidadãos da UE entre 18-25 anos (e grátis para menores de 18, aqui em todos os museus públicos de Itália). Bellissimo! E aqui começou a saga de encontrar quadros, esculturas e monumentos que reconheço dos livros de história. E logo com o David, que é enorme, já agora. Vimos a galeria em passo algo apressado, uma vez que ainda tínhamos outra galeria de visita obrigatória na lista. Atravessámos o centro histórico e vimos a Basilica di S. Lorenzo e a Piazza Duomo, onde está a Cattedrale di S. Maria del Fiore e a sua cupula – símbolo de Florença. Na Piazza della Signoria está o Palazzo Vecchio e a sua Galleria degli Ufifizi.

043_ 044_ 045_ 063_
Piazza della Signoria e uma imitação do David.

Na Galleria degli Uffizi começámos por encontrar o D. Sebastião, mas durante quase duas horas vimos Leonardo, Michelangelo, Botticeli, Caravaggio e muito mais. Estafadas e cheias de fome, passeámos pelas ruas do centro histórico, que agora estavam ainda mais fofinhas devido às luzes de Natal, à procura de um restaurante barato. É normal beber chocolate quente depois de jantar, certo? Certo.

IMG_0208
Estava muito, muito frio.

Mas ainda consegui convencê-las a dar um saltinho ao Hard Rock Café e ver a mota do Quadrophenia (The Who) uma guitarra do James Hetfield (Metallica) e outra do Mark Morton (Lamb of God). Na manhã seguinte ainda deu para ver a fachada da Basilica di S. Maria Novella antes de nos perdemos pelas estações de comboio de Florença… O que vale é que a trenitalia foi amiga e o nosso comboio para Roma estava 20min atrasado. Chegámos a Roma por volta das 11h e uma hora depois já estávamos instaladas no hotel. Realizar o plano foi o mais complicado, mas eventualmente lá decidimos. A ideia era Sábado fazermos a zona menos central e mais perto do hotel (Santa Maria Maggiore, Fontana di Trevi, Piazza di Spagna), Domingo faríamos Vaticano de manhã e Colosseo e Foro Romano pela tarde e Segunda-Feira teríamos o dia para passear pelo centro (Pantheon, Piazza Navona, Campo de Fiori). E assim foi.

IMG_0315_ 107_ 133_ 139_
Santa Maria Maggiore

Depois de S. Maria Maggiore seguimos em direcção à Fontana di Trevi e fomos tropeçando em coisas. Primeiro, a Piazza della Repubblica e Santa Maria degli Angeli, depois Fontana del Tritone e finalmente Trevi cheia de gente. Quando chegámos à Piazza di Spagna já era noite.

198_ 192_ 202_ 221 321_ 313_ 297_ _MG_0449_ _MG_0458_

Seguiu-se a primeira aventura no metro de Roma: só conseguimos entrar no 3º comboio que passou… Abastecemos no supermercado e fomos descansar para o hotel, no Domingo teríamos de estar pelas 8h30 no Vaticano. E não é que conseguimos? Chegámos e a Piazza di S. Pietro estava praticamente vazia. Nada de filas. Perfecto.

_MG_0506_ 370_

Foi a maior desilusão da viagem, o Vaticano. A Basilica di S. Pietro em especial. Impossível ignorar os chapéus de chuva no ar dos guias e os seus grupos em excursão super barulhentos, de gorro e chapéu e óculos escuros, a segurança parva em todo lado e as tentativas de tornar tudo isto aceitável e sério – áreas só para penitência/só para rezar com seguranças à porta a controlar. Hããã?! Enfim. Ok. É muito bonita mas a Pietà merecia estar num lugar mais, errr, sério…? Isso.

410_ 425_ 439_ 444_
Basílica, Pietà, Túmulo João Paulo II

Enquanto a Ana cumpria penitência eu, a Madalena e a Flori decidimos ir visitar a cúpula. Foi giro, mas acho que só para mim. Sobem-se muitas escadas pequenas e apertadas e lá de cima a vista é linda. O problema é que a Madalena tem medo de alturas e a Flori é claustrofóbica. Ah, lindo!

455_ 462_
São formigas? Não, não, é mesmo a fila dos dorminhocos muahaha! Atentem:

469_

Uma vez que o museu estava fechado, ficámos a comer (aka aliviar o peso do saco da comida) na praça num local minimamente coberto e abrigado. Isto porque estava muito, muito frio e vento. E pouco depois começou a chover e o nosso spot foi invadido. Finalmente, às 12h em ponto, lá falou o Papa. No dia mundial da SIDA, o Sr. Francisco falou em quem sofre e em quem cura mas, curiosamente, não dedicou uma palavrinha à prevenção.

485_ 486_

Fugimos da confusão em direcção ao Colosseo. Esse sim, não desiludiu (aliás, surpreendeu). O Arco di Costantino, o Foro Romano, o Palatino… mamma mia.

494_ 514_ 578_ IMG_0613_ _MG_0667_ _MG_0661_ _MG_0676_ 582 627 631

Saímos para a Piazza di Venezia e o monumental Monumento a Vittorio Emanuel, dos quais não tenho fotos porque a bateria da máquina acabou. Depois de um belo ravioli, estava na hora de voltar ao metro em direcção ao hotel e recarregar baterias para um passeio nocturno. Desta vez a Fontana di Trevi estava vazia. E o Hard Rock Café de Roma é tão, mas tão brutal. Portanto: guitarra do Angus Young (AC/DC), do Eddie Vedder (Pearl Jam), do Noel Gallagher (Oasis) e dos Metallica; mais um fato do Edge da Popmart e os óculos do Bono da ZooTV e a minha favorita: a fender telecaster do Bruce Springsteen assinada pelo próprio. Ahhh. Última dia em Roma. Felizmente, o nosso hotel guarda-nos a bagagem até qualquer hora sem termos de pagar. Mas desta vez havia fila no Vaticano e eu cometi o erro de ler o pequenino texto de boas-vindas escrito no mapa do museu. «You are entering into one of the most important sites for the history of human civilization» ri-me. Gostei da Galleria delle Carte Geografiche, dos Stanze di Raffaello e da Collezione di Arte Contemporanea. Esta última deixou-me algo triste porque toda a gente passa por lá faz lá fila para ir para a Capela Sistina e ignora completamente a colecção. A Capela Sistina? Já tive mais espaço para me mexer entre seres humanos em primeiras filas de concertos e enerva-me ter um segurança a gritar “NO PICTURES!!” a cada cinco minutos. Ainda vimos a Pinoteca antes de voltarmos para o metro.

684 688 690 695_ 699

De volta a Roma, apanhámos o autocarro para o centro e fomos à procura da Piazza Navona. Lá a encontrámos com o seu mercado de natal onde só se vendem doces e peluches. Até ao Pantheon foi um saltinho. E foi no Pantheon que discutimos a história de Itália (perdoem-me, nunca tinha ouvido falar em nenhum rei de Itália).

719

Já só faltava o Campo de Fiori que, por já ser noite, não tinha flores em lado nenhum. Mais um passeio e estava na hora e voltar a apanhar o autocarro e ir buscar as malas. Em Roma Termini fizemos todo um banquete de McDonald’s. Seguiu-se uma viagem de 11h de comboio e não, acordar com um homem italiano  a dizer “Buon giorno!” a cada 2h não é assim tão agradável como parece. Chegámos a Trieste às 9h30 da manhã.

An ongoing OST, Part V

«Appreciated»

O Frank tinha de estar por aqui algures. E este “capítulo” é dele e não de uma qualquer canção. Deixo três só porque são as que mais tenho ouvido por aqui. É folk inglês misturado com punk e rock n’roll por um cantautor meio maluco mas que parece ter sempre razão.

1. O rapaz bem dizia que eu devia sair do sofá.
2. Tenho saudades dos meus amigos.
3. The journey’s brough joys that outweigh the pain.

P.S – A semana passada não houve post porque estava a fazer a mala. O testemunho da viagem a Florença e Roma deverá aparecer por aqui este fim-de-semana.

An ongoing OST, Part IV

Menina, assenta o passo
sem medo ou manha,
ou muito te passa da vida.
Tem que haver quem faça
o que muito queira.
Caminha sem falsa fascinação.

O teu coração
ainda pára,
forçando a apatia p’lo medo de dançar.
Não se avista um dia
em que o ego não destrate
uma mais bela parte
escondida em ti.

Menina, sê quem passa p’ra lá da ideia.
Quem muito se pensa fatiga.
Nem vais ver quem são,
seus olhos no chão,
os que andam p’ra ver-te vencida a ti.

O teu coração
sem querer dispara
força e simpatia ao ser que te vê dançar.
Vai chegar o dia em que o medo não faz parte
e, por muito que tarde, esse dia é teu.

Desfaz o nó,
destrava o pé,
desmancha a traça e avança.
Chocalha o chão,
esquece os que estão,
rasga o marasmo em ti mesma.

Vê corações,
na cara que pões,
vira do avesso esse enguiço.
Desamordaça a dança p’ra te convencer.

O teu coração
sem querer dispara
força e simpatia ao ser que te vê dançar.
O teu coração ainda pára,
forçando a apatia p’lo medo de dançar.

An ongoing OST, Part III

Não gosto de ir ao Lidl. É longe, lá em baixo, ao fundo da rua. Mas é o único com cereais de jeito a um preço minimamente decente. O Lidl é igual em todo o lado. Entrar no Lidl de Trieste é o mesmo que entrar no Lidl das Caldas ou no de Benfica. É igual. O primeiro corredor é o dos chocolates e gomas, lá ao fundo, à esquerda, estão os iogurtes e restantes produtos frios, e no último corredor os sacos enormes de comida para cães. No meio aquela secção de produtos completamente aleatórios – numa semana chinelos, na outra grelhadores.  Igual.

No outro dia, depois de esperar meia-hora na fila da única caixa aberta, ter os meus queridos cereais no saquinho e de estar, por fim, pronta para subir a colina até casa, enfiei os phones nos ouvidos e tocou esta, sem aviso. O homem à saída do Lidl riu-se do meu sorriso… É que, por uns micro-segundos, voltei à baía de Cascais.

Este Zambujo é outra coisa…

O italiano vai melhorando mas muito, muito devagarinho. As aulas da faculdade idem.

Entretanto, continuo a colaborar com o Sala de Projeção (quartas, às 20h, em http://www.escsfm.com). As peças de minha autoria podem ser lidas no site do programa (ou aqui e aqui, para ser mais exacta).

Seguem algumas fotografias que foram ficando esquecidas:

IMG_4665
Com o Bugra, o Ulas, o Anil, a Amanda, a Gözde, a Nur e a Flori depois do jantar turco cá em casa. Falta o Ahmet que, coitado, ficou a lavar a loiça.

IMG_4743
Um pôr do sol bonito no Molo + uma fotógrafa chata (e o mar adriático em modo rampa).

Foto del 06-10-13 alle 17.54
Com a Flori e o Ahmet no centro comercial, a brincar com um Mac.

047_
Com o Ahmet em Veneza.

089
Com a Amanda, a Ana, a Nur, a Gözde e a Flori em Veneza.

O grupo todo que foi a Ljubljana a fazer corações porque sLOVEnia…

An ongoing OST, Part II

Domingo, 13 de Outubro. Dia do maior e mais importante evento de Trieste: a Barcolana. Regata pelo Adriático fora, de Itália à Croácia. A partida é às 10h30 e há que subir à montanha para a ver. Trânsito cortado, linhas de autocarro trocadas, carros estacionados no meio da estrada. Ali em cima, onde ainda é Itália mas já se lê Esloveno em todo o lado, existem umas casas com vinho e comida local. Não é café nem restaurante, é “Osmiza”. A comida é cara e ninguém quer beber vinho às 10h da manhã de um Domingo (yep, nem os Espanhóis). Junta-se um pequeno grupo e dá-se um passeio pelas redondezas. A vista é bonita, mas sempre igual. Nisto está a chegar a hora do almoço e há que encontrar o autocarro. Polícia em todo o lado e paragens trocadas. Uma hora depois, finalmente um autocarro. Saímos na Oberdan e, ali à nossa frente, um buffet de comida asiática. All you can eat por 10€ sem bebida. Mesa para 13. Almoçamos sem perdão. Acabamos felizes e contentes, determinados a aproveitar o sol que nesse dia apareceu em todo o seu esplendor, depois de 3 dias sem nada dizer. “Sea side?”. Entre a confusão da feira da Barcolana e das centenas de pessoas que circulavam pela marginal, arranjamos um cantinho não invadido nem por humanos nem por barcos. Passei pelas brasas deitada à beira mar. Acordei com o sol a bater-me na cara. Aos meus ouvidos tocava isto.

An ongoing OST, Part I

Já cá faltava…

Vi estes marmanjos no Crato. Último concerto antes de vir embora. Não conhecia nada deles (claramente andei a viver debaixo de uma pedra) e puseram-me a chorar baba e ranho quando tocaram a Fronteira. Ridículo. Passando à frente, gostei muito do concerto, fui para casa ouvir mais, a conversa do costume….

Esta apegou-se-me (o que é isto quer dizer? não faço a mínima) especialmente. Gostava de dizer que não sei bem porquê mas acho que até sei. Há-de estar relacionado com qualquer coisa que tenha a ver com o ir. Mas o ir bom. O ir que mete medo mas que promete. Qualquer coisa assim. E depois o vídeo também está lindo, só assim para ajudar à coisa.

Atentem:

Larga o estágio e os deveres
Faz-te à sorte que tu queres
É, hoje, Luzia que tudo vai mudar

Diz ao teu pai que não percebes este mundo
A que foste condenada
Conta à tua mãe que isto agora é prego a fundo
Tu não podes estar parada
Bora! Bambora! Vambora! Bora!

Não sei escrever sobre música por isso perdoem-me, desde já. Mas há que ouvir diabo na Cruz. É Portugal de uma ponta à outra… E é rock! Não é rock cantado em português, não, isso é outra coisa. Os Xutos, p’rai… Isto é rock português. Podia bem ser o começo de algo brutal, era só alguém pegar nisto do Roque Popular e continuar. Haja fé.

E, já agora, ouçam a Fronteira, e vejam o vídeo e leiam a letra da Bomba-Canção, e ouçam a Casamento e a Os Loucos Estão Certos…. Pá, ouçam o diabo, que neste caso ele merece mesmo que lhe dêem ouvidos.

Hvala, Slovenija!

Partimos bem cedinho para chegarmos à gruta de Postojna a tempo de a visitar antes do almoço. Quando chegamos a primeira coisa em que reparo é que aqui, na Eslovénia, o outono é como nos filmes: árvores cobertas de folhas amarelas, laranjas, vermelhas, castanhas e trezentos tons de verde diferentes.

005_

011

IMG_5620

A subir as escadas para a entrada na gruta é impossível não ficar um bocadinho assustada…

026

Sim, fazem-se jogos de basquetebol lá dentro.

Passamos o bilhete e descobrimos que na eslovénia tiram-se fotos às pessoas a entrarem nos museus/grutas/castelos e depois no final pode-se adquirir tal obra de arte (em que a nossa foto fica numa bolinha ao centro, rodeada de fotos do local que se visitou) pela módica quantia de 6,50€. Somos todos sentados num mini comboio que faz parecer que vamos andar numa montanha russa dentro de uma gruta. Mas não, é mesmo de mini comboio que se faz parte da visita, até se chegar ao local onde há caminhos por onde andar.

016

018

020

A gruta é enorme, pois. Na visita guiada ficamos a aprender que esta foi a primeira gruta a ser aberta ao público (foi descoberta em 1818, abriu ao público no ano seguinte) e é também, hoje em dia, a gruta onde mais se pode ver. Ou seja, a gruta no total tem 20km e nós podemos visitar 5km. Não há outra gruta onde se possa ver tanto. A certa altura estamos a 115km da superfície. A temperatura é sempre de 9º e não há muitos animais que se possam ver sem ser a salamandra, a que eles chamam de human-fish vá-se lá saber porquê. São o símbolo da gruta e no final pode-se comprar uma salamandra de peluche (bem fofinho, por sinal). Não deu para tirar grandes fotografias, filmei só uns bocadinhos. (não dá para pôr vídeos aqui directamente, tenho de estudar uma maneira de os publicar)

IMG_5707

Salamandras em todo o lado e eu a invadir a foto da Amanda.

O almoço foi num restaurante ao lado da gruta. Comida tradicional eslovena? Não sei. Começou com uma salada fria com massa normal, depois borrego e frango acompanhado de batata assada, cenoura e brócolos, e salada de fruta para a sobremesa. Daí seguimos para o castelo, que é meio numa gruta meio fora e parece que está pendurado na montanha.

036

043

Não tem grande história para contar excepto a forma como o cavaleiro dono do castelo no século XV, que matou um parente do imperador austríaco e que por causa disso estava a ser perseguido, se escondeu ali e conseguiu viver um ano e um dia rodeado pelos inimigos, devido às várias passagens secretas que tinha para os outros lados da montanha. Acabou por ser apanhado, depois de um servo dele o ter traído e dito aos mauzões quando ele estava na casa-de-banho (aquele anexo mais à esquerda). Sim, morreu na casa-de-banho. Lá dentro é normalíssimo excepto o buraco na gruta que dava para uma das passagens secretas e a vista que dá.

069

058

060

Chegámos a Ljubljana às 18h. Depois de todos fazermos check-in no hostel e de fazermos uma visita ao supermercado seguimos para o centro da cidade à procura de um sítio barato onde jantar. Como tudo o que encontrámos de normal ficava à volta de 10€ acabámos por ir ao McDonnalds. McMenu grande a 5€ não é todos os dias que se arranja. Muitos quisemos experimentar uma coisa nova à mesma, eu fui pelo McCountry e não fiquei surpreendida. Seguimos depois para a beira rio e mais tarde para a festa. No Domingo tínhamos de tomar o pequeno-almoço antes das 10h para sairmos às 11h. Sabe-se lá como conseguimos e seguiu-se a walking tour por Ljubljana.

094_

O hostel onde ficámos é numa espécie de bairro dos estudantes/artistas, e está enfeitado com ténis pendurados em fios eléctricos e paredes completamente cobertas de grafittis.

A visita começou na praça principal, a Prešernov trg, onde o guia fez questão de salientar que a estátua não é de nenhum herói de guerra ou político mas sim de um poeta. Presenev, mais famoso poeta esloveno e autor do hino da Eslovénia (um dos únicos do mundo que saúda todas as nações do mundo). Foi aqui que mais comecei a gostar deste país. Como só conseguiu a independência em 1991, até lá não tinha capital ou símbolos próprios sem ser a sua língua. E a língua eslovena é o principal orgulho do país. Há monumentos onde se salienta o primeiro livro onde se mencionou a existência do esloveno. Daí a importância dada ao poeta que mais elevou a língua.
096

098

099

A Triple Bridge (Tromostovje) é outra das principais atracções da cidade. Era uma ponte normal até começar a ser demasiado pequena para servir pessoas, carros e carroças. Jože Plečnik, o arquitecto responsável por 90% dos edifícios ou restauros de Ljubljana, lembrou-se então de fazer outras duas pontes semelhantes mas mais pequenas para os peões.
A Dragon Bridge (Zmajski most) foi criada porque havia a necessidade de mais uma ponte mas não havia dinheiro, por isso, e como na altura a Eslovénia fazia parte do império austro-húngaro, arranjou-se a desculpa de dedicar a ponte ao jubileu do imperador e o financiamento chegou. Foi também a primeira construção em betão(??) do império. O material na altura era novo e foi testado aqui.

101_

Passámos pela igreja principal, onde estava a decorrer a missa. É bem bonita por dentro mas o lado de fora da porta é o melhor. É uma escultura em cobre que tenta relatar a história do povo esloveno. No topo está João Paulo II, o primeiro papa eslavo que escolheu a Eslovénia como destino da sua primeira visita oficial. A porta foi colocada em honra dele, aquando a sua visita. É também um agradecimento ao Vaticano por ter sido dos primeiros estados a reconhecer a independência da Eslovénia.

Depois de um passeio pela zona mais medieval chegamos à praça do congresso (Kongresni trg) onde se encontra o edifício principal da universidade de Ljubljana e o edifício da orquestra filarmónica eslovena.

102

108

115

A biblioteca da universidade de Ljubljana, que tem mais livros do que a Eslovénia tem habitantes.

118

Dos únicos monumentos em honra de Napoleão fora de França. Porquê? Porque enquanto governou a região fez questão de que a língua usada nas escolas, missas e etc fosse o esloveno.

Depois tivemos um tempo livre que era quando eu iria tirar mais fotografias a coisas que me escaparam mas foi pouco tempo para almoçar, comprar coisas e passear. Viajar com a ESN tem a sua piada, é um grupo muito grande e as coisas já estão tratadas sem nos termos de preocupar, mas passamos demasiado tempo à espera uns dos outros e depois acabamos por não ver tudo o que queríamos. Não fomos, por exemplo, ao castelo. Apesar disso tudo, gostei muito da Eslovénia.

122_

Agora se tudo correr bem devemos voltar a Veneza e ir a Florença e Roma algures em Novembro. Até lá? Aulinhas!

venezia

(ou “a Teresa vai finalmente a Itália depois de 19 dias na Áustria-Hungria)

Toda a gente já ouviu falar de Veneza. O carnaval, os canais, as gôndolas, isso tudo. E toda a gente tanto já ouviu dizer que é magnífico como que não é nada de especial. Deixem-me então dizer que não é um nem outro. E não, não cheira mal.

Assim que saímos da estação levamos com uma vista que até resume bem o que acabamos por ver durante o resto do dia: um canal, gôndolas e barcos, uma ponte; do outro lado, prédios pequenos e às cores, com uma igreja ao centro; e pessoas, muitas pessoas em todo o lado.
Image
Eram 10 da manhã e fazia um frio horrível. O nosso guia foi um rapaz da ESN Veneza que nos começou por explicar vagamente a história da cidade e uma regra de ouro: os turistas devem andar sempre pela direita, que os italianos precisam de passar. Começámos pelo Gheto Novo, um dos três bairros onde os judeus foram forçados a viver no séc XV. Ainda hoje é maioritariamente ocupado por judeus e é também a zona com os prédios mais altos da cidade, uma vez que não era permitido construir novos prédios, era preciso acrescentar andares aos prédios.
Image

Image
(no dialecto de Veneza rua é “cale”, em vez de Via, e praça é “campo”, em vez de Piaza)
Mais uma ponte, mais um canal, mais uma rua estreita e chegamos a um dos muitos sítios onde podemos apanhar uma gôndola para atravessar o Canal Grande. É o canal mais largo da cidade e só há 4 pontes para o atravessar, por isso podemos apanhar uma gôndola e atravessá-lo por 2€. Dura cerca de um minuto e vão 10 pessoas em cada. Como disse o guia: “It’s not much, but at least you can say you were on a gondola in Venice”. Sim, porque os outros passeios de gôndola são para ricos: meia hora fica a 40€ por pessoa, uma hora a 80€.
Image

Image
Depois do almoço tivemos uns minutos para visitar a ponte mais famosa de Veneza. Chama-se Rialto e tem lojas dentro da ponte. Não dá é para perceber porque está sempre cheia de turistas.
Image

Image
Seguimos para a mais famosa praça de Veneza e a única que não se chama “campo”, a Piaza S. Marco. Depois de algumas explicações do guia, que não consegui ouvir porque um grupo de turistas se pôs a cantar em coro ao meu lado, tivemos direito a duas horas de passeio livre.
Nós começámos pela Basílica de S. Marco. Para além de não ter nada a ver com nenhuma basílica, catedral ou igreja a que já fui, visitá-lá com dois turcos (de cultura muçulmana, portanto) e uma romena (de cultura ortodoxa, pois) só tornou a visita mais interessante. Fiz o melhor como única representante católica. Não podíamos tirar fotografias, mas eu tento explicar: em vez de quadros e estátuas, todo o tecto, todas as arcadas e partes das paredes estão cobertas em mosaico de ouro, com gravuras de episódios da Biblía. É enorme, mas só podemos ver 10%, o resto paga-se. 2€ aqui, 5€ ali e mais uns 3€ para subir umas escadas. E não deixa de ser engraçado que mesmo aqui, em Veneza, há uma caixinha à saída a pedir contribuições para ajudar no restauro da basílica.
Image

096

101

106

112
E do outro lado da praça, em frente da basílica, o que é que se vê? isto:
100
Seguimos pela ponte dos suspiros que aparentemente toda a gente acha que é muito romântica mas que na realidade era o último sítio por onde passavam os condenados antes de entrarem na prisão, daí o nome dos suspiros. E continuamos… A certa altura a Florina encontra um estúdio de um pintor e mete conversa. Ele acaba por fazer-lhe um quadro no momento e oferece-lho. Quando disse que era de Portugal ele fez uma festa. Esteve lá quando tinha 32 anos, foi ao Porto e a Lisboa, antes de seguir para Caracas. E a filha esteve em Aljezur (“Alque… Algéqur?…”) este verão. Sabe um bocadinho de cada língua mas de português só sabia “Abrigada”. A certa altura encontrámos o Museu da Música, que é numa igreja, e que tinha uma exposição gratuita chamada “Vivaldi e il Suo Tempo”, mas que não era nada de especial.

169

135

161
Depois de nos encontrarmos de novo com o grupo seguimos para uma esplanada para o habitual “Aperitivo”. O caminho para a estação de comboios fez-se já meio de noite, a planear voltar e ver tudo o que ficou para ver, com mais calma.

É uma cidade bonita, sim, mas é sempre igual. E tirando a Piaza S. Marco e os bairros judeus não há coisas com história, que queiras perceber o que significam ou porque estão ali. Mas não deixa de valer a pena visitar, mesmo que esteja frio e chuva.

E agora? Agora faltam 20 dias para a viagem à Eslovénia! 🙂