docks, escandinávia, ursos e casa.

gostei mais de blossoms no reeperbahn, talvez por terem tido mais tempo, mas aqui estavam em modo banda de abertura e a coisa não foi tão interessante. ainda assim, têm um belo disquinho e aquela música com o título francês que eu canto sempre como chardonay mas que não é chardonay é muito gira. depois a atitude é muito stockport, como não amar. adorei o primeiro do jake bugg, o segundo já não ouvi tanto e este último nem conhecia. mas não é que o puto cresceu muita bem? nota-se bem as mudanças de disco para disco e o concerto em si, com banda e tudo, está muito muito bom. a broken é muito lindinha, mas fiquei com pena de não ter ouvido a simple as this.

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o comboio para copenhaga, quando chega ao báltico, entra num ferry. estaciona ao lado dos carros e camiões, e quando chega à outra ponta, já na dinamarca, volta a sair como se nada fosse. nós só temos de subir para o centro comercial duty free andante que é o ferry durante os 45 minutos que dura a passagem. foi interessante, no mínimo. na terra do lars comecei por ver as hinds a serem lindas e maravilhosas. não dá para ignorar o facto de elas terem passado praticamente o ano todo na estrada porque a evolução do concerto é notável. de fevereiro, no musicbox, a novembro, no lille vega, continua a energia e aquela descontracção característica, mas a entrega musical em si está tão melhor. viva hinds! naquela terra é tudo caríssimo, mas foi fixe passear pelo centro, ir dar o props à sereia, comer um belo hambúrguer na paper island (ao lado do tipo dos bastille, y not), aprender na christiania, ver as luzinhas e animações de natal no tivoli gardens e apanhar muito, muito frio. ah, e a bateria do lars no hard rock, claro, a atracção mais importante do país inteiro :v

berlim não é nada parecida com copenhaga mas também lá estava muito, muito frio. e muito nevoeiro também. só conseguimos ver a tv tower inteira no último dia, quando o céu ficou limpinho. mas tinha de ser, não é? se eu disse que berlim sempre foi fria e cinzenta na minha cabeça claro que ela teve de me receber dessa forma. tickei as boxes todas: alexander platz e potsdamer platz, east side gallery e checkpoint charlie, reichstag e memorial do holocausto, a igreja toda destruída e o trabi da zoo tv no hrc, e, claro, hansa studios. da feira do mauer park trouxe o heroes, achei apropriado. é que, no ddr museum, que é todo interactivo (e muito fixe, já agora), havia um apartamento tipo, e na divisão que fazia de quarto das crianças estava um rádio e uns headphones. o que é que tocava? heroes, claro.

estes três meses foram giros, deu para passear e ir a uns concertos, experimentar um sítio onde os transportes são exemplares e tal. mas estou muito melhor com o meu gato ao colo e o solinho lá fora. portugal dá sempre 10 a 0 a tudo o resto, desculpem.

 

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to go away and dream it all up again

 

este post tem várias partes e eu juro que tentei que ele fizesse sentido.

um.
este ano começou comigo no sítio onde achava que sempre iria querer estar, há oito anos que a ideia que se formava na minha cabeça sobre o meu futuro acabava ali. e quando lá cheguei percebi quase imediatamente: não quero ter nada a ver com isto. o que acontece quando chegas a onde sempre quiseste chegar e de repente, nada daquilo era o que achavas que ia ser? não sei, eu fugi para o sul de espanha. três meses de sol, tapas e san miguel. a pensar que quando voltasse arranjaria um plano qualquer, quando voltasse a coisa havia de se resolver. e quando voltei o que me recebeu foi um murro no estômago. sou muito caseirinha, por muito que adore viajar, não o adoro mais do que voltar a casa, do que estar em casa. e quando acabas de voltar, dizerem-te que vais ter de sair outra vez é tão frustrante. o verão foi de manutenção, e no fundo foi a melhor resposta às dúvidas e confusões todas: é o estar neste país a ir aqui e ali atrás desta e daquela banda, com os amigos, os almoços de família, a bifana, a super bock, é isto que eu quero que seja a minha vida. pelo menos por enquanto. só que… isso não é um emprego, tecas, sai lá do filme. e então cheguei a hamburgo, e desde então que tenho tentado arranjar soluções. só que falho sempre, porque estou longe, porque estou sozinha, porque não tento criar o suficiente, porque nunca acredito o suficiente.

é irritante. dantes a meta era super simples, não era sonho – não tenho disso -, era só o sítio onde queria chegar. cheguei, e desde que lá cheguei que só quero fugir a sete pés. não é medo, é quase nojo. eu não quero contribuir para a mediocridade, se for para escrever sobre música que seja de forma decente e justa. teria de fazer algo melhor do que já existe, mas nem sei como, e não acredito que seja capaz. talvez seja conformismo, talvez seja realismo. não sei. se calhar o melhor era fazer outra coisa qualquer. mas o quê? não sei.

dois.
este ano – este mês – faz 25 anos que saiu o achtung baby.

600

antes das aulas de história o que eu conhecia de berlim conhecia por causa do achtung baby: hansa studios, o muro, a potsdamer platz, os trabis, a zoo(logischer garten) station. as fotografias e os vídeos do anton corbijn ou aquela estátua no vídeo da stay (esse do wim wenders), já na era zooropa. a cidade sempre foi cinzenta, fria e meio destruída na minha cabeça, porque foi assim que me tinha sido mostrada desde muito cedo.

berlim era hansa studios, hansa studios era one, one era achtung baby. hansa studios porque o herói bowie e o herói iggy tinham andado por lá. one porque no pós-rattle and hum as dúvidas eram muitas e a direcção a seguir difícil de encontrar, porque no meio de tanta confusão interna veio uma sequência de acordes do meio do nada e do meio do nada – ou, melhor, do meio daquele salão – nasceu a canção que salvou tudo. achtung baby porque foi aí que a maior banda do mundo se tornou na melhor, porque ninguém se reinventa assim.

berlim era o sítio onde a banda da minha vida se salvou, onde o bowie fez a canção que já nos salvou a todos one way or another. berlim era onde os heróis se iam reinventar.
nas aulas de história, berlim era o horror do nazismo (ou alt-right, como se diz hoje em dia?), a destruição da guerra, a separação do muro. berlim era os memoriais pelas vítimas do passado, a união e a liberdade, o discurso do jfk, a esperança na europa unida.

três.
se estou quase a voltar para casa e continuo sem saber para onde me virar, se o mundo parece empenhado em voltar a ser aquele sítio negro e frio e assustador, talvez berlim seja um sítio bom para ir passar uns dias. eu sei que não vou encontrar a resposta para ao meu existencialismo escondida num recanto do salão do hansa studios, mas parece-me apropriado todo este simbolismo para acabar com esta montanha russa de ano.

quatro.
no último concerto da era joshua tree/rattle and hum, perante tanta conversa sobre o futuro da banda, o bono disse que não era o fim dos U2: “we just need to go away and dream it all up again“.

 

reeperbahn festival 16

alas, o swsx europeu. ou pelo menos é o que dizem, eu não sei, nunca fui a austin. eles dizem que são mais de 450 concertos em mais de 70 salas. depois há as conferências (mais de 230) e os eventos extra música como exposições, filmes, etc. tudo isto dura 4 dias e passa-se maioritariamente no famoso reeperbahn – o red light district aqui do sítio.

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atentem pf em como tive direito a cedilha :))

é tudo um bocado overwhelming. uma pessoa que não conhece a zona perde-se facilmente (zero indicações. carai, até o bons sons que só tem 8 palcos e acontece numa aldeia tem setinhas para os sítios!), e depois claro que a maior parte das salas enche cedo facilmente e claro que acontece tudo ao mesmo tempo. o bilhete diário só para os concertos custa 45€, o que é barato para esta gente, também porque a grande maioria das bandas, como devem imaginar, são ilustres desconhecidos.

tive acesso completo ao festival, ou seja, fui como vão as pessoas do business: fitinha ao pescoço a identificar e tal e coiso. há mil e uma sessões de “networking” e muitas conferências sobre dinheiro (os títulos são diferentes mas no fundo vai tudo dar ao mesmo, não é migz?), mas eu só usei o meu privilégio de “delegada” para duas sessões.

a primeira foi a da jessica hopper. ex-editor in chief da pitchfork review. porquê ex? porque descobriu que recebia bem menos do que os homens que trabalhavam para ela. está nisto desde os 15 anos, quando começou uma fanzine dedicada à cena punk do Minnesota, de onde é. hoje é editora da mtv news. há coisa de um ano foi convidada a falar no bigsound e por causa disso lançou umas perguntas no twitter que provocaram uma discussão assustadora, mas necessária. recomendo qualquer pessoa a ver esse keynote (aqui).

Sometime in the gulf between Beatlemania and Beibermania we’ve lost sight of the enduring capacity that young women have to anticipate, sustain, and add cultural value to the experience of music. The term ‘fangirl’ tends to be a pejorative form, it’s associated with a somehow lesser experience of music. As if teen girls in all their riotous enthusiasm are simply undermining the point. As if artists are made less important by that fangirl excitement, which is reduced and delegitimize as hysterical or silly or – worst of all – stupid. Their interest is assumed to be based on the glimmering surfaces, or their attraction to the artist, rather than what they actually get from the music, or the concerts, or the fan communities that they are part of. Their interest is seen as an adoration that spoils the credibility of the artist that they love. Yet, teen girls make the biggest market of music consumers in the world today. According to a study by the Parks Associates women are not only one half of the world’s population but they also consume more music than men. So the question then remains: why doesn’t music culture at large, from the labels, to the publications, to the tech industry, production studios, live concert venues… why aren’t these places taking fangirls seriously? Why do women in music, still in 2015 a full 63 years since Big Mama Thornton recorded ‘Hound Dog’, one of our earliest rock and roll songs, why do women feel like they don’t belong here?

deu para trocar palavras no final o que me deixou muito contente sobretudo pelo facto de ter conseguido não me engasgar. foi uma maneira fixe de começar o festival.

a segunda foi a do tony visconti. deviam saber quem é mas se não sabem basta dizer que é o tipo que produziu grande parte dos discos de bowie e de t-rex e depois trabalhou com uma data de gente tipo u2, sparks, paul mccartney, thin lizzy, kaiser chiefs (só malta fixe, portanto). foi uma bela entrevista do steve blame, e visconti falou de tudo o que se esperava, ou seja, maioritariamente sobre marc bolan e david bowie. houve muitas histórias encantadoras e engraçadas (a que envolvia o bowie, o lennon, ele e o mccartney foi a mais fixe), mas era sempre heartbreaking quando tinha de corrigir o tempo verbal a falar do bowie. “He loves musical- he – he loved musical theatre” 😦

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tony visconti + steve blame

e concertos?
no primeiro dia vi o final de alex vargas (e gostei) no docks, uma sala que tem ar de clube normal na fachada e depois é uma coisa com proporções de ginásio lá da escola. houve blossoms (muito bom) por lá também. no imperial theater – um teatro com um cenário de um interior de um castelo, com escadas e quadros nas paredes – fui surpreendida por KEOMA (melhores quando ela canta, mas sempre interessantes). até que chegou a altura de entrar no mítico molotow para ver os the hunna partirem tudo. foi do bom.

no segundo vi maioritariamente tugas no pooca bar. primeiro a surma a ser maravilhosa, depois we bless this mess a ser tão encantador como engraçado e no final first breath after coma a deitarem aquilo tudo abaixo. pelo meio dei um salto ao docks – demasiado tempo num espaço pequeno cheio de gente obrigou-me a procurar um sítio mais respirável – e deixei-me levar pela fofura do jamie lawson (wasn’t expecting that, at all :v). por gostar tanto daquela sala resolvi abrir a app do festival e consultar o programa do docks para o dia seguinte. e apareceu-me lá biffy clyro. e o meu primeiro pensamento foi “oh, um erro. devem ter vindo o ano passado ou assim, se viessem este ano eu sabia. claro que sabia”. (para contextualizar: estive semanas a estudar o cartaz do reeperbahn + adoro biffy). depois abri o link e ohmeudeus surprise set??? tinha sido anunciado naquela tarde. portanto, biffy clyro, no docks, dali a 24h. depois de os perder no alive por duas vezes. okay, #respiratecas.
dei um salto ao molotow para apanhar um pouco de yak mas a fila era enorme, o que me tirou a vontade sequer de tentar sair cedo de FBAC para apanhar spring king. e FBAC nem mereciam que eu saísse, foi concertaço. Leiria represent!!

no terceiro vi holy holy – não a banda do visconti, infelizmente, são uns australianos meio country – e poor nameless boy, duas coisas aturáveis. segui para o bunker – sim, o bunker da segunda guerra mundial que agora é loja de música e sala de concertos e mais uma data de coisas, normal – ver tiger lou. aparentemente por aqui são grande cena e “voltaram” agora e havia gente muito emosh no público, para mim foi só fixe. o que eu queria mesmo ver era jagwar ma e isso sim, foi #dartudo. mas um dar tudo muito controlado… é que logo a seguir fui para a fila para o docks, aturei o final do alemão maxim (nah) e depois esperei tipo velhinha do tony carreira – lá na frente, de mão na grade – pelos escoceses mai lindos (a seguir ao mcgregor, sim, tá bem…). como devem imaginar foi fantabulástico e agora que vos escrevo isto já estou na posse de bilhetes para os rever, primeiro aqui em novembro, depois em portugal em janeiro. são lindes. mon the biff. etc.

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biffy clyro

e pronto, foi assim o reeperbahn da tecas. acima de tudo foi muito fixe ver portugueses representados e perceber que não estamos nada abaixo das restantes ofertas. vi ingleses, holandeses, australianos, canadianos, alemães, escoceses, suecos… a tuga tem gente capaz de entrar neste circuito na boa, e nem acho que tenhamos sido representados pelo best of, se me entendem. foi óptimo presságio para o que poderá vir a acontecer no eurosonic, e até num pós-eurosonic. e btw, o reeperbahn também tem country focus 😉

hamburguesa

o título é uma piadinha porque hamburguer em espanhol é hamburguesa e este ano passei três meses em málaga a gozar muito com a palavra hamburguesa e agora estou em hamburgo. é isso.

num percebo nada do que dizem nem do que está escrito em todo o lado (eu em tempos fui aluna de 18 a alemão, o problema é que apesar de insistirem que ainda tenho ar de miúda de liceu, esses tempos acabaram há 6 anos), mas assim que começo a dizer “sorry?” já me estão a traduzir tudo para inglês, por isso está-se bem. só não dá é para lidar com as velhinhas que metem conversa na fila do Aldi, lamento.

a cidade é fixe, tem uns lagos e um porto bué grande e uns barquinhos e tal. o mais fixe são os comboios. neste momento são os meus bffs por aqui, o comboio urbano que no centro da cidade é subterrâneo e o metro que no centro da cidade passa por cima dos carros. é a famosa lógica germânica, amigos.

não sei que mais dizer por isso tomem fotos

calma falta dizer uma coisa: sim, os beatles, eu sei. já andei a fazer scouting, mas é assunto que merece uma incursão mais profunda e conhecedora e tal. posso fazer um preview tho

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beatles platz

anyway esta semana há reeperbahn festival e para além de esperar conseguir entrar tanto no indra como no keiserkeller (entendedores entenderão), vou presenciar conferências com gente tipo jessica hopper e tony visconti. só. pelo meio há uns concertos (se a tecas não está na tuga, a tuga vem até à tecas: surma e first breath after coma! leiria em hamburgo! tragam pampilhos!) de gente tipo jagwar ma, wild beasts, blossoms, spring king, grouplove e etc. mas mostly, o que é mesmo importante entender, é que vou estar debaixo do mesmo tecto que, possivelmente a poucos metros de, quiçá com a possibilidade de dirigir palavra a: jessica hopper, tony visconti. *heavy breathing*

also, a elbphilarmonicoiso vai ter uma instalação do brian eno. e sou capaz de já ter viagem e bilhete e cenas para ir ver o zambujo a amesterdão. perdão! ir a amesterdão e reparar que toca lá o zamba naquela noite e ah, que giro, não fazia ideia, olha que coincidência. berlim aka suspirar por hansa studios e trabants deverá suceder algures em novembro.

até lá vou ficando ligeiramente emosh sempre que vejo uma das mil referências à tuga que há nesta terra. é que migz, há um bairro tuga. com restaurantes e cafés com nomes tipo “o frango” ou “o cantinho do antónio”. e também há o “lisboa” e o “porto”, em frente um do outro, e “o pescador” e “o farol”. e os pastéis de nata e os galões e o café delta e a – tosse, muita tosse  – casa do clube de carnide.

enfim, pf venham visitar, que tenho de me aguentar sozinha à chuva até ao final de novembro, e isto assim é uma seca.

kugelschreiber!

do querido mês de agosto a hamburgo

Prestes a sair da tuga outra vez (desejo para 2017: conseguir passar mais de 3 meses seguidos em Portugal), optei por manter-me ocupada ao máximo para evitar grandes despedidas ou coisas dessas chatas.

Então, o agosto pós-bons sons teve 12 concertos em 9 dias seguidos, entre o belo parque das Caldas, a baía de Cascais, as Festas de Corroios e o Festival do Crato. Juro que não havia requisito de só visitar terras começadas por C, mas acabou por suceder. Desses dias posso falar-vos do quão bom foi ver tanta gente no meu parque, e sobretudo tanta gente tão maravilhada com o sítio. Espero que a feira passe a acontecer todos os anos, sempre com cartaz musical de categoria e muita gente a visitar. Foi mesmo bonita, a festa! Lá na terra houve HMB a tirar o pé do chão, The Black Mamba (com as migas!) a dar show e Ana Moura a inundar o recinto de gente. E pelo meio um concertozinho de um tal Miguel Araújo, que como devem imaginar foi das melhores e mais especiais coisas que este verão teve.

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o melhor parque da melhor terra.

Adiante, em Cascais tivemos festão do bom com os sempre enormes D’ALVA, que depois da Eira a abarrotar em Cem Soldos tiveram uma baía bem tímida ao início mas que logo se encheu e rendeu, claro está. Tem sido incrível acompanhar o percurso destes migz, superam sempre a expectativa e de que maneira. São grandes e ainda têm muito que crescer :’) Uns dias mais tarde houve reunião de migas para Diana Martinez & The Crib e Os Azeitonas, que cumprem sempre a função com grande prestígio.

Não podia ser agosto sem uma visita às Festas de Corroios, não é verdade? Desta vez a uma terça-feira e com aquele nervoso de “ai, será que isto se compõe minimamente para receber os meninos”. Claro que o que aconteceu foi o recinto muitíssimo bem preenchido e um público maravilhoso. Como é que alguma vez duvidei, Diabo na Cruz na margem sul é sempre outra coisa! Já no Alto Alentejo fui muito feliz com a Susana a oferecer presentes (tradição é para cumprir!) aos Kaiser Chiefs e a vê-los yet again. Kaiser é aquela banda que em disco pode levantar muitas questões (as novas músicas estão… hm… err… pois) mas depois ao vivo dão sempre aquela sensação de que estás a ver o melhor concerto da tua vida. Só dura uma hora e pouco, mas é mágico. E depois são uns fofos que adoram este cantinho, o que só torna tudo ainda melhor. Fiquei pelo Crato para no dia a seguir ter um pouquinho de Ujos, ver miguel jorge partir tudo, matar saudades do zamba e soltar aquela lagrimita porque romã ❤

Depois ainda houve uma visita relâmpago a Faro para ver um adorável concerto de Nuno Prata, um belo show de Cais Sodré Funk Connection, um concertaço dos enormes Salto e a categoria habitual de uns tais Diabo na Cruz. O Festival F é num sítio muito giro, mas é tudo ao mesmo tempo, e depois há gente que fica em palcos demasiado pequenininhos e tal. Diria que mais valia ter menos bandas a tocarem para mais gente, tiravam-se uns palcos e começava-se a coisa mais cedo e ó, aí sim, tínhamos festival. No dia seguinte houve regresso ao Avante, depois de um par de horas na cama e muitas num autocarro da Rede-Expressos. Mas é sempre tão bom estar no Avante, com tanta gente tão diferente e com tanta coisa para ver e fazer e tantos migos por lá! Vimos Sam Alone & The Gravediggers e Criolo (Fora Temer!) deitadinhos na relva. Los de Abajo lá no meio a #dartudo e grade para os melhores 50 minutos de música ao vivo do ano. Adorava conseguir explicar-vos o que significou vê-los finalmente ali à noite, com tanta tanta gente para os ver e tanto coro, tanta dança, tanta palma, tanta euforia canção atrás de canção. Foi tudo incrível, do início ao fim. Não deu para tirar foto nenhuma de jeito, mas o sempre fixe Marco Almeida, do musicfest.pt, capturou bem o meu modo mãe orgulhosa de suas crianças.

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a senhora ao meu lado não conhecia e adorou : )

Ainda houve Ferro Gaita e Ana Moura, eu sei, mas estava noutra. Voltei a apanhar os migz a tempo da Dia de Folga e da Desfado mas já não tinha voz para nada. Valeu! Só não foi mesmo perfeito porque não ouvi uma única carvalhesa que desgosto como é possível fui ao Avante e não dancei a carvalhesa #triste #desolada

Depois de isto tudo? 7 da matina no aeroporto que há um avião para apanhar. Em Hamburgo chovia, para contrastar bem com os 40º C do dia anterior. Anyway, cá estou e estarei até inícios de Dezembro. Juro que prometo que qualquer dia conto como vai a vida por aqui.

 

 

sete de fevereiro

ainda me lembro demasiado bem do dia em que voltei. lembro-me de como mal dormi, de como me levantei às 5 da manhã e pouco depois me estava a despedir da Flori, da Ana e do Bassel, de como o Bugra foi ter comigo e me ajudou a levar a mala grande e meio partida até à estação de comboios, de como a mala chegou ainda mais partida ao comboio, de como estava o Adriático naquela manhã, de como a Ana só dizia como era triste voltar para Portugal e de como eu ora queria chorar por deixar Trieste ora queria chorar porque ia finalmente voltar a Portugal, de como a viagem de comboio nunca mais acabava e eu não conseguia dormir, de como foi difícil levar as duas malas até à paragem de autocarro em Veneza, do quão pequeno é o aeroporto de Veneza, da cara da senhora do check-in a olhar para a minha mala enorme partida, ou da cara da Ana quando viu que tinha a mala cheia de livros, da espera pelo avião, do casal de triestinos que iam no mesmo voo que nós, da espera no autocarro que nos ia levar ao avião, da festa que fiz por irmos no Eça de Queiroz, e de como me senti quando me apercebi que ia poder contar isso ao meu pai dali a umas horas, do sorriso incontrolável que saiu quando ouvi a hospedeira da TAP dizer-me “bom dia”, de como passámos o voo a conversar sobre os últimos dias e as últimas festas e as últimas parvoíces, de filmar a Ana a fazer o mais épico social beer game: a beber sagres sobrevoando a Europa, da frustração que foi darem-nos massa, do cansaço que me caiu em cima quando me sentei no autocarro para o terminal, da caminhada imensa à procura das malas, do re-encontro com o casal triestino que nos ajudou a pôr as malas enormes nos carrinhos, de seguir apressada, de procurar o pai e o pedro, de os ver, do pedro subir para rampa, dos abraços, do não saber o que dizer, do sebastião a ladrar, do sol, das pessoas na paragem de autocarro, dos prédios, do telefonema com a avó, da padaria portuguesa, do estranhar perceber tudo o que toda a gente dizia, do olhar para toda a gente a pensar que os podia conhecer, da A8, de chegar às Caldas, da mensagem da Filipa, da Deves Estar a Chegar, de chegar a casa e subir a correr, do caminho até à rua das montras, da chegada ao mr. Pizza e a Rita e a Raquel à minha espera, das conversas parvas, do estar a morrer de cansaço e sono e não querer sair dali, do voltar a pé para casa, do disco do Zambujo e o postal da Adriana, de como me deitei na minha cama a pensar em como tinha acordado em Trieste.

escrito a 11 de Maio de 2014.

An Ongoing OST, Part X

Acabou. Não vamos falar muito sobre isso, que ainda estou a tentar processar tudo isto.

Esta ficou guardada para último porque acho que é aquela que me vai lembrar sempre sempre de Trieste. Foi lá que a descobri e até foi lá comprei o disco a que pertence.

An Ongoing OST, Part VIII

Ontem, no caminho de volta a casa depois de mais uma manhã na faculdade, lembrei-me que tinha um blogue.

Tenho ouvido muito disto. Deve ser para aí a segunda melhor banda que «descobri» em erasmus. Estiveram no Alive do ano passado… Porque é que chego sempre atrasada a estas coisas?

An Ongoing OST, part VII

Uma canção que não é uma canção de Natal mas que este ano é a minha canção de Natal.

Hold up
Hold on
Don’t be scared
You’ll never change what’s been and gone
May your smile
Shine on
Don’t be scared
Your destiny may keep you warm
‘Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
Get up
Come on
Why you scared?
You’ll never change what’s been and gone
‘Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
‘Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
We’re all of the stars
We’re fading away
Just try not to worry
You’ll see us some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out