Que tenha memória, o meu primeiro 14 de Maio foi há 9 anos. Em 2006, tocavam os Filarmónica Gil no palco que todos os anos se erguia à frente da Câmara Municipal naquela data. Estava no 7º ano e foi, assim que me lembre, a primeira vez que fui a um concerto com amigos de escola, por vontade própria e tudo mais. A única coisa que me lembro desse concerto foi que no final o Nuno Norte e o João Gil vieram à primeira fila cumprimentar e agradecer às pessoas por terem ido. Fiquei muito bem impressionada.
A partir desse dia, o 14 de Maio ficou marcado como o único dia de todos os 365 do ano em que havia, na minha terra, um concerto. Um concerto a sério, que trazia à nossa praça as pessoas que eu ouvia na rádio e via na televisão. Assim que acabava já ficávamos ansiosos a pensar quem é que poderia vir no ano seguinte. Até que em 2008 foi inaugurado o Centro Cultural e passaram a haver lá concertos também, mas como a sala não puxou desde logo (nem até hoje…) grandes nomes, a noite do 14 de Maio continuava a ser a nossa grande esperança de um grande concerto lá na terra. Mesmo que eu nessa altura já fosse a Lisboa ora ver os Australian Pink Floyd e os The Cure ou aos festivais ver os Metallica e os Pearl Jam, não falhava a noite das festas da cidade nem por nada. Nem que fosse o Tony Carreira (como foi em 2009)!
Em 2011 o orçamento sofreu um golpe qualquer de karaté muito bem executado e o 14 de Maio passou a ser um baile de aldeia na cidade. Os grupos de baile têm o meu respeito e não duvido das suas capacidades, até porque naquele ano acabaram o espectáculo com um medley de Queen que foi sem dúvida muito melhor que qualquer pedaço de concerto do Paulo Gonzo ou do Tony. Mas o 14 de Maio para mim era sempre a grande noite da minha terra e merecia mais do que o grupo que toca em todas as aldeias do concelho umas 15 vezes a cada ano. Esse foi o meu último 14 de Maio e nos anos seguintes acompanhei de longe os programas que continuavam a contar ora com a cantora pimba lá da terra ora com mais uma ou outra banda de baile. O ano passado vi notícias de como a festa tinha voltado à avenida (se bem que na outra ponta…) e a Rita Guerra tinha atraído muita gente. ‘Um pequeno upgrade no nível de espectáculo que aquela noite merece’, pensei eu, ‘era bom que voltasse a ser sinónimo de grandes concertos’.
Para quem hoje não passa muitos dias sem ir a um qualquer concerto, é bonito pensar como aquelas noites de véspera de feriado municipal me foram marcando e moldando. Para cada ano não há só um artista, há o grupo de amigos com quem vi o concerto e uma data de pistas circunstanciais que me lembram do que era a minha vida naqueles tempos. Por exemplo, em 2008 vi o David Fonseca sozinha na primeira fila porque os meus amigos mais próximos tinham mudado de escola e aquele 9º ano tinha sido terrível. Ou de como em 2011 berrei a “Fireworks” com a Rita, enquanto o fogo-de-artifício me lembrava que aquilo era o fim de uma era (tipo F.R.I.E.N.D.S): o liceu ia acabar, ia cada um para seu lado, nada voltaria a ser o mesmo, oh nãããão, etc.
Esta quinta-feira volto. Não por ter saudades ou por gostar de me cruzar com caras vagamente conhecidas que me relembram os maravilhosos (not) tempos de liceu mas porque há concertos que não se falham. E quando uma das tuas bandas favoritas vai tocar à tua terra, tu vais. É lei. Se nos últimos dois anos já fiz, só em idas, quase 1,700km para os ver (obrigada, google maps) uma dúzia de vezes, vai ser mesmo bonito ter de apanhar só o expresso para casa desta vez.
E mais vos digo: quando conheci os restantes membros do quarteto fantástico falávamos disto de concertos dos AZ nas nossas terras. A Mary já os tinha visto em Gondomar, a Xará em Oliveira de Azeméis e a Susana em Portimão. Eu, juro-vos pela Rainha D. Leonor, nunca sequer imaginei que um dia poderia contar como também eu os tinha visto na minha terra. Mas o mais bonito disto tudo é que já só faltam dois dias para ir à Pingo de Mel comer um pampilho. Isso sim, merece fogo-de-artifício!
Ó Teresinha, escreves tão bem! Também quero!
AZ nas nossas terras é de deixar o coração apertadinho.
Diverte-te muito e depois conta tudinho! E manda beijinhos e abraços. 🙂
Obrigada, Patrícia! :))
Claro que mando beijinhos e já sabes que depois conto tudo!
Vim cá ter através da página oficial dos Azeitonas! Parabéns!
Muito obrigada! 🙂
Esqueci-me de dizer que cá vim ter através deles mas decidi ficar por causa do blog, claro! Ficamos à espera dos pormenores do espectáculo, quando acontecer! 😀
Teresinha nova do meu coração! Escreves com alma 😉 continua assim. Ah quero saber como escreves a continuação xD
Obrigada 🙂 Acho que me vou ficar pela música ahah :p